SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

quinta-feira, junho 08, 2017

Memórias de uma senhorinha

 


Carruagem real


Os amigos haviam comprado um carro e estavam ansiosos para colocá-lo na estrada.Era um Mercedes Benz antigo e parecido com este da foto. Para quem viajou de ônibus de Resende Costa até o Rio de Janeiro, fazendo baldeação em São João Del Rey, era realmente a própria carruagem real e nossa amiguinha se sentia uma princesa conduzida por seus bardos ,simultaneamente músicos, poetas e historiadores, tal qual os bardos das histórias que ela gostava de contar. Um deles era pianista e o outro, médico . A música unia os três e os laços de amizade os tornavam quase irmãos. Existia uma sincronicidade tal entre eles que se aproximava por vezes da telepatia. Estavam felizes por viajarem juntos e nada perturbava esta sensação de paz e de harmonia.

A nossa amiguinha estava ansiosa e falava muito, enquanto as cidades iam ficando para trás. Ainda não havia a moderna estrada que hoje nos leva até as cidades históricas mineiras.

        Um pouco da História da estrada BR-040
Fonte: WikipédiaE

A atual BR-040 foi efetivada pelo Plano Nacional de Viação em 1973. A redação inicial do Plano, em 1964, estabelecia a rodovia entre Brasília (DF) e São João da Barra (RJ). Com a revisão, o trecho entre Belo Horizonte e São João da Barra passou a fazer parte da BR-356, sendo incluído na BR-040 o trecho até o Rio de Janeiro, inicialmente parte da BR-135.
Antes de 1964, o trecho entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte era denominado BR-3.
Dois trechos da BR-040 têm grande importância na história das rodovias brasileiras. O trecho entre Petrópolis e Juiz de Fora compreendia a Estrada União e Indústria, a primeira rodovia brasileira, inaugurada em 23 de junho de 1861 por Dom Pedro II. Este trecho foi substituído pela atual Rio-Juiz de Fora em 1980. O trecho Rio-Petrópolis, conhecido como Rodovia Washington Luiz, foi inaugurado em 25 de agosto de 1928, pelo Presidente da República, Washington Luís, e tornou-se o primeiro asfaltado do Brasil em 1931 .
O trecho da BR-040 entre Juiz de Fora e o Rio de Janeiro foi concedido à Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio de Janeiro (Concer) em 1996.
No trecho urbano da cidade do Rio de Janeiro, a BR-040 é formada em sua maior parte pela Avenida Brasil (trecho concomitante com a BR-101), indo desde a travessia sobre o Rio Meriti no limite com Duque de Caxias, até o ponto final da rodovia na Rodoviária Novo Rio. Até 2013, ano em que se iniciaram as obras na Avenida Rodrigues Alves e a demolição do Elevado da Perimetral, seu ponto final era a Praça Mauá, onde atualmente é o boulevard da Orla Prefeito Luiz Paulo Conde.[3]
Em dezembro de 2013, o trecho da BR-040 entre Brasília e Juiz de Fora foi concedido à Invepar (Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A.), que será responsável, pelo período de 30 anos, pela recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação da rodovia.
A antiga Rio-Petrópolis foi considerada, por muito tempo, a melhor rodovia da América do Sul.
Na década de 1950 foi construída a Estrada do Contorno de Petrópolis, ligando Itaipava a Xerém, que passou a ser usada como pista de descida da serra. Atualmente, a antiga Washington Luiz serve como pista de subida da BR-040 até a entrada de Petrópolis (Quitandinha), onde se inicia a Rio-Juiz de Fora.

O trecho Petrópolis - Juiz de Fora


A BR-040 no distrito de Pedro do Rio (em PetrópolisRJ), ao lado da conhecida cervejaria do Grupo Petrópolis.
Este trecho, concluído em 15 de junho de 1980, substituiu a antiga Estrada União e Indústria, a primeira rodovia do Brasil, inaugurada em 1861. Suas obras tiveram início em 1975 e concluídas cinco anos depois, seguindo longo percurso em região montanhosa, plana, ondulada, com trechos de pista simples (7,20 m) e duplas (14,40 m), de largura. Atualmente todo o percurso é feito em pista dupla.
De Petrópolis a Juiz de Fora, a rodovia BR 040 corta sete municípios, num percurso de 138 quilômetros, com volume de tráfego de sete mil veículos/dia e menor índice de cargas, em relação a Rio-Bahia, segundo informação do DNIT.
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Entre Juiz de Fora e Barbacena passaram por Ewbanck da Câmara, Santos Dumont ( Terra do Pai da Aviação) e Correia de Almeida ( distrito de Barbacena).
Em Barbacena nossos amigos pararam na Cabana da Mantiqueira para um lanche e uma "esticada de pernas".
Ainda  havia um pedaço de chão a esperá-los...
De Barbacena a São João del Rei a estrada era estreita e mal sinalizada, caminhões de cimento conduziam cargas enormes e a atenção teria que ser redobrada.Nada que os assustasse ou preocupasse...eram jovens, deliciosamente despreocupados e totalmente "de bem com a vida".
          Passaram por Barroso e os caminhões ficaram para trás...os olhos atentos e curiosos viram surgir a entrada de Tiradentes ,uma Tiradentes que diferia completamente da atual, ponto turístico importante das Minas Gerais. Fascinados, apesar da urgência em chegar ao destino, não se contiveram...entraram na cidade para um pequeno "tour". Encantaram-se com as ruas calçadas com pedra sabão e com as belas frentes de casas...era uma cidade composta por frentes de casas apenas...belos vestígios de um passado e de uma arquitetura colonial que ficara perdida nos tempos de antanho.

Passearam pelas ruas silenciosas onde se ouvia os sons de seus sapatos... apaixonaram-se .
Porém , o seu destino e a sua ligação com esta cidade estava ainda por ser escrito...um dia se cumpriria. Hoje o que queriam era seguir a viagem e ainda faltavam algumas " léguas" para alcançar a cidadezinha no topo da montanha.E ainda teriam que atravessar São João Del Rei e Coronel Xavier Chagas. Então, "sebo nas canelas" ou melhor dizendo , gasolina no tanque e preparar o espírito para a subida. 
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 E vamos descansar um pouco e preparar o fôlego para novas aventuras.
                Eu vou, porém prometo que volto!!!
                            Bjsssssssssssssssss

   

      

sábado, junho 03, 2017

Memórias de uma senhorinha


E nossa senhorinha sentia-se como uma borboleta prestes a alçar novos vôos, em busca de novas flores e novos horizontes...
Enfim chegou à Rodoviária.A irmã já estava à sua espera ansiosa pelas novidades...no percurso até o Catete, nossa senhorinha contava à uma irmã espantada e encantada as suas descobertas naquela cidade escondida no alto de uma montanha. E também falava nas colchas, tesouro garimpado de casa em casa,ouvindo os causos enquanto acompanhava o tecer apressado das artesãs.
Uma artesã de Resende Costa
                                                                                           
E , ao chegar em casa ,todos maravilhados com a beleza das colchas e já tecendo planos de passar as férias neste abençoado lugar.
 Á noite o tão esperado encontro com os amigos...novamente olhos e ouvidos atentos à sua palavra... e uma resolução corajosa e rápida de seus amigos André e Cláudio. Iriam com ela para conhecer este recanto escondido das Minas Gerais.           E , talvez, quem sabe, estabelecer morada e sonhar junto com a senhorinha  , como se  possível fosse , sonhar e viver este sonho para sempre, tal qual nos contos de fadas. 


Uma correria de preparativos e de projetos para uma nova vida teve início.

        
 Enquanto isto , nossa senhorinha, tal qual um mascate antigo, saia com sua mala, não por estradas verdejantes montada em um intrépido cavalinho, porém, prosaicamente, nos elevadores do prédio onde moravam, nos ônibus lotados ou no carrinho da irmã com destino à Ilha de Guaratiba onde ela lecionava.E foi lá que fez a sua maior venda...um circo estava armado na praça e para ele se dirigiu animadamente. Lembram-se que ela era apaixonada por circos e na juventude, com a amiga Angela, quase se atreveu a subir no trapézio? Só não o fez porque era muito medrosa e também porque não ficaria bem para a nora de um coronel (Título dado aos fazendeiros de outrora).
Mas voltemos ao fio da meada...estávamos no circo, não é mesmo?
Animada, nossa amiguinha ,logo se viu rodeada por palhaços, trapezista e acrobatas...a mulher barbada logo escolheu uma linda colcha...e de repente, todas as colchas estavam enfeitando portas, camas e paredes das moradas da troupe .
 E ainda servindo de cortina para o trailer do engolidor de fogo!!!
Experiência riquíssima este dia no circo.

Vamos para casa que o dia foi repleto de sensações novas.

E agora deixarei vocês com este gostinho de "quero mais".

Memórias de uma senhorinha

       
        E vamos espreitar as janelas da alma de nossa senhorinha...
         Enquanto o ônibus engolia a estrada, a paisagem se descortinando aos seus olhos, a imaginação corria mais que as ondas do mar que a aguardava no Rio de Janeiro, sonhos a povoavam e idealizava a conversa que teria com os amigos ...
             
        Em sua mente os pensamentos a levavam ao tempo em que ,ainda morando no Rio de Janeiro, trocavam confidências e idealizavam um local calmo, tranquilo e pequenino onde viveriam seus sonhos sem o burburinho da cidade grande e sem a agitação e pressa dos grandes centros. E mentalmente sorria e imaginava a reação que teriam ao saber que sim, este lugar existia e estava encravado nas montanhas tão amadas das Minas Gerais, de doce lembrança para todos eles. ( ainda não havia a facilidade do celular e o contato que se tinha era o telefone, precário meio de comunicação na época, daí não ter sido possível contar-lhes sobre o PARAÍSO ).
       E o ônibus seguia e seus pensamentos também...vamos aguardar a sua chegada e saber a reação dos amigos na próxima narrativa.


     Eu vou, porém volto...prometo!

terça-feira, maio 30, 2017

Memórias de uma senhorinha

 Voltando ao passado

As montanhas de Minas Gerais são surpreendentemente belas.Proporcionam paisagens que encantam a todos que as vislumbram.E as montanhas de Resende Costa eram ,realmente, um caso à parte em se tratando de beleza.Da laje,a visão que se tinha era de um colorido exuberante ,com nuances variadas e ricas...uma paleta de cores que em certos instantes nos lembrava o mar que não temos , porém sonhado por todos nós.

          "As lajes não são somente os alicerces de Resende Costa. A beleza e o aconchego do lugar atraem, desde os primórdios da cidade, pessoas que transformaram o rochedo num bucólico e agradável ponto de lazer e encontro. Nos finais de semana, especialmente nas tardes de domingo, o movimento nas lajes de cima é intenso. As pessoas sentam-se sobre as pedras para conversar, namorar, tirar fotos e contemplar gratuitamente a beleza que se perde infinita num horizonte que a natureza generosamente presenteou os resende-costenses." Fonte : Jornal das Lajes

       E com nossas amiguinhas não foi diferente...encantaram-se e logo imaginaram como as pessoas da família e os amigos se sentiriam ao ver tamanha beleza. 
        As lembranças dos amigos fizeram com que nossa senhorinha voltasse no tempo novamente...
        Foram dois anos no Rio de Janeiro e as amizades que havia feito eram as cores que enfeitaram a sua vida durante aquele tempo de espera,quando suas malas estavam sempre prontas e seu coração sempre ansiando por outros vôos. As noites de sábado eram povoadas por muita música e confidências. Música na casa dos amigos Lelo (que mais tarde seria seu cunhado) e André ...música ao piano e ao violão, música na eletrola onde rodavam os discos de vinil e música também na escaleta , tocada pelo amigo Lelo  por vezes em serestas ao pé das janelas ou em frente a algum prédio onde morava um amigo. Música na voz do Cláudio que hoje canta para outros anjos, amigo muito querido, médico e companheiro de todas as horas. Saudades infinitas.
         Mas estávamos falando sobre a laje que tanto encantou nossa senhorinha e a fez pensar em contar a estes amigos sobre esta beleza. Suas malas ,como sempre ,estavam prontas...desta vez repletas de colchas do artesanato local que levaria para vender no Rio de Janeiro.
As colchas atuais, mais elaboradas e variadas

   

          Na época eram mais simples , porém muito belas também. Eram mais estreitas devido ao  tamanho dos teares, mas sempre executadas com capricho e esmero.
          Mas,além das colchas,algo bem mais valioso ia em sua mala...sonhos embrulhados em organzas e tules, esperanças envoltas em  finas musselines, multicoloridas lembranças de um poente jamais visto e um entusiasmo  que ultrapassava  os limites de sua imaginação. Conduzia esta mala com a delicadeza necessária aos sonhos, pisava com leveza para não deixar escapar nem um milímetro da esperança...e seguia com os olhos iluminados em busca do encontro com os amigos. Sonhava demais a nossa senhorinha, cultivava em estufas o seu romantismo e acreditava sempre que as cores do mar e do céu estariam sempre ali a um passo de seus desejos.
          
      
Vamos deixá-la na Rodoviária e em outro dia estaremos aqui, viajando com ela.

Um beijo para  cada um que por aqui passar.

quarta-feira, maio 24, 2017

Retorno ao Passado





Memórias de uma senhorinha

  

  " O anel que tu me deste 
   Era vidro e se quebrou
   O amor que tu me tinhas
   era pouco e se acabou..."


E vamos encontrar nossa senhorinha vivendo no Rio de Janeiro,aquele "Rio que mora no mar",aquele Rio das nossas memórias mais doces e queridas,das garotas do Leblon,Ipanema,Copacabana,Botafogo e Flamengo,aquele Rio que falava de amor e de flor,aquele Rio que nos encantava e possuía beleza e poesia.
Cuidava do filho com desvelo e a irmã o matriculou na escola onde trabalhava em Sta Tereza.Já lhes falei sobre a vivacidade e inteligência do seu caçula...era uma criança diferente,observadora e inquiridora...aprendia com uma enorme facilidade e rapidamente conseguiu alcançar o nível dos coleguinhas.Estavam no segundo semestre e os meninos já prontos para a alfabetização.Ele não só os alcançou como aprendeu a ler rapidamente.Nas férias,quando foi visitar o pai e os irmãos,a todos surpreendeu lendo as lombadas dos livros na casa da tia.E foi nestas férias também que decidiu que "sentir saudade de uma pessoa(nossa senhorinha)era bem melhor que sentir de três( o pai e os irmãos)".E o coração de nossa senhorinha se partiu,mas o que fazer? Ela sabia usar o "jogo do contente" e aceitou.Nas férias teria os filhos ao seu lado e a ausência não diminuiria o sentimento entre eles.E durante os dois anos que passou na casa da mãe,fez todos os planos e alimentou a esperança de um dia trazer os filhos.Precisava ter um trabalho e uma casa para concretizar este sonho.
E surgiu a oportunidade que tanto desejava...sua amiga Drinha(a que tocava violão e era madrinha de seu filho)foi transferida para uma cidadezinha de Minas Gerais,Resende Costa.
Drinha

E lá se foi a nossa senhorinha ,em busca de novas plagas, outros horizontes, estimulantes sonhos.A viagem foi longa...do Rio de Janeiro até São João Del Rey e de lá até Resende Costa um extenso percurso.Principalmente de São João até Resende Costa...uma estradinha estreita e cheia de curvas que subia e subia dando a impressão que se chegaria às nuvens.Mesmo assim encantou-se com o percurso, com as paisagens  lindíssimas e a topografia magnífica.Chegaram a uma cidadezinha pequenina com uma igreja totalmente em pedra e nossa amiguinha supôs já chegando ao destino...que nada!...era,segundo informou um morador, a metade do caminho...e a subida continuou, e mais belezas a se descortinar.A poeira invadia o pequenino carro,mas ela (lembram-se?) não deixava que aborrecimentos pequenos invadissem a sua cabecinha. Enfim começaram a avistar a cidade e passaram a procurar o local onde se hospedariam, indicado por um colega da amiga Drinha. Era uma pensão típica de cidadezinhas do interior de Minas, comandada por uma gentil senhora que as recebeu de braços abertos.E coração.
A belíssima paisagem com a Serra de São José ao fundo


A bela cidade as conquistou e decidiram que aí fariam morada.
Alojaram-se na pequenina pensão e planejaram a visita de reconhecimento para o dia seguinte.


Deixarei com vocês a curiosidade e algumas das melodias que eram sucesso naquela época.










quinta-feira, outubro 08, 2015

MINHAS MEMÓRIAS DE MENINA

E nossa menina está radiante de felicidade,morando na Rua São Pedro,perto de várias coleguinhas de sala de aula,convivendo com elas e suas famílias,conhecendo várias outras pessoas,alegres companhias para os folguedos e brincadeiras de fim de tarde,após o banho e o jantar.E eram muitas amigas a se reunir para as rodas enormes,para o pique de esconder,as queimadas,chicotinho queimado,passar anel e muitas outras que não me vem à memória...e às nove horas as mães começavam a chamar e todas, obedientemente,se recolhiam às suas casas,sem retrucar e sem reclamar.Ainda não havia televisão,somente o rádio,centro das atrações,com suas novelas e séries:
 Em 12 de julho de 1941, às 10h30, teve início ‘Em busca da felicidade’,primeira radionovela transmitida no país, através da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A obra mexicana foi escrita por Leandro Blanco, com adaptação de Gilberto Martins. Seus capítulos ficaram no ar por aproximadamente três anos.Após seu término, começou a cubana ‘O direito de nascer’, que foi a principal radionovela do Brasil.





domingo, março 01, 2015

Minha cunhada Hortência


A primeira à esquerda é Hortência, minha cunhada e amiga.


A notícia chegou através do telefone...meu filho Cacá me comunicando o falecimento de sua tia Hortência.E num relance, momentos vividos, instantes preciosos vieram à minha mente...o dia em que a conheci e ela me abriu a porta de seu quarto e a de seu generoso coração.Mostrou o enxoval à menina de 16 anos que estava prestes a ficar noiva de seu irmão e queria se mostrar adulta à futura cunhada.
Mais tarde,já casada, foi ela que me ensinou a cuidar dos filhos,a lidar com os empregados e, juntas saíamos,planejávamos executar receitas,pintávamos e ríamos muito.Seu humor me alegrava e sua presença foi essencial em minha vida quando meus pais se mudaram para o Rio...nos finais de semana era com ela que trocava confidências,esclarecia dúvidas e encontrava apoio.Foi uma amiga para todos os meus momentos...acompanhou-me ao Hospital quando fiz o parto sem dor e se espantava com a minha tranquilidade...
Dela me lembrei ao escrever as minhas Memórias de uma Senhorinha,neste trecho:

.A primeira da foto, Hortência,bonita morena,alta e simpática.Já estava casada e tinha três filhos nesta época,tendo tido mais um depois que se conheceram.Tinha um gênio forte e impulsivo,lidava com as empregadas da casa com pulso firme e era o braço direito da mãe.Fez seus estudos em Juiz de Fora,no Colégio Stella Matutina, onde era exímia jogadora de volley.Saudosa deste tempo,fez da cunhada sua confidente e lhe mostrava as fotos com seu time,deslumbrando a nossa menina com suas recordações.Adorava o pai,era seu ídolo e tudo fazia por ele.Elas se tornaram grandes amigas. Seus filhos eram arteiros e ela uma mãe muito enérgica.
 Como podem ver,esta amizade nos uniu por muitos anos...estivemos distantes durante outros tantos anos,mas o afeto nunca diminuiu...

Hoje consegui terminar  minha pequena homenagem a esta que foi e sempre será uma grande mulher,batalhadora,alegre,firme em suas decisões e dona de uma grande sensibilidade,o que fez dela uma pintora de belas e expressivas telas.  
Vá com Deus,amiga.Seus filhos poderão sempre contar com a tia Leninha,como um dia você cuidou de meu filho e seu afilhado Dudu.   

quinta-feira, janeiro 22, 2015

RELATO DE UM MILAGRE

PADRE  JULIO MARIA






Começa em janeiro de 2015 o processo de beatificação do padre Júlio Maria de Lombaerde (1878-1944). Nascido na Bélgica, ele passou os últimos 16 anos de sua vida em Minas Gerais, onde se dedicou à criação de escolas, hospitais, asilos e congregações. Atualmente o padre tem o título de Servo de Deus, mas em janeiro do ano passado o Vaticano autorizou a abertura do processo de beatificação.

A fase diocesana do processo de beatificação e posterior canonização do missionário terá início em Manhumirim, na Zona da Mata, de onde vem a mobilização para reconhecê-lo como santo. O bispo diocesano de Caratinga, dom Emanuel Messias de Oliveira é o responsável pelos procedimentos. Entre os dias 22 e 24 de janeiro será realizado um simpósio com palestras e oficinas sobre temáticas relacionadas à vida e obra do padre Júlio Maria. Participantes de outros estados brasileiros são aguardados.

Sabedora de tal fato estou enviando para a Congregação dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora o relato de um milagre ocorrido em nossa família por intermédio do Pe Julio Maria



Meu nome é Helena Maria Oliveira Brandão de Rezende. Resido atualmente em Teresópolis/ RJ, porém sou natural de Manhumirim/ MG.
Este relato me foi feito por minha mãe, hoje falecida,
Maria Helena de Oliveira.

     No ano de 1952 ,minha mãe estava grávida e, segundo suas próprias palavras, correndo o risco de  perder a vida ou a vida da criança, por ser uma gravidez de altíssimo risco, devido à problemas de hipertensão arterial somados à sua idade e outros problemas de saúde.
Já era mãe de duas filhas e sempre teve dificuldades de levar à termo a gravidez. Seu médico já a havia advertido quanto ao risco de uma nova gravidez.  Morava ainda em Manhumirim quando nascemos, minha irmã e eu.
Na época da terceira gravidez, residíamos em Muriaé/MG e ela não havia se esquecido das recomendações de seu médico, porém quis tentar assim mesmo, sonhando com o nascimento de um filho que seria a realização de um desejo dela e de meu pai, uma vez que só tinham filhas.
Foi uma gravidez atribulada, suas pernas constantemente inchadas, uma dieta de total abstenção do sal, um desânimo constante e o receio enorme do que poderia acontecer.
Em Manhumirim aprendera a estimar o Pe. Júlio Maria e a ouvir os seus conselhos. Assinava o jornal "O Lutador" e todos nós o líamos. Morávamos em Pouso Alegre quando o padre sofreu o terrível acidente no qual perdeu a vida. Minha mãe passou a rezar sempre por ele e quando nos mudamos para Muriaé, esta devoção a acompanhou.
Na gravidez sentiu que só ele poderia ajudá-la. E quando se aproximava a data do parto foi a ele que se dirigiu, prometendo-lhe que se a criança se salvasse dar-lhe-ia o nome de Julio Maria (tinha quase certeza que seria um menino).
Após um parto demorado e difícil, nasceu o meu irmão, com  baixo peso. Nas condições da medicina da época, a sobrevivência de um recém nascido prematuro de baixo peso era dificílima, só mesmo um milagre. E este realmente aconteceu. Hoje meu irmão que se chama Julio Maria de Oliveira, conforme a promessa feita por minha mãe, encontra-se com 62 anos e com perfeita saúde, é médico em Teresópolis / RJ. Não por coincidência, soubemos que a medicina era uma das áreas de maior interesse do Pe. Júlio Maria.






terça-feira, dezembro 09, 2014

Mais Guimarães Rosa



Guimarães Rosa

"Vem de longe, vem no escuro, brota que nem mato que dispensa cuidado e cresce com a mais remota chuva. Vem de dentro e fundo e com urgência. Amor vem de amor. Que não cabe, mas assim mesmo a gente guarda. A gente empurra, dobra, faz força deixa amassado num canto, no peito, no escuro, dentro, ou larga pegando sereno. Amor vem de amor. Vem do pedaço mais feio, do mais sem palavra, do triste, vem de mãos estendidas. É tecido desfeito pelo tempo, amarelecido pelo tempo, pelo cheiro da gaveta fechada, pelo riscado do sol na madeira. Amor vem de amor. Vem de coisa que arrebata, vira chão, terra, cisco, resto, rastro, coisa para sempre varrida. É delicadeza viva forte violenta. Que faz doer, partir, deixar caído. Amor vem de amor. E dói bonito."

(Guimarães Rosa)

 

terça-feira, setembro 23, 2014

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO

Minha amiga Marli Soares Borges criou um evento com este título e minha contribuição foi esta que partilho com vocês,meus amigos.

O Tempo é o Senhor da Razão
Eclesiastes 3
1 ¶ Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8 Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.


Esta passagem do Eclesiastes sempre me marcou,desde que a li pela primeira vez... olha que faz tempo isto,eu tinha nove anos e cursava a terceira série primária,no Instituto Santa Dorotéa,em Pouso Alegre,Minas Gerais...as freiras nos faziam ler todos os dias uma passagem da História Sagrada e esta era a que mais me impressionava.Principalmente a de número 3 que fala em tempo de matar...isto,para uma criança,era muito forte e me amedrontava muito.Mais tarde fui percebendo que nada disto deveria ser interpretado ao pé da letra,mas para uma criança de fértil imaginação era algo pavoroso demais...
Hoje já passei por várias destas etapas,já plantei e tive uma bela colheita, já arranquei muitas ervas daninhas que se misturaram à minha semeadura;
Já chorei e ri muitas vezes,pranteei as minhas múltiplas perdas,dancei conforme a música e até destoando dela,matei as lembranças ruins e curei feridas de meu coração e dos corações de amigos;derrubei e edifiquei construções não muito adequadas, espalhei pedras onde o barro poderia levar alguém a derrapar,juntei as pedras que alguns em mim atiraram(não cheguei a construir um castelo,como Pessoa),abracei e fui abraçada; busquei,ah como busquei acertar e muitas das vezes perdi,embora tenha acertado outras tantas,guardei recordações de bons momentos e lancei fora o que não acrescentava nada;rasguei meu coração em mil pedaços,mas cosi e cerzi com as linhas do esquecimento,muitas vezes...calei-me em horas certas e também em erradas horas...falei muito e me arrependi na mesma proporção; amei e ainda amo com entusiasmo e paixão,a vida,a natureza,o sol,a lua, as estrelas,o nascer e o por do sol,os arco-íris e as borboletas...ódio? não,não tenho tempo para o ódio,nem gosto de falar odeio isto ou aquilo....guerras para mim nunca existiriam,a paz sim esta é e deve ser o objetivo de todos...
E finalmente,o que eu mais gosto e aprecio em todas as gentes...alegrar-se e fazer o bem na sua vida...alegrar-se e alegrar as outras pessoas,vestir a roupa da Alegria e adornar os cabelos e os pensamentos com as travessas e tiaras do Amor e do Bem querer.

 

segunda-feira, setembro 01, 2014

CHEGANDO EM CASA

Chegando em Casa        


Chegando em casa
com a alma amarfanhada
e escura
das refregas burocráticas
leio sobre a mesa
um bilhete que dizia:

- hoje 22 de agosto de 1994
meu marido perdeu, deste terraço:

mais um pôr de sol no Dois Irmãos
o canto de um bem-te-vi
e uma orquídea que entardecia
sobre o mar.

( Affonso Romano de Sant’Anna )

segunda-feira, agosto 18, 2014



Arrume a casa. Troque os lençóis da cama. Enfeite a casa. Coloque roupas coloridas. Abra a porta. Deixe o sol entrar.
Despacha a tristeza. Convide a alegria. Entre no mundo. Desafie o acaso. Repita a rima. Descarte as ilusões. Sele a paz com a saudade.
Enfrente a chuva. Não perca tempo. Seja breve. A vida não é curta e o mundo não é grande. A história é sua, o tempo também e não aguarde o melhor que sempre está por vir.
Acenda a luz. Clareie a sua volta e aproveite para viver.
___Ita Portugal - 


Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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