SONHOS E ENCANTOS

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quinta-feira, setembro 26, 2013

Memórias de uma senhorinha

E nossa senhorinha se sentia uma borboleta,convivendo com os amigos da irmã,assistindo aos filmes que amava,vendo TV(na fazenda só escutava o rádio e os discos em sua eletrolinha),cuidando do filho,levando-o à pracinha,à praia e à escola.Participava também das excursões que a irmã realizava com os alunos à várias localidades:Petrópolis,Arcozelo,Paquetá,Cabo Frio,Saquarema,Itacuruçá e a ajudava na disciplina,pois controlar aquele bando de adolescentes não era tarefa muito fácil...todos eles adoravam a "teacher",mas estavam numa fase da vida em que precisavam de um certo controle e os pais ficavam tranquilos quando viam que ela iria junto.
Vou lhes falar um pouco da Aldeia de Arcozelo,um local fascinante que,na época,era muito visitado por alunos de escolas públicas:
Fica no município de Paty do Alferes e só este nome era o bastante para alimentar as fantasias de todos:alunos, a irmã e ela,nossa senhorinha,que adorava conhecer lugares e sua história.

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Aldeia de Arcozelo

A origem da Aldeia de Arcozelo remonta ao apogeu do ciclo do café. Era a antiga Fazenda da Freguesia, uma das propriedades do Capitão-Mor Manoel Francisco Xavier, que durante muitos anos foi dos grandes produtores de Paty do Alferes e palco da mais importante fuga de escravos da região, liderada por Manoel Congo.
Pelas mãos do Embaixador Paschoal Carlos Magno, transformou-se na Aldeia de Arcozelo, um complexo cultural com o objetivo de ser um centro permanente de realizações artísticas.
Através do sonho de Paschoal, um dos nomes de maior relevância na trajetória do teatro brasileiro, foram construídos o Anfiteatro Itália Fausta, o Teatro Renato Vianna, salas de exposições e oficinas, a Biblioteca, além de uma área reservada para hospedagem e alimentação dos participantes de eventos lá realizados, tais como o Festival de Teatro Amador do Estado do Rio de Janeiro e o Encontro de Corais das Escolas Estaduais do Rio de Janeiro.
Numa justa homenagem aos tantos escravos que ali viveram, Paschoal Carlos Magno construiu uma pequena capela onde ainda podem ser vistas imagens de santos negros hoje reverenciados como a Escrava Anastácia e instrumentos para castigos usados à época.
Hoje a Aldeia de Arcozelo é administrada pela Funarte – Fundação Nacional de Arte, do Ministério da Cultura e aberta à visitação.

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Em 1700, Garcia Rodrigues Pais, filho de Fernão Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas, abriu o Caminho Novo ligando as Minas Gerais e o porto do Rio de Janeiro. Este caminho passaria, nos anos seguintes, a ser a principal rota de comunicação de escoamento do ouro produzido nas Minas Gerais e o rota dos imigrantes para o interior, substituindo o antigo caminho, que terminava em Parati.
Pati do Alferes começou, então, a se desenvolver em ritmo acelerado no século XVIII a partir da ocupação de terras da sesmaria de Pau Grande. Viajantes como Monsenhor Pizarro e Frei Antonil percorreram o Caminho Novo no século XVIII e deixaram descrições de uma região que apenas servia de passagem entre o porto do Rio de Janeiro e as ricas Minas Gerais, com grandes florestas virgens e com índios coroados que por elas perambulavam. Frei Antonil descreveu sua viagem no livro Cultura e opulência do Brasil, datado de 1711, no qual cita a sesmaria de Pau Grande (no atual distrito de Avelar) como uma roça que principiava a ser desbravada em plena selva. Muitos sesmeiros logo se agruparam em torno deste primeiro núcleo.
Acredita-se que o nome Pati do Alferes venha da união do nome do posto militar de alferes (no Brasil, equivalente ao posto de segundo-tenente) ao vocábulo indígena dado a uma palmeira abundante na região - o pati - que começou a se delinear às margens do Caminho Novo.6 Ademais, registros históricos apontam para dois alferes de ordenança, Leonardo Cardoso da Silva e Francisco Tavares (depois capitão), cujas propriedades viriam a ser conhecidas como Roça do Alferes. Também havia muitos patis que davam nome à toda região desde a serra até as margens do Rio Paraíba do Sul. O nome vem do tupi árvore que se eleva, designando uma palmeira da família Syagrus (Syagrus pseudococos), também chamada de palmito-amargoso. Ao longo dos anos, a grafia foi alterada para pa'ti, paty e finalmente para pati. Assim, a antiga Roça dos Alferes passou a ser chamada de Pati do Alferes para distinguir-se da localidade de Pati, atual Andrade Pinto, em Vassouras.
 Fonte: WIKiPÉDIA

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E esta história encantava a nossa senhorinha, já se vendo a viver naquela época,com aqueles trajes das damas de antigamente,a desbravar o Caminho Novo, em busca de novas aventuras e novíssimos horizontes.O romantismo sempre foi um traço exacerbado de sua personalidade intensa e sonhadora.A realidade do lugar podia até não corresponder às suas expectativas mas ela não dava o braço a torcer,via o que sua imaginação projetava e nem se importava se as construções estivessem maltratadas, o barro as impedisse de passar em alguns lugares com seus sapatinhos delicados da cidade(e ela que gostaria de ter se embrenhado na mata,com os trajes de dama antiga,não conseguir nem mesmo andar em alguns lugares,com seu traje dos dias de hoje).E era sempre uma calça jeans e uma sapatilha de tecido e sola de corda.
Voltavam para casa, realizadas,cantando e com muitas fotos para revelar.Ah se tivessem estas modernas câmeras digitais que temos hoje...


16 comentários:

Moro em um Kinder Ovo disse...

Que bom ter você de volta e as suas histórias. São lembranças que trazem de volta também as minhas lembranças. A primeira vez que vi um balé clássico foi promovido pela Caravana da Cultura, organizada por Paschoal Carlos Magno que era amigo de JK. Do Rio até Brasília, artistas de todas as artes se apresentavam nas cidades por onde passavam. Ai como desejei ser aquela bailarina (nunca foi possível por se baixinha e gordinha, não dava para voar). E eu também assisti a muitos filmes nestes cinemas que você cita no post anterior. Lindas e ótimas lembranças.

Anne Lieri disse...

Oi Leninha! Que interessante a história dessa aldeia. Esses relatos da vida da senhorinha nos faz aprender História tb!Adorei! bjs,

Marly disse...

Olá, minha amiga,

Os seus posts são sempre excelentes: bem escritos, instrutivos e espirituosos. Neste eu tomei conhecimento do município de Paty do Alferes e da Aldeia de Arcozelo, transformada em complexo cultural pelo conhecido Paschoal Carlos Magno. Gargalhei com as fantasias que eu mesma imaginei, sobre a origem do nome "Paty", que num surto de nonsense, atribuí a alguma "Patrícia" do Alferes. A coisa me divertiu ainda mais, por conta da ponta de irreverência e atrevimento, rsrs. Gostei de saber que se trata de uma palmeira, rsrs.

Um beijo e boa noite.

Ah, e obrigada pelo ótimo texto! rsrs,

chica disse...

Adorei te ver voltando e tuas histórias sempre falam muito pra mim. beijos praianos, chica

Bergilde disse...

Bom dia Leninha e um abraço carinhoso!
Leitura agradável e que nos faz aprender também acerca destes lugares por onde passa a senhorinha.Partilhando...

Eloah disse...

Leninha querida, adorei percorrer a história e a origem da Aldeia de Arcozelo.Nada como viajar no tempo para buscar começos e lembranças.
Adoro passar por aqui para fazer parte da riqueza das tuas recordações.Bom final de semana.Bjs Eloah

Mariazita disse...

Querida Leninha
Mais um episódio da vida de "Senhorinha" que dá imenso prazer ler e no qual colhemos, como sempre, bons ensinamentos.

Sabe que cá também existe uma terra com o nome de Arcozelo? Aliás, há mais do que uma, de repente estou a lembra-me de quatro, todas elas lá para o norte, onde vivi até me casar.

Desejo um óptimo fim de semana.
Beijinhos

Mariazita
(Link para o meu blog principal)

Severa Cabral(escritora) disse...

BOA TARDE MINHA FLOR DE PRIMAVERA !
AINDA BEM QUE CHEGUEI A TEMPO PARA DESFRUTAR DESSA BELA LEITURA ,SABES QUE SOU ENCANTADA COM O QUE ESCREVES...
NÃO POSSO FORÇAR MUITO AINDA A VISÃO MAIS DEU PARA ME DELICIAR ...
BJSSSSSSSSS
SAUDADESSSSSSSSSSS

manuela barroso disse...

Minha querida,
Gostaria de poder dizer que tinha alguma experiência pelo menos desse lugar tão importante para a cultura do país. Mas a forma como entrelaças o texto histórico no teu, é uma delícia. Se por um lado nos remetes para um passado que faz parte da história, por outro a forma como escreves ,é ouvir um conto de fadas. Que bom voltares de novo com esse ar gaitato de menina da sapatilhas e jeans
Adorei
Um abraço com enorme carinho Leninha

Sandra Stegues disse...

Uma ótima leitura, e um lindo aprendizado. Obrigada por compartilhar, amiga Leninha!
Tenhas uma linda e abençoada semana!
.(¯`♥´¯)´´¯`•°*”˜˜”*°•. ƸӜƷ
.`*.¸.*.•°*”˜˜”*°•.ƸӜƷ
.•°*”˜˜”*°•.ƸӜƷ ✶* ¸ .✫ ♥
✿Beijos com muito carinho✿

BLOGZOOM disse...

Lembro de Paty de Alferez, mas desconhecia a Aldeia de Arcozelo, tantos lugares encantadores e até perto da gente, não é mesmo?

Beijos

Sor.Cecilia Codina Masachs disse...

Gracias Leninha por su preciosa historia.
Le deseo una feliz semana
Con ternura
Sor.Cecilia

Beatriz Bragança disse...

Querida Leninha
Que bela é a sua crónica!
Eu,uma romântica incurável,também por momentos me imaginei de jeans e mocassins,a ver o que descobria de desconhecido por entre essas matas!...
Obrigada pela partilha de tantos conhecimentos novos para mim.
Beijinhos da
beatriz

Nequéren Reis disse...

Olá!!!, Deus te abençoe boa tarde, amiga tenha um final de semana maravilhoso amei a sua cronica esta encantadora, SUCESSO AMIGA.
já estou te seguindo aguardo retribuição.
Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Canal de youtube: http://www.youtube.com/NekitaReis

lis disse...

Oi Leninha
Muitas vezes nos perdemos dos amigos_ como voce estava bem ausente daqui nem me dei conta que voltou a postar,
Que bom _ nao troque suas lindas lembranças pelo facebook,ok? rs
Lá tudo é sim mais dinâmico mas faz tanta falta esses cantinhos que aprendemos a amar e que proporcionou tantas amizades bonitas.
Lindo texto.Bom saber sobre a Aldeia de Arcozelo.
um abraço

Roselia Bezerra disse...

Olá,querida Leninha
Temos muito em comum...
Gosto de te ler...
Bjm fraterno

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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