SONHOS E ENCANTOS

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quarta-feira, agosto 09, 2017

Memórias de uma Senhorinha

Memórias de uma Senhorinha
E o tempo , este senhor Implacável e do qual não podemos fugir, anunciava o final das férias e o temido momento da despedida. Malas feitas, corações apertados e um adeus que não seria por muito tempo, porém machucava como se o fosse.
Volta à rotina e aos afazeres diários...a busca por novidades nas casas das artesãs e os preparativos para uma nova incursão ao mundo dos negócios. Os olhos brilhavam ao descobrir colchas mais elaboradas e almofadas mais macias e coloridas. Brevemente estaria pronta para uma nova viagem ao Rio de Janeiro, levando nas malas a beleza e o sonho que alegrariam várias casas.
Enquanto tal não acontecia, um problema surgiu para lhe tirar o sono e o bom humor habituais. A amiga Drinha trabalhava na Coletoria Estadual  e para a cidade foi designada uma juíza cujo marido também era Coletor em outra cidade.Na época( Não sei se atualmente existe), não havia uma legislação que assegurasse ao marido o acompanhamento da esposa para o município para onde ela fosse nomeada. O casal , então, apavorado com a situação, passou a visitar as nossas amigas todos os dias, pedindo que se mudassem para outra cidade...a Drinha , no caso, deveria pedir a sua transferência para outro município afim de favorecer o jovem esposo.
Nossa senhorinha amava Resende Costa como se sua terra fosse... mais uma mudança em sua vida? Noites e noites mal dormidas e o casal a insistir de uma forma quase que desrespeitosa...feria os seus sentimentos e ela se mortificava a cada visita.
Mas, já dizem os antigos, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”... e sua resistência foi se enfraquecendo . Em um sofrido e frio dia ela concordou. Foram conhecer a cidade para a qual pediriam , muito à contragosto, a sua remoção, transferência, mudança...
Em uma tarde triste e desoladora, pegaram a estrada sem nenhuma alegria e rumaram para o seu futuro destino: Dores de Campos , cujo nome trazia para elas um significado nada agradável.
                                
Dores de Campos é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Fica cerca de 40 km de São João Del Rei e 35 km de Barbacena via BR-265.

Vista parcial da cidade em 2008.
Na época que ainda era um pequeno povoado chamado Povoado do Patusca, os tropeiros amarravam os cavalos em um tronco para almoçar e descansar os seus animais, onde futuramente nasceu neste mesmo local a denominada "Figueira Encantada". Este nome foi dado por historiadores uma vez que este mourão onde amarravam-se os animais não tinha vida alguma e posterior a isso nasce deste mourão uma Bela Figueira.
Assim como suas cidades vizinhas, Dores de Campos faz parte da rota Estrada Real e Trilha dos Inconfidentes.


Fonte: WIKIPEDIA   


Não lhes direi que a cidade a encantou à primeira vista 

pois estaria mentindo. Estava saindo de um sonho e 

entrando na realidade. E por mais que se tenha boa 

vontade, é bem difícil esta barganha...onde o por do

sol com o qual era presenteada todos os dias? Onde os 

artesãos com suas belas colchas e tapetes? Onde a 

magia da Laje Encantada?
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E para completar , perguntando aos moradores se encontraria casa para alugar, a resposta não poderia ser mais decepcionante... simplesmente disseram que não havia casa para alugar na cidade... os pais construíam casas para os filhos e ninguém alugaria a própria casa para um estranho. 

Os dois amigos , André e Cláudio tentavam melhorar o seu desapontamento, porém nada a tirava daquele estado de desilusão no qual mergulhara. Resolveram almoçar na Pensão do Sr Bembém (recomendada por um funcionário da Coletoria) e retornar à Resende Costa dispostas a convencer o "amável casal" da impossibilidade, da inviabilidade daquela mudança. 
Após o almoço, resolveram caminhar um pouco antes de enfrentar as duas estradas " de chão"... o asfalto ainda não havia chegado aos dois municípios, Resende Costa e Dores de Campos.
Em frente à pensão , uma casa chamou a atenção de nossa senhorinha. Mesmo mergulhada em sua profunda decepção, o seu instinto de observação não a abandonara. Sentado à porta de um açougue , um rapaz de fisionomia  simpática, observava os quatro. Obedecendo a um impulso ela lhe perguntou se aquela casa estava vazia. Qual não foi a sua surpresa quando a resposta foi afirmativa!!! O proprietário havia construído aquela casa para o filho e este havia falecido, sem nunca a ter habitado . Morava em Barbacena e para lá se dirigiram...

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Vamos fazer uma pausa para um "fechar de cortinas" temporário. Vou , mas voltarei. Aguardem!!!

Leninha Brandão





7 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá,querida Leninha!
Você escreve meticulosamente e dá gosto de se ler...
Descanse e volte, querida!
Seja muito feliz e abençoada!
Bjm de paz e bem

Mrilda Vianna disse...

Minha querida Rosélia,
Muito obrigada por suas palavras que vieram aquecer a minha noite e o eu coração.
Um beijo carinhoso! !!
Leninha

Helena Chiarello disse...

Leninhamada,
como é bom passear por essas memórias tão especiais...
Ando meio afastada dos blogs, e adiando visitas, leituras e comentários...
Mas lendo você, deu vontade de postar no blog de novo.. rsrs
Não deixe de voltar!
Beijo, minha linda!

Dalva Rodrigues disse...

Oi Leninha! Mudanças em planos sempre nos trazem uma preocupação a mais, mas enfim...quando necessário temos que encará-las e quem sabe bons ventos trarão...Curiosa para as próximas etapas...
Beijos e um feliz dia dos pais para vc e seus queridos!

Leninha Brandão disse...

Helena muito querida,
Foi muito bom ver você por aqui!!! Ah, minha amiga, volte a escrever e a nos alegrar com suas histórias e inspirar com seus poemas. Você faz muita falta! Obrigada pela visita! É sempre uma honra tê-la por aqui.
Um beijo, flor!

Leninha Brandão disse...

Dalva querida, brevemente voltarei e verá que as aventuras estão mais emocionantes, Outra cidade, outros amigos, renovação total!
Obrigada por sua constante presença, amiga!
Bjsssssss

Beatriz Bragança disse...

Querida Leninha
Fiz este «tour» todo, consigo: imaginei o que sentiu, o desencanto, o desarranjo, a mudança contrafeita, mas...fico à espera do desenlace.
Um beijinho
Beatriz

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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