Alegria à vista!!! Uma nova escola inaugurada na cidade, trazendo novos e promissores rumos à vida de nossa senhorinha...Novas colegas, nova diretora, nova realidade!
Era o GRUPO ESCOLAR DR OLAVO TOSTES e sua diretora, Dna Conceição, sabia mesclar autoridade com carinho, não mais havendo aquele clima pesado da outra escola gerador de revolta e insubordinação entre os alunos.
Nas extremidades, à esquerda, a "senhorinha" Dona Leninha e à direita, a Diretora Dna Conceição
E ela teria uma sala de primeira série, seu sonho desde que começara a lecionar.
Era uma escola pré fabricada, muito em voga na época.Estas escolas, não eram bonitas, esquentavam muito e para um clima quente , não se revelaram uma escolha ideal...mas, devido ao baixo preço e à fácil manutenção, foram adotadas em várias cidades do país.
Estas seriam as qualidades mais importantes, mas há outras que também devem ser levadas em conta:
- Isolamento térmico, impermeabilidade e resistência ao apodrecimento;
- Resistência ao fogo e volume estável;
- Aptidão para ser assentado e montado de maneira fácil;
- Pouca necessidade de manutenção e conservação;
- Resistência elevada.
Escola nova, novas ideias e o melhor de tudo:uma primeira série com 30 alunos, sendo que dois eram seus filhos!
E com que alegria, ela levava sua charrete, não se importando com as "pirraças" do seu Paraiso e muito menos com as implicâncias do marido..
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Sua turminha era linda, para ela a mais bonita da escola, os livros novinhos, fornecidos pelo Estado.
Caminho Suave, era o nome da Cartilha
Caminho Suave
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Caminho Suave é uma obra didática, uma cartilha de alfabetização, concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima (1911-2001), que se tornou um fenômeno editorial. De acordo com o Centro de Referência em Educação Mário Covas, calcula-se que, desde 1948 quando teve sua primeira edição, até meados da década de 1990, foram vendidos 40 milhões de exemplares dessa cartilha.Em 1995, Caminho Suave foi retirada do catálogo do Ministério da Educação (portanto, não é mais avaliada), em favor da alfabetização baseada no construtivismo. Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha de Branca Alves de Lima ainda vende cerca de 10 mil exemplares por ano.
Método de Alfabetização pela Imagem
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 1997, Branca Alves de Lima relatou que quando começou a lecionar, em cidadezinhas no interior paulista, a prática pedagógica para alfabetização se chamava "método analítico". Com o fim do Estado Novo, em 1945, as autoridades do MEC chegaram à conclusão que o "método analítico" não funcionava e estava superado, e deram liberdade didática aos professores.Foi observando a dificuldade de seus alunos, a maioria oriundos da zona rural, que Branca Alves de Lima criou o método que ela própria denominou "alfabetização pela imagem". A letra "a" está inserida no corpo de uma abelha, a letra "b", na barriga de um bebê, o "f" fica instalado no corpo de uma faca, a letra "o", dentro de um ovo e assim por diante.
Especialistas em pedagogia afirmam que "Caminho Suave" e "Sodré" (de Benedita Stahl Sodré, autora da Cartilha Sodré) são os únicos métodos realmente brasileiros de alfabetização em português. O método da cartilha Caminho Suave começa pelas vogais, forma encontros vocálicos e depois parte para a silabação. O sucesso editorial seria devido ao fato de unir o processo analítico ao sintético, facilitando o aprendizado.
E ela pretendia que fosse mesmo suave o caminho da aprendizagem e da alfabetização daquelas crianças...não pensem com isto que ela era a professora "boazinha" das histórinhas...era meiga e doce, mas sabia ser enérgica e exigente quando se tratava de disciplina, ora se sabia. Cantava, brincava, contava histórias, mas na hora do " vamos ver", todo mundo "pianinho" porque estavam ali para aprender e isto muitas vezes incluia hábitos aos quais não estavam habituados em suas casas. Com licença, por favor e muito obrigada, não eram ensinados por muitos pais e ela fazia questão de ter alunos gentis uns com os outros e com os funcionários da escola.
Aliava ao tratamento enérgico, um carinho muito grande que se revelava nos momentos de "Histórias contadas" e Histórias Lidas", nos momentos de canções e de brincadeiras recreativas e educativas...ah, e nos desenhos nos cadernos de Dever de Casa...todos os dias levava para casa e fazia um desenho em cada um, no cabeçalho de cada caderninho! E era uma alegria para eles a surpresa diária: flores, paisagens, animais coloriam a vida e os cadernos daquelas crianças. E as excursões? Saiam em busca de beleza e a natureza era pródiga naquela cidade...a escola ficava quase no final da rua e depois deste final...o campo, a estrada e as montanhas...as fazendas, sendo que a sua era o melhor local para levá-los, havia o curral com as vacas e os bezerrinhos, a serraria, a tulha de arroz e milho e a máquina de café (uma espécie de armazém onde se beneficiava o café) com suas enormes pilhas do mesmo.E era uma aventura para aquelas crianças escalar as pilhas de sacos e depois saltar sobre a montanha de palha de café.
E em uma festa de Santo Antônio, a surpresa: uma camionete trazendo as filhas do Sêo Amaro Goulart para no terreiro da fazenda... uma revoada de cabecinhas louras desce e vem cumprimentá-la...uma nova fase iria ter início em sua vida, amigos novos, alegres e comunicativos, pessoas que partilhavam as mesmas ideias que ela, que sentiam as mesmas emoções ao ouvir uma melodia, que liam os mesmos livros, amavam os mesmos poetas e os mesmos cantores.
E o que ouviam as senhorinhas da época? Tom Jobim, Caetano Veloso, Maria Creusa, Dolores Duran, Maysa,Rita Pavoni, Elvis Presley, Peppino Di Caprio e mais outros nomes que as faziam vibrar.
E nos finais de semana passaram a se reunir em sua casa para cantar e ao som do violão de uma das amigas,iam noite adentro...
Ouça, Roberta, Nel blu dipinto di blu, Desafinado e aquela que era a mais querida por elas, a melodia cantada pela amada e competente Elisete Cardoso:
Modinha ( Olho A Rosa Na Janela )
Elizeth Cardoso
Olho a rosa na janela,
Sonho um sonho pequenino...
Se eu pudesse ser menino
Eu roubava essa rosa
E ofertava, todo prosa,
À primeira namorada.
E nesse pouco ou quase nada
Eu dizia o meu amor,
O meu amor...
Olho o sol findando lento,
Sonho um sonho de adulto...
Minha voz na voz do vento
Indo em busca do teu vulto.
E o meu verso em pedaços
Só querendo o teu perdão;
Eu me perco nos teus passos
e me encontro na canção...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
E com esta melodia eu me despeço por hoje...na próxima semana voltarei.
Bjssssssssssss
Sonho um sonho pequenino...
Se eu pudesse ser menino
Eu roubava essa rosa
E ofertava, todo prosa,
À primeira namorada.
E nesse pouco ou quase nada
Eu dizia o meu amor,
O meu amor...
Olho o sol findando lento,
Sonho um sonho de adulto...
Minha voz na voz do vento
Indo em busca do teu vulto.
E o meu verso em pedaços
Só querendo o teu perdão;
Eu me perco nos teus passos
e me encontro na canção...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor...
E com esta melodia eu me despeço por hoje...na próxima semana voltarei.
Bjssssssssssss
13 comentários:
Boa tardinha de domingo, querida amiga Leninha!
Poxa! Que saudade!
Fico tão contente quando você vem aqui postar as reminiscências da sua vida.
Vou ler com toda calma. Gostei da música da Elisete Cardoso que minhas tias gostavam.
Voltarei outra hora.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Muito obrigada, minha querida amiga Rosélia, sempre presente com o seu carinho e atenção! Um beijo carinhoso!!!
E que despedida hem Leninha!
Sempre bom ler as aventuras e historias da Senhorinha num cantinho das Minas tão Gerais. Bom saber esta evolução do ensino numa época tão estranha de um regime. Interessante a cartilha tão brasileira da Branca Alves. Era muito bom mesmo as famosas excursões pela natureza e depois ter que fazer uma composição do passeio.
Belas lembranças Leninha.
Uma boa noite e feliz semana.
Cuide-se bem.
Beijo amiga conterrânea.
Meu querido amigo Toninho!!!
Foi um tempo muito bom aquele, sonhos se realizando, crianças inocentes, respeitosas e educadas. Não existia esta falta de respeito da atualidade, alunos tinham uma verdadeira adoração pelas professoras e, até hoje me escrevem, enviam mensagens declarando este sentimento. Obrigada por seu carinho e suas palavras tão ternas. Um beijo, meu querido!
Que lindo,Leninha e muita alegria ao ver uma nova escolinha surgindo. Adorei a Elisete Cardoso. Lembro bem dela, minha mãe a ouvia sempre! Adorei! Linda semana, beijos, chica
Muito querida amiga Chica🎵🎶💓. É sempre bom ler você e sentir o seu carinho transbordando de suas palavras. Obrigada, minha linda! Um beijo 😘 carinhoso pra você 😙
Voltei para ler com mais calma.
Gostei da professora idealista, assim éramos nós nos áureos tempos do Magistério.
Tempo de mães que conciliação profissão com filhos, aliás é uma profissão que se torna possível sem prejuízo.
Gosto também do lado enérgico que precisamos ter
Na tal "hora do vamos ver" precisamos ser assim.
Também trabalhei bem o lado humano e afetivo, famílias não cuidavam muito do lado em questão.
Com certeza, foi uma exímia mestra.
Tenha um anoitecer/amanhecer abençoado!
Beijinhos carinhosos e fraternos
Como me lembro desta fase da tua profissão e de vida, minha querida Leninha! De todas as mudanças a que mais me tocou foi ver esse exército de crianças levando ainda mais bulício à fazenda rolando pelos sacos de café. E como esquecer essa alegria e energia em tudo o que fazes? Tanto a juventude como a tua ânsia de ensinar completam a Senhorinha sempre disposta a enfrentar novas situações
E que elegância a desta jovem que nunca para de causar espanto e admiração
Um grande beijinho, Leninha, minha doce e querida amigairmã
Leninha, querida, que prazer ler suas memórias novamente!!
sinto a emoção que sente ao escrever cada detalhe dessa caminhada lecionando, ensinando e aprendendo.
Quando estava na sétima série, estudei em uma dessas escolas de metal que colocaram no terreno da escola, era bem quente apesar da sala ser espaçosa.
Acho que todos nós lembramos nem que seja uma ou outra página de nossa cartilha, a capa...Torcendo sempre para uma nova família chegar e aprendermos.
Amei as fotos, as calças boca de sino, Leninha, sempre elegante!
Abração, amiga, adorei a leitura!
Rosélia querida, bom dia!
Foi realmente um tempo muito bom aquele...o meu entusiasmo ao lecionar me conduzia e não havia nada que me fosse impossível. Éramos assim, não é mesmo? Idealistas, otimistas e repletas de muita alegria, o que tornava o trabalho uma fonte inesgotável de prazer.
Hoje não vejo este entusiasmo...
Muito obrigada por suas palavras tão carinhosas.
Um beijo 😘🌼🌷, minha querida!
Realmente, minha querida amigairmã Manu, era encantador assistir à alegria das crianças subindo naquelas pilhas de café, aquelas risadas de felicidade e o prazer refletido nos rostinhos.
E o meu entusiasmo vinha da juventude sim, mas também ❣️ do coração pleno , da satisfação de estar realizando um sonho, acalentado durante muitos anos e , enfim, realizado.
E a cada vez que escrevo sobre esta fase da minha vida me pego revivendo todo o sentimento como se tudo houvesse ocorrido ontem.
Obrigada por me ajudar a sorrir com as tuas palavras tão ternas e carinhosas ☺️neste tempo de poucas motivações para tal.
Um beijo carinhoso e um afago 💕❤️💕❤️💕❤️
Amiga muito querida, Dalva, como a 🌟 estrela Dalva, traz para mim a alegria do seu carinho e também de suas lembranças.
As escolas de "lata", como diziam, eram verdadeiros "fornos"e, em cidades quentes como era Miradouro, tínhamos que ficar com as portas e janelas bem abertas para evitar uma desidratação das crianças.
Obrigada por tudo, minha querida, por suas bondosas palavras, por seu carinho de sempre que me aquece o coração!!!💓💓💓💓
Querida Leninha
Que delícia é ler os seus textos! Revejo-me em algumas situações e, devo dizer que. também eu, gostava de ouvir essas mesmas canções: tão longe estamos e partilhamos os mesmos gostos musicais.
É bom recordar!
Um beijinho
Beatriz
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