SONHOS E ENCANTOS

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quinta-feira, setembro 01, 2011

Homenagem ---- 125 anos de TARSILA DO AMARAL

TARSILA DO AMARAL


INFÂNCIA E APRENDIZADO

Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.
Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro) através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, o também escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila disse que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos. Em dezembro de 22, ela voltou a Paris e Oswald foi encontrá-la.

1923

Neste ano, Tarsila encontrava-se em Paris acompanhada do seu namorado Oswald. Conheceram o poeta franco suíço Blaise Cendrars, que apresentou toda a intelectualidade parisiense para eles. Foi então que ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger e pintou em seu ateliê, a tela 'A Negra'. Léger ficou entusiasmado e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da arte moderna brasileira. A artista estudou também com Lhote e Gleizes, outros mestres cubistas. Cendrars também apresentou a Tarsila pintores como Picasso, escultores como Brancusi, músicos como Stravinsky e Eric Satie. E ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti, e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.
Tarsila oferecia almoços bem brasileiros em seu ateliê, servindo feijoada e caipirinha. E era convidada para jantares na casa de personalidades da época, como o milionário Rolf de Maré. Além de linda, vestia-se com os melhores costureiros da época, como Poiret e Patou. Em uma homenagem a Santos Dumont, usou uma capa vermelha que foi eternizada por ela no auto-retrato 'Manteau Rouge', de 1923.

PAU BRASIL

Em 1924, Blaise Cendrars veio ao Brasil e um grupo de modernistas passou com ele o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais. No grupo estavam além de Tarsila, Oswald, Dona Olívia Guedes Penteado, Mário de Andrade, dentre outros. Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros. 'Encontei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, ...' E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB', 'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O Pescador', dentre outros.
Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswald (o pai de Tarsila conseguiu anular em 1925 o primeiro casamento da filha para que ela pudesse se casar com Oswald). Washington Luís, o Presidente do Brasil na época e Júlio Prestes, o Governador de São Paulo na época, foram os padrinhos deles.

ANTROPOFAGIA

Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. Quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro maravilhoso. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário Tupi Guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro.
Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes.
A artista contou que o Abaporu era uma imagem do seu inconsciente, e tinha a ver com as estórias de monstros que comiam gente que as negras contavam para ela em sua infância. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a crítica dividiu-se, pois ainda muitas pessoas ainda não entendiam sua arte.

14 comentários:

Helena Chiarello disse...

Acho especial esse jeitinho Leninha de ser, antenada com tanta coisa bacana!

Que bela homenagem, Leninhamada!

Um beijo no coração! E obrigada sempre por tuas palavras tão macias!

mfc disse...

Já busquei no Google a obra dela e fiquei seduzido.
mas confesso que não conhecia de todo.

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Leninha, você fecha agosto com uma Chave e Ouro aí, no dia seguinte, quando chega setembro, abre-o com outra chave de ouro, nos trazendo Tarsila...Música linda, seguida de pintura de primeira linha.
Vir aqui, é sair encantada...na certa!
Beijinhos

Anônimo disse...

Leninha,
No colegial eu reproduzi todas as obras importantes da Tarsila, e meus quadros réplicas ficaram muitos anos na sala da direção da escola. Eu nessa época fiquei apaixonada por ela e estudei tudo que dizia respeito a sua pessoa.
Linda você com seus post tão bons!
Beijokas doces

manuela barroso disse...

Mais uma porta que se abre agora para a pintura de uma artista que não conhecia.
Sempre oportunas, Leninha,as tuas escolhas!
Frande abraço

Severa Cabral(escritora) disse...

Lindo e emocionante seus textos...pura literatura...
Bjssssssssss

Sergio disse...

Leninha Gostei muito da homenagem, pois sou fã de Trasila. Obrigado pelo carinho! Abç.

Anônimo disse...

bom dia doce amiga...

cházinho quentinho para espantar o frio... o final de inverno tá que tá aqui em Pira...rs

...adoro a Tarsila, acho suas obras lindas e com um colorido só dela... hoje pude conhecer mais um pouco de sua história e adorei...

Leninha, cheguei tarde ontem e hoje vou sair cedinho, preciso ir até o centro da cidade ver um novo óculos pra mim...hehehe, mudou meu grau! Mas pode enviar a imagem quando quiser.

Minha amiga querida, obrigada pelo seu carinho comigo, viu... me deixa muito feliz... Viu só que engraçado, na minha postagem de ontem sem querer vi que tantos amigos que por lá passaram tiveram uma infância parecida com alguém de casa também tecendo poesia com os tecidinhos coloridos, com as agulas, fitas, etc etc... No final de tudo eu fiquei foi muito emocionada com esse presente que foi perceber o quanto o universo uni as pessoas, mesmo que os km as separem de alguma forma...

beijos no coração da sua "filhota" orgulhosa por demais com esse carinho que não tem nada no mundo que pague!!!

lindo dia!!! com cházinhos, bolinhos... e comida gostosa!!!rs

Su.

Alfa & Ômega disse...

Daqui a pouco rezarei o terço da misericórdia na intenção de sua amiga e tbém para o padre da minha paróquia que acabou de falecer. Tarsila sempre será o máximo! Assim como vc que a homenageou! Beijos e lindo fim de semana!

a casa do mato disse...

Leninha passiando pela net cheguei aqui muito legal seu blog voce e super antenada fala muitos assuntos adorei me tornei seguidora passa la no meu blog qualquer ora, bj ate mais Erica

Calu Barros disse...

Leninha, ficou detalhada e especial tua homenagem à Tarsila. Merecidamente uma mulher à frente de seu tempo. Arrojada artista , mestra das cores fortes,tão brasileiras.
Obrigada por nos presentear com tão belo post.
Bjos mil,
Calu

Aleatoriamente disse...

Leninha amada minha.
Como posso dizer que sinto teu carinho, mesmo não te olhando nos olhos? O interessante é que sinto.
O Senhor Deus criou em nós laços tão bonitos de amizades, afetos, e todos eles nascem sem precisar de toques são abstratos.
Gosto muito de ti querida.
Amei o texto, cheio de coisas super interessante sobre essa moça.
Que lhe digo verdadeiramente não conhecia, mas fiquei encantada lendo sobre ela aqui.
Um beijo nesse teu coração lindo.

Fernanda

chica disse...

Que coisa mais maravilhosa essa homenagem,Leninha!

Nos passaste lindos detalhes da vida dessa maravilhosa mulher.Parabéns! Obrigado pelos carinhos comigo sempre,beijos,lindo fds,chica

Glória Maria - Fadinha disse...

Que linda postagem querida. Vim te desejar um lindo sábado azul. Que Deus te abençoe. Beijos pra você, sua irmã e pra Ariel. Ela está bem? Bjs

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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