SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

segunda-feira, junho 28, 2021

Memórias de uma senhorinha ---- Novos Tempos

 


Devaneios...insatisfações...povoavam a cabeça de nossa senhorinha...''todo o dia ela faz tudo sempre igual"...era o que ela sonhara para a sua vida???
E a resposta era um enorme NÃO, em sua cabeça e em seu coração...As expectativas eram dela...ninguém, além dela mesma, era culpado por suas decepções, nascidas de um sonho muito além daquela realidade. Mergulhava, entãona leitura e na música...fuga possível e inquestionável. Não, ela não deixava de cuidar da casa e dos filhos, mas seu coração habitava outro espaço e doía como os pés da Sereiazinha, após ganhar as suas pernas, as quais sempre desejara e agora se lhe afiguravam como um suplício. Ou os desejos realizados pelo Gênio de uma Lâmpada...cintilantes e sedutores à distância, porém ilusórios e enganadores vistos de perto. Ou ainda o Ouro de Tolo, eternizado na canção do querido Raul Seixas...

 

Você já deve ter ouvido a expressão "ouro-de-tolo". E o que é isso?

Ele é amarelo como o ouro. Tem um brilho metálico como o do ouro. Muitas vezes, é encontrado em minas onde há ouro. Mas não é ouro! É o ouro-de-tolo: um mineral conhecido como pirita! Presente em todo o mundo ‐ inclusive no Brasil ‐, ele já fez muita gente de boba, pensando que estava rica, quando, na verdade, continuava pobre, pobre...

A analogia serve bem para nos referirmos à conduta diante da vida, de grande contingente de pessoas. Elas se aferram aos valores do mundo como se fossem uma coisa preciosa, quando na verdade estão atrás de um ouro-de-tolo. 

Mas nossa senhorinha se apegava aos seus livros buscando neles uma saída, um escape para aquela insatisfação que não chegava a ser uma infelicidade...e autores povoavam a sua vida, ecleticamente, de Sartre a Michel Quoist, de Jorge Amado a Exupéry, de Thomas Mann a Kafka e lia, lia muito, Pearl Buck, Jorge Luís Borges, Baudelaire, Dostoievski, Clarice Lispector, Machado de Assis, José de Alencar, Rachel de Queirós, Proust, Cervantes (como amava o Dom Quixote) e por aí afora, sua biblioteca aumentando e suas angústias também...
Nos finais de semana não mais a obrigatoriedade de ir para a casa do sogro, mas quando ia passava as manhãs na pracinha com os filhos, não sem antes passar pela igreja onde ensinava as orações a eles...Toninho e Cacá com ela aprenderam todas as orações, mas o menorzinho gostava de rezar "Meu Jesus, misericórdia"...a sogra a interpelava a este respeito: "O que esta criança sabe de misericórdia?'' Mas já disse uma vez e repito, era uma criança cuidando de duas outras...muito amadurecida na aparência, mas com o espírito e o coração de uma criança. A ausência dos pais a machucara. Profundamente...e ela procurava não deixar transparecer este sentimento de perda.
Na volta da pracinha, passava pela casa da cunhada e daí nasceu a grande amizade entre as duas. Marlene era o seu nome e tinha um filho, o José, menino forte e bonito que um dia se tornaria seu grande amigo. Mas eu falava da praça e era a mesma onde ela e os irmãos brincavam, no final da Rua São Pedro.         










 
E o tempo correu, vertiginosamente...vamos encontrar nossa senhorinha, dez anos depois a bordar e se preparar para a chegada de um novo habitante...outro filho, para grande alegria de todos e dela também. Motivo de júbilo, como sempre deve e deveria ser a chegada de um bebê em uma enorme família (a do sogro) e numa pequena família como a sua. Novamente os exercícios e a preparação para mais um parto sem dor. O médico seria outro, um primo que havia se mudado para Muriaé e de quem ela gostava muito. Avisou a ele que faria o parto sem dor e este lhe afirmou, categoricamente, que isto não existia. Mas a nossa amiguinha era teimosa e se dispôs a se exercitar sem contar com a ajuda do médico...para isto retirou o seu querido livro da estante e reiniciou, com dedicação, os seus exercícios.

 Roupas foram lavadas, ao sol secavam e anunciavam a felicidade que se aproximava. As passadeiras se esmeravam, mister era deixar um cheirinho de bebê em todas as roupinhas. Os dois irmãos não cabiam em si de tanta alegria...uma nova etapa se iniciaria para aquelas vidas. Esperança de novos dias e de novas aventuras, com um irmãozinho a alegrá-los.

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Por hoje, amigos, é só. Na próxima semana voltarei.
               Bjssssssss 

domingo, junho 20, 2021

  Os bailes da vida




E a vida  de nossa senhorinha, corria tranquila, entre as acolhedoras montanhas de Minas, e sua rotina de ir e vir para a escola, finais de semana em Muriaé e férias no Rio de Janeiro.
Uma nova professora , recém formada veio trabalhar no Grupo Escolar...seu nome era Oneida e surgiria ali uma amizade destas que duram a vida inteira. Morena, alta e muito bonita...com seu jeito meigo a todos conquistou. E nossa senhorinha recebeu-a em seu coração.
Solange, a Sossô, era outra amiga muito querida...dividiam uma sala de aula e ajudavam-se mutuamente.Esta divisão de salas foi feita de maneira nada ortodoxa...todos os anos organizavam festas na escola para arrecadarem fundos para a Caixa Escolar. E nossa amiga, junto com sua querida amiga Ângela (uma das cabecinhas louras da noite de Santo Antônio), organizavam estas festas que tanto podiam ser um desfile,  uma feijoada ou um baile temático. Era uma verdadeira aventura, a organização destas festas...pediam um caminhão emprestado ao vizinho da Escola, o Sr Domingos, e o filho, Dominguinho ia na direção...as duas, na carroceria e, de casa em casa, pegavam emprestadas cadeiras e mesas, escrevendo os nomes dos donos para não haver confusão...só que, para um dos desfiles pegaram emprestado uma passadeira enorme, um tapete vermelho da Igreja usado para os casamentos...este não teve nome escrito e desapareceu após a festa...nunca mais se teve notícia dele...
Mas eu falava de como as salas passaram a ser uma só...foi também para um dos bailes que desmontaram as paredes internas da escola e surgiu um enorme salão, maravilhoso salão de baile...e de uma feita, não conseguiram montar uma das paredes totalmente e as duas últimas salas ficaram "geminadas"...daí as aulas passarem a ser "compartilhadas". 
Já lhes contei que ela, a nossa senhorinha, adorava contar histórias, cantar e brincar com os alunos...só não sei se lhes contei da verdadeira OJERIZA à tal da MATEMÁTICA, mesmo tendo um pai e uma mãe formados em Contabilidade e que se deliciavam resolvendo problemas e equações...pois bem a amiga Sossô, não gostava de contar histórias e adorava dar aula de aritmética. Então o que faziam? Juntavam as turmas e cada uma ensinava o que mais gostava...era bom para os alunos e para elas também.
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Voltando aos bailes...era a época da explosão do twist e do rock...e vamos encontrar nossa senhorinha aprendendo com a amiga Ângela todos os passos das novas danças.

E ensaiavam os passos, ao som da pequena eletrolinha, as duas muito animadas e com aquele ímpeto do qual só a juventude é capaz.
 No dia do baile deram um verdadeiro show, deixando o marido de uma e o noivo da outra sentados, enquanto percorriam o salão. Foi o motivo para uma enorme briga com os parceiros e para nossa senhorinha se refugiar na casa da vizinha da escola para chorar desesperadamente. Ela gostava de ser livre e não entendia o porquê desta atitude machista do marido...a época era de mudanças de comportamentos e atitudes, mas o espírito antiquado dos "coronéis" da época influenciava os filhos que não aceitavam que esposas e noivas fossem de encontro às suas vontades.
E à sua cabeça vinha a melodia do Chico querido Buarque de Hollanda:


Olê, Olá

Chico Buarque

Não chore ainda não, que eu tenho um violão
E nós vamos cantar
Felicidade aqui pode passar e ouvir
E se ela for de samba há de querer ficar
Seu padre toca o sino que é pra todo mundo saber
Que a noite é criança, que o samba é menino
Que a dor é tão velha que pode morrer
Olê, olê, olê, olá
Tem samba de sobra, quem sabe sambar
Que entre na roda, que mostre o gingado
Mas muito cuidado, não vale chorar
Não chore ainda não, que eu tenho uma razão
Pra você não chorar
Amiga, me perdoa, se eu insisto à toa
Mas a vida é boa para quem cantar
Meu pinho, toca forte que é pra todo mundo acordar
Não fale da vida, nem fale da morte
Tem dó da menina, não deixa chorar
Olê, olê, olê, olá
Tem samba de sobra, quem sabe sambar
Que entre na roda, que mostre o gingado
Mas muito cuidado, não vale chorar
Não chore ainda não, que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí
É um samba tão imenso que eu às vezes penso
Que o próprio tempo vai parar pra ouvir
Luar, espere um pouco, que é pra o meu samba poder chegar
Eu sei que o violão está fraco, está rouco
Mas a minha voz não cansou de chamar
Olê, olê, olê, olá
Tem samba de sobra, ninguém quer sambar
Não há mais quem cante, nem há mais lugar
O sol chegou antes do samba chegar
Quem passa nem liga, já vai trabalhar
E você, minha amiga, já pode chorar


E a festa acabou para nossa menina? senhorinha, tão feliz com suas descobertas de uma nova visão em sua existência e tão oprimida por uma algema, dourada...porém sempre algema.

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Já dizia o grande Guimarães Rosa:

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta depois esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem .O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria e inda mais ainda no meio da tristeza."

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Mas a nossa senhorinha, lembram-se?...não deixava a tristeza fazer ninho em seus cabelos e recuperou-se rapidamente.
"Verdadeiramente, tudo depende das  ideias: onde elas enraízam brotam também os pensamentos e, depois que elas se vão, se vão também os pensamentos."  (Goethe)
E pensava, pensava e ninguém era dono de seu pensar e de suas ideias e ideais...e lia muito, sonhava mais ainda, seu espírito indômito a conduzia para a frente sempre. Como aquele trem da sua infância...
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E o rock ganhava força entre as meninas , mocinhas e senhorinhas da época.
 Era o início da Beatlemania, que em breve tomaria conta do mundo. Com todo esse sucesso, a banda começou a pensar em atuar em um filme e o empresário Brian Epstein adorou a idéia de levar o quarteto às telonas.
Os Beatles já eram fãs dos filmes de rock and roll, não tanto pelos roteiros, que eram péssimos, mas pelas músicas. Esse era o grande motivo que levava os jovens ao cinema para assistir os filmes de rock. No caso dos Beatles, eles queriam uma boa história e exigiam que a trilha sonora fosse composta por Lennon & McCartney.
Devido aos compromissos, as filmagens precisavam acontecer de forma rápida e o mesmo aconteceria com as gravações. Sendo assim, a banda teve por volta de duas semanas para compor, ensaiar e gravar a trilha que foi lançada no 3º disco dos Beatles, levando o mesmo nome do filme: A Hard Day’s Night.
O filme conta de forma resumida, como era o dia-a-dia da banda, entre programas de TV, rádio, ensaios, gravações e shows; tudo isso em meio à histeria das fãs. No disco, o lado A contém as 7 canções inéditas do filme. As 6 canções do lado B foram compostas durante as filmagens e não fazem parte da trilha sonora.

É logico que sua mania de ouvir rock era considerada um absurdo pela família toda (do marido). O pai, a mãe e os irmãos também gostavam, era outra mentalidade.
E os filhos usavam o corte de cabelo dos Beatles, lindos com seus cabelos grandes e uma franja lisa, em uma época em que os meninos tinham o cabelo cortado à Principe Danilo : cabeça raspada e um topetinho!
 Os meninos faziam sucesso onde iam, menos naquela tradicional família mineira.
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Bem, amigos, preparem-se: na próxima semana uma surpresa os aguarda!
                       Bjsssssssssssssss 

 

domingo, junho 06, 2021

MEMÓRIAS DE UMA SENHORINHA __ OUTROS RUMOS


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E, novamente, a vida retomou o seu ritmo normal... brincadeiras com os filhos, final de semana com os amigos e a casa cheia de sons...o violão da amiga Drinha, as melodias sentimentais, do samba canção ao bolero, as comidinhas improvisadas pelo amigo Zé Schettini e pela Hélvia, a amiga Ângela (a mesma que a ensinou a dançar o rock e o twist) e o noivo Paulo do Vale, o Walter (Telo),sua noiva Emirene,  a Hulda e o Elito, namorados na época, o cunhado Brandãozinho e sua esposa Marlene...estes os mais frequentes. Em alguns outros sábados havia outras pessoas, mas os habituais eram estes.
Foram vários os fatos interessantes ocorridos nestes finais de semana, regados a Cuba Libre ( a bebida da época, rum com coca cola)

Receita de Cuba Libre


Ingredientes:

1 limão
2 doses de rum leve
Coca-Cola ou Pepsi Cola

Modo de preparar:
Esprema o limão num copo e deixe cair as metades da fruta. Soque-as e junte cubos de gelo. Adicione o rum e complete com a Coca-Cola ou Pepsi. Mexa bem e sirva.

Era uma delícia e para quem nunca havia bebido nada( só a cerveja preta da época da amamentação e o vinho "batizado com água" da infância e puro nas comemorações familiares) era um senhor drink.
E as comidinhas? Na maioria das vezes era um peixe feito pelo Zé Schettini e pescado por ele, Paulo do Vale e Drinha (Marília Chiarelli) Eles mesmos limpavam os peixes e depois, Hélvia e o Zé o preparavam...uma delícia!
Algumas vezes eram preparados franguinhos, apanhados ( surrupiados) no galinheiro do sogro ...ás vezes se reuniam na casa do irmão do Walter, o Norton...este era casado com a irmã do Paulo, a Virinha...e, em uma destas vezes, o nosso querido cozinheiro, acompanhado do irmão da dona da casa, assaltou o galinheiro da  casa, amordaçando a galinha para que não gritasse enquanto os demais distraiam os donos da casa...após preparem a "penosa",vieram servi-la e os queridos amigos adoraram a surpresa...só ficaram sabendo que era do próprio galinheiro, quando só havia ossos para relembrá-la.
De outra feita, na fazenda, resolveram dançar o cancan e animadamente se puseram a ensaiar...só que a amiga Ângela levantou a perna esquerda e ela, a nossa senhorinha, a direita...foi uma "rasteira" bem dada, ela caiu e a amiga também, sobre ela, aliás, sobre o seu braço. Imaginem a dor e o choro de uma pessoa com o braço quebrado e as outras pessoas a falarem que era "apenas" um destroncado...seu pobre braço foi puxado para chegar no lugar inúmeras vezes e de manhã, após uma terrível noite, resolveram levá-la ao farmacêutico (não havia hospital na cidade e muito menos médico), o qual decidiu que deveria colocar o braço "no lugar"...após novos puxões, um braço já inchado e uma pessoa protestando veementemente, resolveram que o melhor seria levá-la para Muriaé. Em resumo, demoraram uma hora para decidir e duas de viagem...após três horas, o braço, que não parara de doer, já estava muito inchado e foi dificílimo engessar. Resultado, um braço que nunca mais foi o mesmo. Mas ela, a senhorinha, já recuperada e sem dor, nem se incomodou com isto...
 Belos tempos aqueles...

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 E o pai resolveu fazer-lhe uma surpresa...um jeep, amarelinho, antigo, 1951, lindo...a charrete seria aposentada e ela passaria a ir  de carro para as aulas... foi um sucesso aquele novo meio de transporte...nunca mais as birras de seu "Paraíso", nunca mais a ladainha de esperar encontrarem o seu paradeiro quando desaparecia na imensidão dos pastos.
E o irmão seria o seu professor...mais uma aventura para ela, que já havia dirigido o carro do pai algumas vezes. Só havia um pequeno problema, o querido Bel Air era hidramático e o jeep não...outro problema, a falta de paciência do irmão. Ela chegou a dirigir algumas vezes, mas detestava ter que passar as marchas e o marido por medo de que lhe acontecesse algum acidente, passou a levá-la todos os dias. Adeus, independência!

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Os pais compraram um terreno no Recreio dos Bandeirantes e nas férias outras atividades os aguardavam: aos sábados acompanhar a mãe em uma grande empreitada, indo até Vargem Grande, que na época era povoada por fazendas e buscar terra e esterco para que ela plantasse mudas e mais mudas de árvores frutíferas, pois o seu sonho era transformar aquele espaço em um grande pomar. E mudas de mangueiras, abacateiros, laranjeiras, limoeiros e cajueiros foram plantados, dando início a uma fase de regas e limpeza do terreno que um dia seria farto destas frutas.
Uma casa pré fabricada foi montada, tendo apenas a cozinha e o banheiro em alvenaria. Uma bomba acionada manualmente, trazia a água necessária ao consumo diário...para se tomar banho era necessário várias bombadas para encher a caixa...mas tudo se transformava em uma grande aventura para todos,
O Recreio dos Bandeirantes fica na zona Oeste do Rio de Janeiro e hoje é uma região badalada e super povoada. Na época, entretanto, poucas casas havia por lá, as ruas não eram asfaltadas e onde hoje há praças e shoppings havia um imenso areal, onde as crianças brincavam de escorregar.


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Recreio dos Bandeirantes


Vista da Prainha.
Um dos principais distritos da região da Barra, o Recreio situa-se entre o mar, a Barra da Tijuca, Vargem Grande / Vargem Pequena, e Grumari. Possui a segunda maior população da região e também várias opções comerciais, como o Recreio Shopping. Apresenta menor nível de verticalização que o bairro da Barra da Tijuca, e, movido pela proposta de ser um bairro ecológico e de elevada qualidade de vida, abriga em seu bastante arborizado interior o Parque Ecológico Chico Mendes, o Parque Marapendi, fora outras reservas, sendo também muito bem servido por praças arborizadas e inúmeras ciclovias.

Educação e ciência

A região conta com diversos estabelecimentos de ensino fundamentalunidades pré-escolaresescolas de nível médio e algumas instituições de nível superior.
Dentre instituições de ensino superior instaladas na região observam-se o IBMEC, a Pontifícia Universidade Católica (com cursos de extensão universitária), a FGV (cursos de MBA), a Universidade Gama Filho, a Universidade Estácio de Sá, a Unigranrio, dentre outros.

Cultura, lazer e qualidade de vida


Fachada do New York City Center
Dentre as opções de cultura e lazer da região estão grandes shopping centers, salas de cinema multiplex, complexos esportivos, teatros, parques, trilhas naturais e as praias da região.

Hoje é esta a realidade do Recreio dos Bandeirantes ,mas na época, lá nada havia, apenas uma praia quase deserta e uma enorme vastidão de areia, até a nossa casa. Passávamos pela estrada do Joá, com suas perigosas curvas e era uma verdadeira viagem, com nosso carro carregado de panelas, pratos e talheres. A iluminação era à gás, com lampiões em todas as portas e dentro dos cômodos. Tínhamos que levar todos os gêneros alimentícios, pois lá só havia uma pequena "Tendinha", com pouquíssimos recursos.

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 Por hoje é só, amigos...voltarei na próxima semana, com a senhorinha no Recreio dos Bandeirantes.
                            Bjssssssssssss,

 
 
 

domingo, maio 16, 2021

Um novo tempo

 Alegria à vista!!! Uma nova escola inaugurada na cidade, trazendo novos e promissores rumos à vida de nossa senhorinha...Novas colegas, nova diretora, nova realidade!



Era o GRUPO ESCOLAR  DR OLAVO TOSTES  e sua diretora, Dna Conceição, sabia mesclar autoridade com carinho, não mais havendo aquele clima pesado da outra escola gerador de revolta e insubordinação entre os alunos.





 Nas extremidades, à esquerda, a "senhorinha" Dona Leninha e à direita, a Diretora Dna Conceição

E ela teria uma sala de primeira série, seu sonho desde que começara a lecionar.

Era uma escola pré fabricada, muito em voga na época.Estas escolas, não eram bonitas, esquentavam muito e para um clima quente , não se revelaram uma escolha ideal...mas, devido ao baixo preço e à fácil manutenção, foram adotadas em várias cidades do país.

Estas seriam as qualidades mais importantes, mas há outras que também devem ser levadas em conta:

    • Isolamento térmico, impermeabilidade e resistência ao apodrecimento;
    • Resistência ao fogo e volume estável;
    • Aptidão para ser assentado e montado de maneira fácil;
    • Pouca necessidade de manutenção e conservação;
    • Resistência elevada.
Para as jovens e idealistas professoras representavam a modernidade e a certeza da chegada do progresso.

Escola nova, novas ideias e o melhor de tudo:uma primeira série com 30 alunos, sendo que dois eram seus filhos!
E com que alegria, ela levava sua charrete, não se importando com as "pirraças" do seu Paraiso e muito menos com as implicâncias do marido..

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Sua turminha era linda, para ela a mais bonita da escola, os livros novinhos, fornecidos pelo Estado.

 Caminho Suave, era o nome da Cartilha

Caminho Suave

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Caminho Suave é uma obra didática, uma cartilha de alfabetização, concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima (1911-2001), que se tornou um fenômeno editorial. De acordo com o Centro de Referência em Educação Mário Covas, calcula-se que, desde 1948 quando teve sua primeira edição, até meados da década de 1990, foram vendidos 40 milhões de exemplares dessa cartilha.
Em 1995Caminho Suave foi retirada do catálogo do Ministério da Educação (portanto, não é mais avaliada), em favor da alfabetização baseada no construtivismo. Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha de Branca Alves de Lima ainda vende cerca de 10 mil exemplares por ano.

Método de Alfabetização pela Imagem

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 1997, Branca Alves de Lima relatou que quando começou a lecionar, em cidadezinhas no interior paulista, a prática pedagógica para alfabetização se chamava "método analítico". Com o fim do Estado Novo, em 1945, as autoridades do MEC chegaram à conclusão que o "método analítico" não funcionava e estava superado, e deram liberdade didática aos professores.
Foi observando a dificuldade de seus alunos, a maioria oriundos da zona rural, que Branca Alves de Lima criou o método que ela própria denominou "alfabetização pela imagem". A letra "a" está inserida no corpo de uma abelha, a letra "b", na barriga de um bebê, o "f" fica instalado no corpo de uma faca, a letra "o", dentro de um ovo e assim por diante.
Especialistas em pedagogia afirmam que "Caminho Suave" e "Sodré" (de Benedita Stahl Sodré, autora da Cartilha Sodré) são os únicos métodos realmente brasileiros de alfabetização em português. O método da cartilha Caminho Suave começa pelas vogais, forma encontros vocálicos e depois parte para a silabação. O sucesso editorial seria devido ao fato de unir o processo analítico ao sintético, facilitando o aprendizado.
        E ela pretendia que fosse mesmo suave o caminho da aprendizagem e da alfabetização daquelas crianças...não pensem com isto que ela era a professora "boazinha" das histórinhas...era meiga e doce, mas sabia ser enérgica e exigente quando se tratava de disciplina, ora se sabia. Cantava, brincava, contava histórias, mas na hora do " vamos  ver", todo mundo "pianinho" porque estavam ali para aprender e isto muitas vezes incluia hábitos aos quais não estavam habituados em suas casas. Com licença, por favor e muito obrigada, não eram ensinados por muitos pais e ela fazia questão de ter alunos gentis uns com os outros e com os funcionários da escola.

Aliava ao tratamento enérgico, um carinho muito grande que se revelava nos momentos de "Histórias contadas" e Histórias Lidas", nos momentos de canções e de brincadeiras recreativas e educativas...ah, e nos desenhos nos cadernos de Dever de Casa...todos os dias levava para casa e fazia um desenho em cada um, no cabeçalho de cada caderninho! E era uma alegria para eles a surpresa diária: flores, paisagens, animais coloriam a vida e os cadernos daquelas crianças. E as excursões? Saiam em busca de beleza e a natureza era pródiga naquela cidade...a escola ficava quase no final da rua e depois deste final...o campo, a estrada e as montanhas...as fazendas, sendo que a sua era o melhor local para levá-los, havia o curral com as vacas e os bezerrinhos, a serraria, a tulha de arroz e milho e  a máquina de café (uma espécie de armazém onde se beneficiava o café) com suas enormes pilhas do mesmo.E era uma aventura para aquelas crianças escalar as pilhas de sacos e depois saltar sobre a montanha de palha de café.
E  em uma festa de Santo Antônio, a surpresa: uma camionete trazendo as filhas do Sêo Amaro Goulart para no terreiro da fazenda... uma revoada de cabecinhas louras desce e vem cumprimentá-la...uma nova fase iria ter início em sua vida, amigos novos, alegres e comunicativos, pessoas que partilhavam as mesmas ideias que ela, que sentiam as mesmas emoções ao ouvir uma melodia, que liam os mesmos livros, amavam os mesmos poetas e os mesmos cantores. 

 E o que ouviam as senhorinhas da época? Tom Jobim, Caetano Veloso, Maria Creusa, Dolores Duran, Maysa,Rita Pavoni, Elvis Presley, Peppino Di Caprio e mais outros nomes que as faziam vibrar.
E nos finais de semana passaram a se reunir em sua casa para cantar e ao som do violão de uma das amigas,iam noite adentro...
Ouça, Roberta, Nel blu dipinto  di blu, Desafinado e aquela que era a mais querida por elas, a melodia cantada pela  amada e competente Elisete Cardoso:

Modinha ( Olho A Rosa Na Janela )

Elizeth Cardoso

Olho a rosa na janela,
Sonho um sonho pequenino...
Se eu pudesse ser menino
Eu roubava essa rosa
E ofertava, todo prosa,
À primeira namorada.
E nesse pouco ou quase nada
Eu dizia o meu amor,
O meu amor...
Olho o sol findando lento,
Sonho um sonho de adulto...
Minha voz na voz do vento
Indo em busca do teu vulto.
E o meu verso em pedaços
Só querendo o teu perdão;
Eu me perco nos teus passos
e me encontro na canção...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...

E com esta melodia eu me despeço por hoje...na próxima semana voltarei.

                  Bjssssssssssss 

 


domingo, fevereiro 07, 2021

 

Memórias de uma Senhorinha







Passa o tempo, implacável e frenético, passam as estações e nossa senhorinha, imersa em sua aventura particular de criar os filhos e encaminhar os filhos do coração, nem percebe a mudança das estações...

 E em sua charrete ela segue, sufocando a saudade que teima em beliscar o seu coração...sonha, ao balançar da marcha melancólica de seu "Paraiso", com os dias vindouros, o abraço familiar, o aconchego dos pais e dos irmãos...envolve, ao sacudir do trote do cavalinho, em organzas e cambraias, a ternura e o delicioso afago do ambiente familiar...vibra, a cada relinchar e o pôe a correr, pensamentos céleres a percorrer o seu ser, trilhando uma estrada que a levará ao destino desejado.

E, como dizia Quintana:

O Tempo 
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando de vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 

E chegaram as férias...arrumações de malas, aflições, e o dia não chega, meu Deus, esperar com calma, não adianta ficar ansiosa, não vai fazer o tempo andar...e os pensamentos se sucediam com a rapidez de um trem bala.

Ela, sempre calma e tranquila, sentia como se um vulcão entrasse em erupção em sua mente.

E, enfim, o pai telefonava avisando que a iria buscar para o seu aniversário, 13 de dezembro.

Prazer muito além do sobreviver...de viver com. Alegria muito além do apenas sorriso...riso em flor, em cadência, em Allegro ou em Andante Cantabile.

Era o ano de 1973...

  

O que aconteceu em 1973?


O ano de 1973 no Brasil estava sob o governo Médice, no auge do regime militar. O mundo estava em expansão e permitiu o aumento de investimento via endividamento externo. A moda era a calça boca de sino. A musa, Darlene Glória. O ídolo esportivo, Emerson Fittipaldi. Na vitrola, rodavam os Secos & Molhados.
Foi o grande estouro do ano. Os Secos & Molhados eram liderados pelo inquieto Ney Matogrosso. Com letras descomplicadas e muitas músicas feitas a partir de poemas de autores brasileiros, seu primeiro disco chegou rapidamente ao topo das paradas de sucesso e vendeu mais de 800 mil cópias no ano. Com eles, a música popular retomava as últimas consequências a antropofagia musical tropicalista. O grupo formado por Ney Matogrosso, João Ricardo e Gérson Conrad se tornaria um fenômeno em pouco mais de um ano de ida. Eles já irromperam na cena conquistando o público, rendendo a mídia e abocanhando o mercado fonográfico. Mais que um grupo, Secos & Molhados se tornou um conceito. O trio já nasceu cult e, ao mesmo tempo, super-popular. Várias faixas do disco viraram hits. Os mais poéticos embeveciam-se com “Rosa de Hiroshima”, poema de Vinícius de Moraes, os jovens se embalavam na força de “Sangue Latino”, e a garotada ia à loucura com “O Vira”.
As guitarras, a poesia, os arranjos modernos, a maquiagem, o vocal insólito e o rebolado de Ney provocaram um espanto sem precedentes. Lançado em agosto de 1973, o LP Secos & Molhados vendeu 300 mil cópias em três meses. Em um ano, chegou à marca das 800 mil, quase o dobro do campeão de vendas da época, Roberto Carlos, com a banda lotando estádios por todo o país. Em agosto de 1974, o grupo lançaria o segundo LP, simultaneamente ao anuncio da saída de Ney. A saída do vocalista foi seguida pelo violonista Gerson alegando a mesma razão, o controle dos direitos autorais e das finanças por João Ricardo, o principal compositor e que tentaria ressuscitar (sem sucesso) o grupo em 1977, 1980 e 1987. E o álbum de 1973 foi eleito um dos melhores discos da história do Brasil.
Outro emblemático disco de 1973, gravado em Londres, foi “Dark Side of the Moon”, do grupo psicodélico britânico Pink Floyd. O disco sombrio ficaria mais de 700 semanas na lista dos 200 de maior sucesso nos EUA, um recorde histórico. Escorado por músicas como “Money”, “Breathe”, “Time” e “The Great Gig in the Sky”, o álbum com a capa do prisma tornou-se um ícone da cultura pop. O conceito do disco, segundo o baixista, fundador e principal compositor do grupo, Roger Walter, gira em torno do individualismo e de como a sociedade tornou-se opressora. O disco permaneceu por 724 semanas na parada dos EUA, um recorde. Já foram vendidas mais de 30 milhões de cópias do álbum e relançado com materiais extras no 20º e 30º aniversários. Em março desde ano (2007) Walter apresentou-se na praça da Apoteose, Rio e no estádio do Morumbi, SP, tocando todas as canções de “Dark Side of the Moon”.
A importância do Pink Floyd surgiu a partir da utilização de recursos da música concreta (ruídos de portas que se abrem e fecham, de passos de pessoas, de água que escorre, etc) e eletrônico, fundidas com o estilo clássico, baladas inglesas tradicionais, blues e rock. Com ruídos inéditos, o Pink Floyd sugeria uma atmosfera de ficção científica, além de propor uma nova abertura, desde o aparecimento dos Beatles, no saturado universo da música pop. O conjunto é pioneiro no uso de laser, audiovisuais e suportes mecânicos em seus super-produzidos concertos ao vivo.
Ainda no mundo da música Raul Seixas lança seu grito de guerra no Lp “Krig-há, Bandolo” (na verdade, esse grito é dos macacos nos gibis de Tarzan que Seixas era fã), Tom Jobim com o seu “Matita Perê”, Milton Nascimento e o “Milagre dos Peixes”, o maldito Walter Franco e “Ou Não”, Paulinho da Viola com o excelente “Nervos de Aço”, Luiz Melodia e a sua “Pérola Negra”, “Tom Zé com “Todos os Olhos” e Gal Costa com “Índia”. 
No cinema os destaques do ano são O Último Tango em Paris, de Bertolucci, Gritos e Sussurros, de Bergman, e Amarcord, de Fellini (1973). Os musicais pop, rescaldo da contracultura, fazem sucesso: Godspell, a Esperança, de David Greene e Jesus Cristo Superstar, de Norman Jewson. No Brasil chega às telas Toda Nudez Será Castigada, de Arnaldo Jabor. A adaptação da peça de Nélson Rodrigues causa escândalo nos cinemas. Tem ainda obras importantes como Uirá, o Índio em Busca de Deus, de Gustavo Dahl, Os Condenados, de Zelito Viana, Sagarana, o Duelo, de Paulo Thiago. O ano marca o auge da produção pornochanchada, gênero que tem uma fórmula baseada em humor, muito sexo e que consegue ampliar o público do cinema - em dez anos, o número de espectadores no país salta de 25 milhões para 60 milhões.
Várias foram as formas de resistência que os autores críticos usaram para se contrapor à política e ideologia do regime e para fazer chegar ao público suas mensagens, driblando a tesoura e o camburão. Entrelinhas, duplos sentidos, trocadilhos, mensagens cifradas: para bom entendedor, meia palavra tinha de bastar. Foram produzidas (e proibidas) várias obras críticas que versavam sobre os problemas sociais, o sufoco e a repressão daqueles tempos. Como exemplo, peça teatral como Um Grito Parado no Ar, de Gianfrancesco Guarnieri (1973).
Lima Duarte incorporou o cangaceiro Zeca Diabo e Paulo Gracindo viveu Odorico Paraguaçu na primeira novela em cores da TV brasileira: O Bem Amado. Nas noites de domingo uma voz anunciava “olhe bem, preste atenção!. Era o Fantástico, da Rede Globo, o programa revista de entretenimento com jornalismo.

Fonte: Blog do Gutemberg 




De presente de aniversário, um exemplar do sucesso do momento:O Último Tango em Paris. A irmã lhe deu de presente e ela vibrou!
Uma festa foi organizada para comemorar os seus trinta e   seis anos...festa em que foi apresentada aos amigos da irmã, frequentadores da Igreja da Glória, onde formavam um Grupo Jovem, idealistas engajados nos ideais de uma sociedade mais justa, com igualdade social e oportunidades para todos. O regime militar os assustava, mas não os calava. Faziam parte da Pastoral da Juventude.

    A  Pastoral da Juventude é a ação dos jovens como Igreja, unidos e organizados a partir dos Grupos de Jovens. É a juventude evangelizando outros jovens em comunhão com toda a Igreja.
A PJ não é apenas uma organização ou uma estrutura como alguns ainda pensam. Na verdade, os grupos de jovens são a base desta pastoral e é no grupo e pelo grupo que a PJ acontece.
Quando o grupo busca aprofundar e viver a fé, atuar na comunidade, descobrir como transformar a realidade e, junto com os demais grupos, ser evangelizador de outros jovens, já está sendo e fazendo Pastoral da Juventude.

E a nossa senhorinha passou a frequentar a Igreja e a comparecer às reuniões, repleta a cabeça de sonhos e de ideais revolucionários.




E com este mesmo grupo de amigos, o cinema Paissandu, com seus filmes de arte...Fellini, Buñuel, Godard eram os reverenciados na época, entre outros...as peças teatrais(merecedoras de um capítulo à parte), e a praia de todos os dias...


Amigos que me lêm,  pacientemente, devo parar ou ficarão cansados. Voltarei na próxima semana.
                            Bjssssssss 

 



Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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