SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

segunda-feira, janeiro 28, 2013

Aos amigos


Amigos muito queridos,

Estou interrompendo, por alguns dias, a publicação de minhas Memórias devido a um pequeno problema de saúde que me impossibilita a digitação...tão logo seja solucionado voltarei ao convívio de vocês. É com tristeza que escrevo este comunicado, pois a minha maior alegria é esta troca, esta amizade que sinto através das palavras de carinho, de estímulo e de solidariedade que me chegam todos os dias...de vocês vem a minha inspiração e o meu encanto, os meus sonhos e a magia de um mundo para mim não apenas virtual,pois repleto de pessoas que amo e aprendi a respeitar e admirar.

          Bjsssssssssss

domingo, janeiro 13, 2013

MEMÓRIAS DE UMA SENHORINHA




E as engrenagens

da composição do enorme trem que se chama Vida, seguem rodando, continuamente lubrificadas pelo Senhor Tempo...célere e implacável.

         E nossa amiga, sem a presença dos filhos mais velhos, dedica-se ao caçula e conta-lhe histórias para dormir, brinca as suas brincadeiras de carrinhos e aviões, leva-o às reuniões com os amigos e partilha as suas fantasias...é uma criança muito viva e falante, alegre e inteligente.
E nas férias os dois filhos chegam e a vida volta à sua rotina...os pais e irmãos vem também, a casa se enche de risos e música, conversas até tarde e passeios pelas vizinhanças. 

         O pai trás seus amigos , um casal do Rio pouco acostumado à vida de fazenda e que se interessa por conhecer os hábitos e costumes dos colonos e de suas famílias. E nossa senhorinha, como boa anfitriã, propôe um passeio á cachoeira, um lugar paradisíaco no meio da mata...só que para atingí-la é necessário subir um morro bem alto, caminhando por uma trilha bastante estreita. A esposa do amigo está calçada com mocassins de salto e todos a advertem sobre a dificuldade que será atingir o cume calçando tão impróprios sapatos...mas ela ri e diz estar acostumada a andar muito e não se cansar...na cidade, é claro...
     Saem então, conduzindo os dois e cada um carregando uma bolsa com alimentos, água, suco e uma toalha de mesa para realizarem um belo piquenique...ah, e também toalhas de banho, pois pretendem tomar um belíssimo banho de cachoeira. E saem logo que amanhece o dia, animados e felizes...a mãe prefere ficar com a avó, já conhece a cachoeira e o tamanho da caminhada.
 


Vão muito bem até a metade do caminho, passando por espinhos e picões que agarram nas roupas e seguidos por mosquitos que preferem os braços e as pernas da jovem senhora, de saia enquanto os demais estavam de calças jeans e, portanto, bem protegidos...havia também um tipo de espinho, em forma de cone, chamado "benzinho" que arranhava as belas pernas da visitante. Como eu dizia, foram bem até a metade do caminho, pois neste ponto havia uma pedra...ótima para se sentar um pouco, antes de prosseguir...acontece que a doce senhora, sentada continuou quando todos se levantaram, dizendo, quase aos prantos, que não continuaria de maneira alguma...os pés estavam cansados e inchados, os mosquitos "borrachudos", haviam feito um estrago em suas pernas e os benditos "BENZINHOS"*, estavam grudados em sua linda saia de seda (havia sido advertida acerca de sua indumentária, mas não queria abdicar da elegância).

*CARRAPICHO DE CARNEIRO (ACANTHOSPERMUM HISPIDUM)






Também conhecido como: chifre-de-veado, espinho-de-cigano, chifre-de-carneiro, benzinho, maroto, cabeça-de-boi e outros. É uma planta herbácea com 50-120 cm de altura, ramosa e enfolhada desde de a base. Folhas de formato ovalado com até 12 cm de comprimento. Sua reprodução ocorre por semente e seu ciclo é anual.





 Em resumo, nossa senhorinha teve que voltar com ela para casa, quase que carregada...os outros seguiram e fizeram o planejado piquenique...para a senhorinha, o que fazer? Deixar para uma próxima vez...não faltariam oportunidades.

                     


Bem, amigos, com um afago me despeço. Voltarei na próxima semana .
Bjssssssss
 

quinta-feira, janeiro 03, 2013

MEMÓRIAS DE UMA SENHORINHA





LINDA JUVENTUDE

 Nossa linda juventude
Página de um livro bom
Canta que te quero

Cais e calor
Claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou...

Maravilha, juventude
Pobre de mim, pobre de nós
Via Láctea, brilha por nós
Vidas pequenas na esquina...

Fado, sina, lei, tesouro
Canta que te quero bem
Brilha que te quero
Luz andaluz
Massa como o nosso amor...

Nossa linda juventude
Página de um livro bom
Canta que quero cais e calor
Claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou...

Maravilha, juventude
Tudo de mim, tudo de nós
Via Láctea, brilha por nós
Vidas bonitas da esquina...

Zabelê, Zumbi, Besouro
Vespa fabricando mel
Guardo teu tesouro
Jóia marrom
Raça como nossa côr...

Nossa linda juventude
Página de um livro bom
Canta que te quero
Cais e calor
Claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou...
                                                                                                 

E nossa senhorinha sentia a letra desta melodia de uma forma pungente, sentimentos contraditórios no peito e nostalgia de alguma coisa que não havia vivido...de um tempo perdido e sonhado, serena canção, viagens ás estrelas de luz, a poentes jamais vislumbrados, histórias perdidas em um tempo de pensares e contemplares...moedas atiradas em um poço secreto, espelho de magias e desejos...olhares sentidos, sons de cetim e seda pura farfalhando em fantasias sem fim.Do centro do nevoeiro de suas lembranças,pela lua cheia singrando um mar azul, sentia o sabor indefinido e acridoce de limões e doces de leite, e o gosto da vida e pela vida a lhe correr nas veias.Uma sensação de desperdício e frustração a invadia...o olhar perdido contemplava mistérios e nada a fazia sair desta introspecção, janelas abertas para um galopar de pensamentos desenfreados...horas a fio.
E anoitecia, estrelas surgiam, o norte e o sul a atraiam, numa dualidade que martirizava e doía, tal como uma dor física...sons cinzentos e gelado coração...partia sem sair do lugar, olhos na estrada e na penumbra de sua vida. Vida que clamava por ela e habitava no centro de seu universo...

Sons de guitarra, Beatles em sua eletrolinha a faziam viajar e quase  calar os seus fantasmas, de alma nua e pés no chão...
  

 Voltava à vida real e aos cadernos dos filhos, ensinando o que já não ensinava aos alunos ( estava de licença para cuidar do filho mais novo, lembram-se?).
E os dias se sucediam, nada de novo acontecendo e ela " desvivendo"...o porquê desta insatisfação era por ela ignorado...lia os livros de Michel Quoist, procurando uma resposta e não encontrava. Um vazio no peito, uma sensação de inutilidade a invadiam, uma tristeza sem fim que nada aplacava...depressão? Não conhecia o termo e nem seus livros de psicologia explicavam.

                                       

Nesta ocasião os dois filhos mais velhos foram para a casa dos avós, no Rio, onde estudariam em colégios melhores...foi uma difícil separação, que ela não demonstrava afim de minimizar-lhes o sofrimento.Era o desejo dos pais e da irmã, para proporcionar uma melhor educação aos meninos, mas que lhes causava uma tristeza enorme...deixar uma vida de liberdade em uma fazenda e passar a viver em um apartamento foi um choque, mas, em compensação lhes mostrou uma outra realidade...aprenderam a ajudar nas tarefas domésticas, já que a avó não tinha empregados e fazia todo o serviço da casa, as compras, a feira e todas as demais tarefas concernentes a uma dona de casa. Aprenderam a comprar e procurar melhores preços, já que a avó era uma "financista" e procurava economizar ao máximo. Andavam muito à pé, indo do Catete ao Centro e por vezes até ao Parque Laje, bem distante, mas para eles, acostumados às grandes distâncias na fazenda, não significava nada.E nas férias voltavam para a fazenda e para as brincadeiras com os filhos dos colonos...e eram três meses de liberdade completa.
                                                    

Muitas aventuras ainda estão por vir.
 Aguardem!!!
                             Bjsssssssss,
 

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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