SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

sexta-feira, outubro 25, 2013



Carta à Manuela   


Era uma vez... nas terras de um vinhedo, uma menina nas cores do arco-íris, carregada de sonhos como nuvens que o vento balançava. Sonhava a menina com um mundo colorido e distante, com um reino encantado e mágico, envolto em tules e organzas, iluminado por sóis e luas, estrelas e pirilampos.
E a menina sentia que os sonhos que habitavam a casa em que seu coração vivia, um dia se tornariam realidade... e a ampulheta da vida escorria e corria atrás do futuro, enquanto ela tecia os sonhos e despertava magias. E a poesia, de mansinho, dela se aproximava e tecia laços de afeto, coloridos em róseos tons, em iridescentes lilases e em vívidos carmins.
A mão do destino a fez Poeta e o seu reino, envolto em beleza, a Poesia.
Hoje é o teu aniversário, Manu querida. Gostaria de poder abraça-la e dizer o quanto é especial em minha vida... contigo compartilho sonhos, sentimentos e ideais... divido alegrias e tristezas... mesmo com a distância que nos separa, sinto que a afinidade que nos une supera qualquer distância,,, afinal são distâncias geográficas apenas. Tuas palavras encontram abrigo e ancoradouro em meu sentir, como se fossem barcos lançados ao mar que as ondas trazem e iluminam a minha casa, a minha rua e a minha essência.
Tua amizade é um presente de Deus em minha vida... minha caminhada se tornou mais leve e suave ,não importando onde estejas... quando o afeto é Alma, não há distância que o impeça.
Quero te desejar:
Laços... abraços... ternuras... flores... sonhos... amanheceres e poentes... estrelas e luares... cantos de colibris e aromas de madressilvas ao luar.
Um afago para ti, meu anjo, minha amiga, minha sempre irmã,
          Leninha


quinta-feira, setembro 26, 2013

Memórias de uma senhorinha

E nossa senhorinha se sentia uma borboleta,convivendo com os amigos da irmã,assistindo aos filmes que amava,vendo TV(na fazenda só escutava o rádio e os discos em sua eletrolinha),cuidando do filho,levando-o à pracinha,à praia e à escola.Participava também das excursões que a irmã realizava com os alunos à várias localidades:Petrópolis,Arcozelo,Paquetá,Cabo Frio,Saquarema,Itacuruçá e a ajudava na disciplina,pois controlar aquele bando de adolescentes não era tarefa muito fácil...todos eles adoravam a "teacher",mas estavam numa fase da vida em que precisavam de um certo controle e os pais ficavam tranquilos quando viam que ela iria junto.
Vou lhes falar um pouco da Aldeia de Arcozelo,um local fascinante que,na época,era muito visitado por alunos de escolas públicas:
Fica no município de Paty do Alferes e só este nome era o bastante para alimentar as fantasias de todos:alunos, a irmã e ela,nossa senhorinha,que adorava conhecer lugares e sua história.

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Aldeia de Arcozelo

A origem da Aldeia de Arcozelo remonta ao apogeu do ciclo do café. Era a antiga Fazenda da Freguesia, uma das propriedades do Capitão-Mor Manoel Francisco Xavier, que durante muitos anos foi dos grandes produtores de Paty do Alferes e palco da mais importante fuga de escravos da região, liderada por Manoel Congo.
Pelas mãos do Embaixador Paschoal Carlos Magno, transformou-se na Aldeia de Arcozelo, um complexo cultural com o objetivo de ser um centro permanente de realizações artísticas.
Através do sonho de Paschoal, um dos nomes de maior relevância na trajetória do teatro brasileiro, foram construídos o Anfiteatro Itália Fausta, o Teatro Renato Vianna, salas de exposições e oficinas, a Biblioteca, além de uma área reservada para hospedagem e alimentação dos participantes de eventos lá realizados, tais como o Festival de Teatro Amador do Estado do Rio de Janeiro e o Encontro de Corais das Escolas Estaduais do Rio de Janeiro.
Numa justa homenagem aos tantos escravos que ali viveram, Paschoal Carlos Magno construiu uma pequena capela onde ainda podem ser vistas imagens de santos negros hoje reverenciados como a Escrava Anastácia e instrumentos para castigos usados à época.
Hoje a Aldeia de Arcozelo é administrada pela Funarte – Fundação Nacional de Arte, do Ministério da Cultura e aberta à visitação.

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Em 1700, Garcia Rodrigues Pais, filho de Fernão Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas, abriu o Caminho Novo ligando as Minas Gerais e o porto do Rio de Janeiro. Este caminho passaria, nos anos seguintes, a ser a principal rota de comunicação de escoamento do ouro produzido nas Minas Gerais e o rota dos imigrantes para o interior, substituindo o antigo caminho, que terminava em Parati.
Pati do Alferes começou, então, a se desenvolver em ritmo acelerado no século XVIII a partir da ocupação de terras da sesmaria de Pau Grande. Viajantes como Monsenhor Pizarro e Frei Antonil percorreram o Caminho Novo no século XVIII e deixaram descrições de uma região que apenas servia de passagem entre o porto do Rio de Janeiro e as ricas Minas Gerais, com grandes florestas virgens e com índios coroados que por elas perambulavam. Frei Antonil descreveu sua viagem no livro Cultura e opulência do Brasil, datado de 1711, no qual cita a sesmaria de Pau Grande (no atual distrito de Avelar) como uma roça que principiava a ser desbravada em plena selva. Muitos sesmeiros logo se agruparam em torno deste primeiro núcleo.
Acredita-se que o nome Pati do Alferes venha da união do nome do posto militar de alferes (no Brasil, equivalente ao posto de segundo-tenente) ao vocábulo indígena dado a uma palmeira abundante na região - o pati - que começou a se delinear às margens do Caminho Novo.6 Ademais, registros históricos apontam para dois alferes de ordenança, Leonardo Cardoso da Silva e Francisco Tavares (depois capitão), cujas propriedades viriam a ser conhecidas como Roça do Alferes. Também havia muitos patis que davam nome à toda região desde a serra até as margens do Rio Paraíba do Sul. O nome vem do tupi árvore que se eleva, designando uma palmeira da família Syagrus (Syagrus pseudococos), também chamada de palmito-amargoso. Ao longo dos anos, a grafia foi alterada para pa'ti, paty e finalmente para pati. Assim, a antiga Roça dos Alferes passou a ser chamada de Pati do Alferes para distinguir-se da localidade de Pati, atual Andrade Pinto, em Vassouras.
 Fonte: WIKiPÉDIA

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E esta história encantava a nossa senhorinha, já se vendo a viver naquela época,com aqueles trajes das damas de antigamente,a desbravar o Caminho Novo, em busca de novas aventuras e novíssimos horizontes.O romantismo sempre foi um traço exacerbado de sua personalidade intensa e sonhadora.A realidade do lugar podia até não corresponder às suas expectativas mas ela não dava o braço a torcer,via o que sua imaginação projetava e nem se importava se as construções estivessem maltratadas, o barro as impedisse de passar em alguns lugares com seus sapatinhos delicados da cidade(e ela que gostaria de ter se embrenhado na mata,com os trajes de dama antiga,não conseguir nem mesmo andar em alguns lugares,com seu traje dos dias de hoje).E era sempre uma calça jeans e uma sapatilha de tecido e sola de corda.
Voltavam para casa, realizadas,cantando e com muitas fotos para revelar.Ah se tivessem estas modernas câmeras digitais que temos hoje...


quinta-feira, setembro 05, 2013

MEMÓRIAS DE UMA SENHORINHA


E vamos encontrar nossa senhorinha, após este lapso no tempo, morando no Rio de Janeiro, mais especificamente no bairro do Catete, no apartamento de sua mãe, com seu filho mais novo e uma grande esperança no coração...dolorosas eram as recordações que carregava e sentia que relembrá-las não faria bem a ninguém. Vamos concordar com ela e baixar uma cortina sobre este tempo...
1974...
Um Rio de Janeiro ainda pacato e tranquilo, foi o que ela encontrou.O Largo do Machado era o local onde se concentravam os amigos da irmã, após a Missa dominical.
A Igreja da Glória, imponente e bela dominava o cenário...as missas eram frequentadas pelo "Grupo Jovem"e ela se adaptou ao grupo e aos participantes, afinal não era grande a diferença de idades entre ela e eles...a tia de dois dos rapazes era funcionária do Banco onde o pai e a irmã trabalhavam e frequentava também o mesmo grupo.Ali combinavam os saraus dos sábados na casa de alguns que tinham piano em casa, as sessões de cinema e as idas à praia sempre em bando...
Os cinemas São Luiz, Azteca e Paissandu

eram os mais frequentados, pela proximidade e também pela programação eclética e atraente.E a seleção de filmes era variadíssima, passando pelos musicais ligados ao rock(Grease,foi visto e revisto)
e atingindo os amados filmes de Fellini e Bertolucci. Aos poucos apresentarei as preferências cinematográficas
 daquele grupo ao qual nossa senhorinha se juntou, na ânsia de voltar no tempo e recuperar a juventude não vivida.Hoje me limitarei a um deles:


Filmes, filmes e mais filmes, não sei por que, mas quando falam em filmes de dança existe um nome que quase sempre é lembrado pelo pessoal da década de 70 e pelos amantes de rock and roll. Estou falando de Grease nos tempos da brilhantina... o mesmo foi inspirado em um livro da década de 50, um romance que conta da historia de dois adolescentes, (Olivia Newton-John) e Danny (John Travolta), que têm um romance nas ferias de verão e acabam se reencontrando na mesma escola, onde Danny faz de tudo para esnobar a garota.Vale a pena ser visto atualmente pois retrata uma década muito interessante em que a juventude começava a vibrar com o Rock.

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Devagar voltarei às memórias da senhorinha...aguardem com paciência, pois, apesar de querer , meu ombro ainda não me permite muitas estrepulias .

Bjsssssssssssss

quarta-feira, agosto 21, 2013

Nosso Encontro com Lucinha




Renata,Lucinha e Jô
Ana e Carol


Foi na Arlequim*,uma livraria deliciosa,situada no Paço Imperial,que aconteceu o nosso encontro,repleto de emoções,alegria e muito,muito afeto.Neste ambiente,onde se respira História e se sente no ar,nas paredes e nas imensas portas uma atmosfera de outras épocas,neste ambiente vamos encontrar a modernidade presente nas estantes e nos escaninhos:livros os mais diversos,CDs,DVDs e filmes de todas as épocas.E a música que se ouvia,lenta e suave,nos transmitia paz e suavidade,calma e relaxamento.

Um capítulo à parte,o cardápio nos brindava com finas iguarias,bebidas atraentes e sobremesas deliciosas e tentadoras.


Sexta feira foi o nosso encontro e nos divertimos muito,nos emocionamos bastante e soubemos aproveitar todos os instantes...o local é lindo,nos remetendo ao período imperial,pois a atmosfera é carregada(assim eu senti) das recordações de uma época muito linda de nossa História,mas ao mesmo tempo de muitas revoltas e sentimentos de tristeza por parte daquelas mulheres que tiveram que abandonar suas pátrias e vir para um país tropical diferente em tudo de suas terras de origem.Foi este o sentimento que me invadiu ao percorrer uma pequena parte daquele Paço que um dia abrigou nossos Imperadores,suas esposas e filhos.Hoje as pessoas que frequentam aquela moderna livraria,não devem nem pensar nisto...o burburinho das mesas,os livros em imensas estantes,as gôndolas com CDs,DVDs e filmes,as iguarias deliciosas que fazem parte de um cardápio refinado,não permitem que o pensamento viaje por estas paredes e veja o invisível aos olhos.Somente uma romântica inveterada é acometida por estes pensamentos e o dia a dia das pessoas que ali se reúnem não lhes permite estas elocubrações,fonte de uma mente afeita ao divagar...

Paço Imperial











Eu e Lucinha


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Café, Bistrô e Happy Hour no Centro do Rio de Janeiro

Café e Bistrô

Nosso Bistrô oferece serviço de almoço e lanche. Cardápio original idealizado em colaboração com a chef Roberta Ciasca e com interferências orientais de Chan Suen - consultora gastronômica.
Veja nosso menu, carta de vinhos e bebidas.

Happy Hour

Local agradável para Happy Hour em ambiente cultural.
Frequentado por turistas, quem trabalha ou estuda no centro da cidade.
Bebidas variadas: soft-drinks, cafés, cervejas, whiskys e drinks especiais.
Deliciosas refeições e aperitivos para degustação.



















Zizi,Virgínia,eu,Renata Guidinha,Lucinha e Jô




Endereço
Praça XV de Novembro, 48 - Centro




O Paço Imperial é um edifício colonial localizado na atual Praça XV, no centro histórico do Rio de Janeiro, Brasil.
Construído no século XVIII para residência dos governadores da Capitania do Rio de Janeiro, passou a ser a casa de despachos, sucessivamente, do Vice-Rei do Brasil, do Rei de Portugal Dom João VI e dos imperadores do Brasil. Atualmente é um centro cultural. Pela sua importância histórica e estética, o Paço Imperial é considerado o mais importante dos edifícios civis coloniais do Brasil.

    História

    Casa dos Governadores e Vice-Reis


    Vista do Largo do Paço (Jean Baptiste Debret, c. 1830). O Paço Imperial é o edifício 
    do lado esquerdo do largo. Ao fundo vêem-se, da esquerda para a direita, o Convento do Carmo, a Catedral e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo. No centro, em primeiro plano, está o Chafariz de Mestre Valentim.
    A história do edifício começa em 1733, quando o governador Gomes Freire de Andrade, conde de Bobadela, pede ao rei D. João V licença para edificar uma casa de governo no Rio 1 . Cerca de 1738 começa a construção do edifício, seguindo o projeto do engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim, no Largo do Carmo (ou da Polé), atual Praça XV, no centro da cidade colonial 1 . A nova Casa dos Governadores foi inaugurada em 1743. Aproximadamente na mesma época o Largo sofreu outras intervenções urbanísticas importantes, com a construção das casas de Telles de Menezes do lado oposto ao do Paço (também projetadas por Alpoim) e a inauguração de um chafariz, trazido de Lisboa, no centro do largo 1 .
    Alpoim aproveitou os edifícios pré-existentes no local, o Armazém Real e a Casa da Moeda, na nova edificação, acrescentando dois pisos novos com janelas com pequenas sacadas e molduras de vergas curvas, na época uma novidade no Brasil. No interior há uma bela portada em pedra de lioz e vários pátios para a circulação, e o acesso aos pisos superiores se dá por uma bela escadaria. Até 1808 a Casa da Moeda e o Real Armazém continuaram a funcionar no térreo 1 .
    Em 1763, com a transferência da sede do Vice-Reino do Brasil de Salvador para o Rio, a Casa dos Governadores passou a ser a casa de despachos do Vice-Rei, o Paço dos Vice-Reis 1 .

    Paço Real

    Em 1808, com a chegada ao Rio da família real portuguesa, o edifício é promovido a Paço Real e usado como casa de despachos do Príncipe-Regente (e depois Rei) D. João VI. Nessa época o Paço sofreu obras de adaptação, tendo sido acrescentado um novo andar central à fachada voltada para a Baía da Guanabara 1 . Os interiores foram redecorados e o Paço ganhou uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional cerimônia do Beija-mão. Também se construiu um passadiço ao vizinho Convento do Carmo, onde se instalou a Rainha D. Maria I 1 .
    Para a aclamação do rei D. João VI foi construída a "Varanda", um anexo monumental entre o Paço e o Convento do Carmo, onde se realizou a cerimônia. A mesma Varanda foi utilizada nas coroações de D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889), sendo demolida ainda durante o Segundo Reinado 1 .

    Paço Imperial

    Após a Independência do Brasil, o edifício passou a Paço Imperial, sendo chamado também de Paço do Rio de Janeiro, funcionando como despacho e residência eventual para D. Pedro I e depois para D. Pedro II 1 . No interior há uma sala, o Pátio dos Arqueiros, que ainda mantém a decoração em estuque original da década de 1840. Neste período a fachada recebeu o acréscimo de uma platibanda em torno do terceiro andar e que ocultava o telhado 1 . Foi no Paço que, a 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I decidiu ficar no Brasil e não voltar a Portugal (Dia do Fico) 1 . Também foi numa das salas do Paço que a Princesa Isabel assinou, dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, libertando os escravos 1 . O Paço Imperial foi ainda o primeiro local fotografado na América Latina. Em 1840, o Abade Compte fez a primeira fotografia do Brasil, mostrando o Paço e o largo adjacente.

    Decadência e recuperação

    Após a Proclamação da República, as propriedades da Família Imperial e seus bens foram arrestados e leiloados. O Paço foi transformado em Agência Central dos Correios e Telégrafos 1 . A decoração interna - estuques, pinturas e decoração - foi destruída e dispersa. A platibanda foi retirada para a expansão do terceiro andar, que passou a ocupar toda extensão do prédio 1 . O pátio central foi ocupado e a fachada alterada com a introdução de frontões em estilo neo-colonial. Em 1938 houve o tombamento do prédio e só em 1982 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional restaurou o Paço à forma que tinha em 1818 1 .

    O Paço hoje

    Atualmente o Paço Imperial é um Centro Cultural onde ocorrem mostras dos mais variados tipos (pintura, fotografia, escultura, cinema, música, etc). O Paço dispõe de uma biblioteca de arte e arquitetura (Biblioteca Paulo Santos) e várias lojas (livraria, disqueria, restaurante) .
    Fonte:Wikipédia



    terça-feira, maio 21, 2013

    Memórias de uma senhorinha

    Meus queridos

    Estou de volta devagarinho,aos pouquinhos...meu ombro ainda não me permitindo grandes saltos...

    Um aluno muito querido enviou-me um poema,feito em minha homenagem e tal gesto me fez voltar a viver a professorinha que tantas alegrias sentia ao ver aquelas carinhas repletas de sonhos e esperanças...que no caso deste aluno em particular foram plenamente realizados.

    Menino
    Quero de novo me fazer menino,
    em tarde quente de verão, sol a pino,
    entre paredes metálicas, carteiras de madeira,
    árvores crescendo de um lado,
    porta aberta do outro, corredor acima do pátio,
    tudo parecendo tão grande, meus passos curtos
    e merenda reservada...
    Quero me fazer o mesmo menino,
    aqueles outros meninos, aquelas outras pessoas,
    a diretora, a merendeira, a zeladora,
    a professora, o rio caudaloso ao fundo,
    os lugares onde não podia entrar ou chegar perto.
    Passeios na fazenda da professora, datas cívicas,
    primeiras frases escritas, os eternos erros
    que um dia pensei não existissem.
    Quero me fazer menino e de novo errar
    tentando aprender sem apreensões
    sob supervisões maternais e sinceras
    que então não compreendia
    enquanto tudo sabiam!
    Pátio de chão, hora do recreio
    e jogos de aprendizado de que não me recordo;
    voltam íntimas e distantes algumas imagens,
    a calça curta e azul-marinho, a camisa branca,
    o calçado...
    As professoras não usavam uniformes,
    a diretora tinha um ar alegre e por vezes severo
    (medo mesmo vinha da diretora da outra escola,
    sorte a nossa, nossa...apanhar de vara?!)

    O sol a pino, não me lembro das chuvas,
    enquanto na escola(mas lembro-me de enchentes!),
    as confusões de alguns mais velhos,
    quero voltar a ser menino
    e me ver no que a memória já não traz
    em momentos de recordação.

    E a mestra sorrindo,
    os cabelos lisos, pele morena,
    energia em forma de gente,
    amor em frente a um quadro, ainda negro,
    algum giz, algumas repreendas,
    meus eternos erros,
    permitindo-me conseguir vê-los,
    aceitá-los, confrontá-los,
    até a conscientização do respeito eterno
    aos valores e aos outros,
    da doação eterna à vida,
    sustentada no amor.

    Ser menino e não chegar atrasado,
    ser menino e obedecer,
    ser menino e prestar atenção!
    Alguém a te dirigir,
    a te observar e a perdoar,
    já que não aprendes.
    Alguém a acreditar que podes ser melhor.
    Ser menino e talvez ser melhor.

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    Imaginem a emoção, a alegria enorme,o sentimento de realização ao receber este poema com o sentir do menino,eterno menino em meu coração e na sua sensibilidade.

     

    Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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