Memórias de uma Senhorinha
E o tempo , este senhor Implacável e do qual não podemos fugir, anunciava
o final das férias e o temido momento da despedida. Malas feitas, corações
apertados e um adeus que não seria por muito tempo, porém machucava como se o
fosse.
Volta à rotina e aos afazeres diários...a busca por novidades
nas casas das artesãs e os preparativos para uma nova incursão ao mundo dos
negócios. Os olhos brilhavam ao descobrir colchas mais elaboradas e almofadas
mais macias e coloridas. Brevemente estaria pronta para uma nova viagem ao Rio
de Janeiro, levando nas malas a beleza e o sonho que alegrariam várias casas.
Enquanto tal não acontecia, um problema surgiu para lhe tirar o
sono e o bom humor habituais. A amiga Drinha trabalhava na Coletoria
Estadual e para a cidade foi designada
uma juíza cujo marido também era Coletor em outra cidade.Na época( Não sei se
atualmente existe), não havia uma legislação que assegurasse ao marido o
acompanhamento da esposa para o município para onde ela fosse nomeada. O casal
, então, apavorado com a situação, passou a visitar as nossas amigas todos os
dias, pedindo que se mudassem para outra cidade...a Drinha , no caso, deveria
pedir a sua transferência para outro município afim de favorecer o jovem
esposo.
Nossa senhorinha amava Resende Costa como se sua terra fosse... mais
uma mudança em sua vida? Noites e noites mal dormidas e o casal a insistir de
uma forma quase que desrespeitosa...feria os seus sentimentos e ela se
mortificava a cada visita.
Mas, já dizem os antigos, “água mole em pedra dura tanto bate
até que fura”... e sua resistência foi se enfraquecendo . Em um sofrido e frio
dia ela concordou. Foram conhecer a cidade para a qual pediriam , muito à
contragosto, a sua remoção, transferência, mudança...
Em uma tarde triste e desoladora, pegaram a estrada sem nenhuma
alegria e rumaram para o seu futuro destino: Dores de Campos , cujo nome trazia
para elas um significado nada agradável.
Dores de Campos é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Fica cerca de 40 km de São João Del Rei e 35 km de Barbacena via BR-265.
Na época que ainda era um pequeno povoado chamado Povoado do Patusca, os tropeiros amarravam os cavalos em um tronco para almoçar e descansar os seus animais, onde futuramente nasceu neste mesmo local a denominada "Figueira Encantada". Este nome foi dado por historiadores uma vez que este mourão onde amarravam-se os animais não tinha vida alguma e posterior a isso nasce deste mourão uma Bela Figueira.
Assim como suas cidades vizinhas, Dores de Campos faz parte da rota Estrada Real e Trilha dos Inconfidentes.
Fonte: WIKIPEDIA
Não lhes direi que a cidade a encantou à primeira vista
pois estaria mentindo. Estava saindo de um sonho e
entrando na realidade. E por mais que se tenha boa
vontade, é bem difícil esta barganha...onde o por do
sol com o qual era presenteada todos os dias? Onde os
artesãos com suas belas colchas e tapetes? Onde a
magia da Laje Encantada?
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E para completar , perguntando aos moradores se encontraria casa para alugar, a resposta não poderia ser mais decepcionante... simplesmente disseram que não havia casa para alugar na cidade... os pais construíam casas para os filhos e ninguém alugaria a própria casa para um estranho.
Os dois amigos , André e Cláudio tentavam melhorar o seu desapontamento, porém nada a tirava daquele estado de desilusão no qual mergulhara. Resolveram almoçar na Pensão do Sr Bembém (recomendada por um funcionário da Coletoria) e retornar à Resende Costa dispostas a convencer o "amável casal" da impossibilidade, da inviabilidade daquela mudança.
Após o almoço, resolveram caminhar um pouco antes de enfrentar as duas estradas " de chão"... o asfalto ainda não havia chegado aos dois municípios, Resende Costa e Dores de Campos.
Em frente à pensão , uma casa chamou a atenção de nossa senhorinha. Mesmo mergulhada em sua profunda decepção, o seu instinto de observação não a abandonara. Sentado à porta de um açougue , um rapaz de fisionomia simpática, observava os quatro. Obedecendo a um impulso ela lhe perguntou se aquela casa estava vazia. Qual não foi a sua surpresa quando a resposta foi afirmativa!!! O proprietário havia construído aquela casa para o filho e este havia falecido, sem nunca a ter habitado . Morava em Barbacena e para lá se dirigiram...
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Vamos fazer uma pausa para um "fechar de cortinas" temporário. Vou , mas voltarei. Aguardem!!!
Leninha Brandão
Leninha Brandão
7 comentários:
Olá,querida Leninha!
Você escreve meticulosamente e dá gosto de se ler...
Descanse e volte, querida!
Seja muito feliz e abençoada!
Bjm de paz e bem
Minha querida Rosélia,
Muito obrigada por suas palavras que vieram aquecer a minha noite e o eu coração.
Um beijo carinhoso! !!
Leninha
Leninhamada,
como é bom passear por essas memórias tão especiais...
Ando meio afastada dos blogs, e adiando visitas, leituras e comentários...
Mas lendo você, deu vontade de postar no blog de novo.. rsrs
Não deixe de voltar!
Beijo, minha linda!
Oi Leninha! Mudanças em planos sempre nos trazem uma preocupação a mais, mas enfim...quando necessário temos que encará-las e quem sabe bons ventos trarão...Curiosa para as próximas etapas...
Beijos e um feliz dia dos pais para vc e seus queridos!
Helena muito querida,
Foi muito bom ver você por aqui!!! Ah, minha amiga, volte a escrever e a nos alegrar com suas histórias e inspirar com seus poemas. Você faz muita falta! Obrigada pela visita! É sempre uma honra tê-la por aqui.
Um beijo, flor!
Dalva querida, brevemente voltarei e verá que as aventuras estão mais emocionantes, Outra cidade, outros amigos, renovação total!
Obrigada por sua constante presença, amiga!
Bjsssssss
Querida Leninha
Fiz este «tour» todo, consigo: imaginei o que sentiu, o desencanto, o desarranjo, a mudança contrafeita, mas...fico à espera do desenlace.
Um beijinho
Beatriz
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