Sonhar e realizar os sonhos...viver todos os momentos com intensidade,sentir o encanto das manhãs e a magia do entardecer...voar nas asas do sonho e dos encantos.
SONHOS E ENCANTOS
segunda-feira, julho 23, 2012
Memórias de uma senhorinha
O ENCANTO NOSSO DE CADA DIA!
Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna?
A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto.
O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar.
Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida. O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuia, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!
Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza.
Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também.
Pe.Fábio de Melo
Por enquanto,nossa senhorinha está cantando,livre e solta...faz suas descobertas e se encanta com o encanto de cada dia...um sonho ela vive e se apropria dos momentos e de cada minuto,saboreando alegrias como frutas maduras e suculentas,urdindo belezas como se um tear mágico possuisse,espreguiçando flores e dormindo luares...
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E ela ia de espanto em espanto...e se maravilhava...o quarto dos sogros,também finamente decorado,com uma bela mobília de cedro e desta se destacando o enorme guarda roupa com três belíssimos espelhos em bisoté,francês legítimo...
Parecido com este da foto,apenas mais claro,era um imponente armário e dominava o ambiente.
O banheiro era uma verdadeira sala de banhos,com uma banheira antiga,de louça,torneiras redondas e decoradas,um primor.
E ela se recordava da casa da avó,e de suas dores de cabeça quando os filhos viajavam...só melhorava após um banho prolongado de banheira.E sentia saudades daquela infância tão feliz e despreocupada..
Continuando a percorrer a casa,com os olhos de nossa senhorinha,vamos encontrar mais quatro quartos:um ao lado .da sala de estar,com uma cama patente de solteiro e outro ao lado deste(antiga sala íntima da sogra,onde ficavam o seu piano e um jogo de cadeiras de palhinha com um fino trabalho de marchetaria*)ocupado por uma cama de casal,também patente...não sei se todos conhecem as camas patentes,mas na época eram muito usadas.
*
*Esta mobília da sogra foi levada para Muriaé,para a casa da cidade...os "coronéis" gostavam de ter uma casa na cidade e outra na roça...a sogra habitou a casa da fazenda por pouco tempo.De saúde delicada,diabética,temia ficar tão longe da cidade e da família paterna.(as estradas não eram asfaltadas e quando chovia ficavam intransitáveis)
Voltando à sala íntima...com a mudança da sogra para a cidade o que era sala passou a ser quarto de hóspedes e por este motivo uma cama patente de casal foi alí colocada.
Mais dois quartos possuía a casa,com portas para a sala de jantar:o primeiro,com duas camas de solteiro e o segundo com um divã e uma geladeira,à gás de querosene.Não poderia ser elétrica,pois a luz da fazenda era desligada todos os dias por ser de corrente alternada.E o sogro todas as noites gritava para o fiel colono que morava ao lado da serraria:
"-Otávio,limpa a grade!!!"e logo depois:"-Otávio,liga a luz!!!
E com a luz ligava-se o rádio e a casa se enchia de música...e os colonos mais chegados vinham para a casa da fazenda afim de jogar o "Truco"e gritavam, fazendo uma enorme algazarra e nossa menina se divertia com isto...não havia televisão e a diversão era esta.
A cidade de Miradouro era também o seu motivo de diversão,com suas "vendas "antigas,balcões de madeira e uma infinidade de artigos em um mesmo estabelecimento comercial...tecidos,panelas,brinquedos,cadernos e uma pessoa só, para atender aos fregueses.
E as padarias,com suas caçarolas italianas(a de Dona Adelina,do sêo Brás,era a mais famosa,uma maravilha de se comer de joelhos).Os pães,deliciosos,de milho,sovado,italiano e vários outros,todos "de verdade",farinha pura sem os aditivos que hoje se colocam.
A Praça Sta Rita,como de Sta Rita era também a linda Igreja, no alto ,abençoando a cidade...cidade que mais parecia um presépio,linda e pequenina,com seus moradores simpáticos e que a acolheram com o seu carinho e sua hospitalidade.
E muitas,muitas flores nos jardins da encantadora Praça,da qual ela se iria recordar quando a melodia com este nome foi lançada:
"A mesma praça,o mesmo banco,as mesmas flores e o mesmo jardim..."
À tardinha,as pessoas alí se reuniam e era como que uma revoada...as crianças brincando e os adultos proseando como se o tempo houvesse parado...os beija flores e as borboletas em torno das flores,o sino da Igreja tocando as Ave Marias,uma vida de sonho ou um sonho de vida?
Vamos deixar a nossa senhorinha na praça,usufruindo de uma beleza que parecia ser eterna e uma pausa faremos...
Semana que vem estaremos aqui.
Bjsssssssss
Fonte:Hierophant
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32 comentários:
Estou em Muriaé e esta semana mandei comprar uma caçarola. Que importa se vou engordar porque é uma delícia e só encontro por aqui. E o pão borboleta? Casa de mãe engorda muito...Uma curiosidade: sabe porque chamavam cama patente? Porque era um modelo patenteado e embaixo tinha uma placa de metal e que trazia a inscrição "Patente nº xxxx". Já dormi em uma e com o colchão de mola. E minha coluna está inteira até hoje...
Oi minha querida, mais uma canção da tua vida que só tu sabes cantar com as tuas palavras como cordas com que teces toda a maravilha de uma vida que se vai entregando à pacatez dos enormes cafezais.
Fiquei encantada co aa história desse pássaro que de prisioneiro, perdeu o pio da felicidade.
Eles como nós. A liberdade é a nossa maior aliada da criatividade.
E tua casa nova, parece um reino de imensa liberdade onde a imaginação se pode espraiar.
Cá ficamos à espera da continuação.
Aquele abraço imenso minha grabde amiga
Que lindo armário, adorei rever a cama patente, tão comum na época e linda a banheira..Estou adorando! beijos praianos, chica
Leninha,
O meu avô possuía um estabelecimento comercial que tinha balcões e armários-vitrines em madeira escura. As quatro paredes da loja eram tomadas pelos armários-vitrines, que iam do chão ao teto e ficavam do lado de dentro do balcão, rsrs. Até falei desta loja do meu avô num conto que escrevi, do tanto que ela me impressionava, rsrs.
As camas patentes ressurgiram, como móveis consagrados, mas agora são caras demais, viraram artigo de luxo, rsrs.
A sua estória tem muitas semelhanças com a de minha mãe e de minhas tias, rsrs.
Beijo e boa noite!
Oi minha amiga Leninha! nossa, dormi em cama patente, e meus pais tinham uma também. Eram tão fortes que passavam por gerações na familia.
Ainda me lembro das molas, grossas. A cama era pesadíssima, dificil de arrastar.
Que delicia suas memorias da fazenda, do guarda roupas com espelhos, da banheira de louça.
Só não sei o que é "caçarola". Deve ser muito bom para voce se lembrar, mas por aqui deve ter outro nome.
Nossa senhorinha estava feliz, curtindo sua lua-de-mel e descobrindo coisas maravilhosas na fazenda e na cidade.
Estou aqui, agurdando a continuação e adorando te ler.
Beijos amiga querida, tenha um linda semana.
Leninha,
Fico imaginando o dia em que nos encontrarmos pessoalmente, e poder ouvir as suas memórias. Tudo que você conta é lindo, ainda mais da forma tão doce que você coloca.
Os móveis são lindíssimos e relíquias.
Gostei tanto do texto do Pe Fábio que publiquei lá no blog.
Tenha um lindo e abençoado dia.
Muito lindo!!fico pensando,agora que tenho mais tempo,se tambem escrevo um Blog.É,as mocinhas daquela tempo foram educadas para serem "senhorinhas",(casar com um príncipe encantado,cuidar do ninho e dos filhos, sem se preocupar com a parte financeira...)assim como as que nasceram em 1951,como eu!mas, a coisa ficou preta,qdo.caímos na realidade nua e crua!Nós,mulheres,somos responsáveis por nós mesmas e conseguimos dibrar os "rabiscos" da vida! Sim,isto já é outra história!Qdo.tinha 6 anos morei com meus avós em Miradouro,e lá fui escolarizada. Eles moravam numa casa antiga na casa da esquina,onde muitos anos depois depois morou a Dona Detinha Campos.Depois meus pais me buscaram no final do ano.Acho que ficaram com receio que eu ficasse muito mimada pelos muitos tios e tias!Embaixo havia uma padaria;fechei os olhos agora e senti aquele cheirinho de pao fresco...pao de borboleta,roscas,bolachas.Andei por muitos lugares e comi muitos paezinhos diferentes por aí,mas nenhum com aquele gosto de uma infancia feliz!Fico aqui Leninha,do outro lado do Atlantico aguardando o próximo Post.Cassinha
Oi Leninha, você tem um modo muito especial de contar sua histórias, adoro isso.
Tenha uma linda semana, bjs!
Leninha,mais um capitulo cheio de curiosidades!Adorei essas imagens antigas e seu relato é sempre instigador!Bjs e boa semana!
Amiga Leninha,
Muito chique esta passagem!
Ah, que coisa boa, à tardinha crianças brincando, adultos conversando na praça da Igreja, raridade hoje em dia...
Mais um fantástico capítulo, estou amando!
beijos
Leninha, minha querida amiga
Não vou nem sequer pedir desculpas pelo atraso no agradecimento de suas lindas palavras. Sei que vc compreende...
Estes momentos estão a ser muito mais difíceis do que alguma vez eu pudesse imaginar.
O tempo ajuda? Pois que o tempo passe depressa e traga algum alívio a esta dor tão profunda, que peço a Deus me ajude a ultrapassar.
Quando as coisas serenarem um pouco virei ler a sua maravilhosa história, cujo seguimento as circunstâncias me obrigaram a interromper.
Até lá deixo um GRANDE beijinho muito grato
Leninha, minha querida,
O conto que mencionei nunca foi publicado, é coisa da época da faculdade e eu acho que nem o tenho mais, rsrs.
Beijo!
OI LENINHA!
NÃO PUDE DEIXAR DE LEMBRAR, QUANDO EM CRIANÇA,AS MELHORES CAMAS E MAIS FORTES ERAM AS"PATENTE".
ESTOU SEMPRE AQUI, QUERO SABER O RESTO DA HISTÓRIA.
ABRÇS
zilanicelia.blogspot.com.br/
Click AQUI
Tudo que é um encanto só. Adoro essas delicadezas nas palavras e imagens e agradeço por ter gostado do novo cantinho dentro do meu blog!
Abraços e carinhos meu...
Obrigada pela doce visita,palavras e bons desejos.
Parabéns por escrever tão bem, parabéns pelo dia do escritor, parabéns a Pe Fábio de quem tanto gosto.
Com essa sua imagem da cama, lembrei que aqui em casa outro dia falei que minha mãe costumava colocar papéis de presente embaixo do colchão que tinha uma folha de compensado em cima do lastro que era para reforçar ou sei lá o quê.
Boas lembras!
Meu carinho :)
Leninha que postagem especial, um conto de um conto teu, parabéns. Amiga vim validar teu voto na semifinal do pena de ouro, te espero na final. Beijos perfumados.
Nossa, muito gostos essa viage pela sua linda vida, pelo casarão maravilhoso, pela arquitetura e móveis tão ricos e belos. Fico impressionada como os descreve com tamanha precisão e conhecimento de causa, até parece ser decoradora ou arquiteta de profissão. Será?
Linda demais está a história de sua vida e sempre com gostinho de "Ah, já acabou?..."
Beijos querida!!!! Ah, Feliz dia dos Escritores!!!
Nem sei o que comento primeiro... Se a história, que me trouxe tantas lembranças boas, ou se "o encanto nosso de cada dia", que gostei tanto!!
Tão bom estar aqui, "ouvindo" você!
E sempre me surpreendo com a riqueza de detalhes de tua narrativa.
Adorei essa postagem! Acho de um romantismo incrível esses móveis antigos! Lembro da casa de meus avós, com uma descrição bem semelhante à da tua história... E o coração bate saudade...
Obrigada sempre pelo carinho e presença amiga, Leninhamada!
Um beijo a você(s)!
E voltei, pra trazer um mega abraço a você pelo Dia do Escritor!
Mais beijos! rs
Leninha, que maravilha!! Suas palavras me encheram a alma de harmonia...quanta sabedoria no conto do pássaro! Parabéns!! E as imagens, lindas!!
Beijinhos!♥
Oi Leninha
A história do pássaro é bem verdadeira, se presos perdem o encanto entristecem , bom é ve-los em revoada mesmo que sejam rápidos e alvoroçados (nunca consigo clicar um rs),mas trancá-los é que não mesmo!
Não recordo das camas patentes Leninha, acho que não tive delas, era madeira mesmo ,mas reconheço-as .
Adoro ler sobre uma época passada de boas lembranças.
Fico sempre te esperando, e se demorar, nao ligue eu apareço, tá?
beijinhos meus.
É lindo com descreve cada passo amiga.
Belas ilustrações e muita saudade de Minas.Lembro das camas patente.
Parabens a voce pelo dia dos que amam as palavras e criam emoções.
Um abração terno aamiga.
Beijo.
Vamos seguindo.
Entro profundamente nos teus relatos. Parece-me sentir os odores das madeiras, da habitação.
É um cheiro característico que não se apaga da memória e ressalta, ao ler as tuas descrições.
Encantado, porque me "transporto" a épocas que já não voltam.
Felicito-te pela memória das Memórias que nos abres ao conhecimento.
Beijos
SOL
Menina,
que doces lembranças vc me traz a cada capítulo desta sensível viagem de uma senhorinha: o armário da sala é igualzinho ao que os meus avós paternos tinham.E embora morassem na cidade, o cheirinho de pão e biscoitos fresquinhos saídos do forno inundavam o bairro todas as tardes.Uma delícia!
Continuo caminhando contigo, viu Leninha?
Bjkas,
Calu
E nesse encantamento vou viajando contigo nessa historia que a cada leitura me deixa com uma saudade dessa vida tão real...
bjsssssssssss
Demorei, mas cheguei. Meu filho casou-se no dia 21, sábado, estava com hóspedes e me ausentei um bocado de dias...Que postagem, cheio de coisas parecidas com as daqui: o guada-roupa da minha mãe (feita por meu avô) lembra bem o da sua sogra.
Cama patente, era o que mais tinha lá em casa, com essas molas,e usava-se colchão de palha de carnaúba. Como me lembro!
Muito bom, esse seu recordar de uma vida tão rica de momentos felizes.
Estarei aqui, na continuação...
Bom final de semana.
Beijos,amiga,
da Lúcia
i Leninha, vim aqui lhe desejar um maravilhoso fds, bjs e fica com Deus!
Arione
Existe um lugar onde tudo é possivel.
Onde o amor é verdadeiro.
Onde se acorda em paz…
Onde as flores tem um cheiro especial…
E os abraços vem acompanhados de muito amor.
Este lugar é meu coraçäo…
É neste lugar que eu guardo as pessoas que amo .
E que nunca as esqueço.
Sou feliz por você morar no meu coração.
Com carinho e saudades desejo um abençoado final de semana.
Beijos carinhosos,Evanir.
Leninha, voce me fez lembrar da Fazenda que eu frequentava por tantos anos. Ficava, muitas vezes, admirando o mobiliário antigo. As lindas cristaleiras. E as xícaras pequeninas de porcelanas importadas?! Haviam camas parecidas com aquela acima, eram de ferro! Pode acrediar que ainda me lembro como eram os colchões?!
Beijinhos
Imagino o bem que deve estar fazendo a vc escrever suas memórias.É um resgate de vida, com uma visão mais madura, onde pode ter a verdadeira noção de tudo que viveu.
Deus nos concede momentos maravilhosos que não percebemos em uma primeira análise e acho que hoje, vc é capaz de encontrar em sua trajetória esse toque Divino que sempre a acompanhou.
Bjks
Que luxo...
Essa cama patente é uma das mais fortes e agradáveis. Eu dormi numa, durante alguns meses. Ela tem um encaixe fortíssimo, e as molas são confortáveis.
Amei...
Beijos.
Que delicia ler suas historias, realmente me sinto embriagada por elas, adoooorooooo! Bjssss
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