SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

MINHAS MEMÓRIAS DE MENINA







E nossa


 menina está radiante de felicidade,morando na Rua São Pedro,perto de várias coleguinhas de sala de aula,convivendo com elas e suas famílias,conhecendo várias outras pessoas,alegres companhias para os folguedos e brincadeiras de fim de tarde,após o banho e o jantar.E eram muitas amigas a se reunir para as rodas enormes,para o pique de esconder,as queimadas,chicotinho queimado,passar anel e muitas outras que não me vem à memória...e às nove horas as mães começavam a chamar e todas, obedientemente,se recolhiam às suas casas,sem retrucar e sem reclamar.Ainda não havia televisão,somente o rádio,centro das atrações,com suas novelas e séries:
 Em 12 de julho de 1941, às 10h30, teve início ‘Em busca da felicidade’,primeira radionovela transmitida no país, através da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A obra mexicana foi escrita por Leandro Blanco, com adaptação de Gilberto Martins. Seus capítulos ficaram no ar por aproximadamente três anos.Após seu término, começou a cubana ‘O direito de nascer’, que foi a principal radionovela do Brasil.
 Outra novela que fazia sucesso,Jerônimo, o Herói do Sertão,era a preferida de nossa menina,trazia-lhe a lembrança do avô,seu herói da infância e uma recordação que a acompanharia por toda a sua vida...

O personagem Jerônimo, o Herói do Sertão, foi criado em 1953 por Moysés Weltman, como uma radionovela.

Enredo

Cerro Bravo, uma cidade do interior paulista, é dominada pelo Coronel Saturnino Bragança, rico fazendeiro que toma terras e obriga outros fazendeiros a entregarem suas propriedades, com a ajuda de seus capangas, alegando que suas escrituras são falsas. Todos temem o coronel, inclusive o prefeito. Por isso, apenas um misterioso cavaleiro escondido na mata é capaz de ajudar a população da cidade.
Esse cavaleiro é Jerônimo que, ao lado da noiva Aninha e do Moleque Saci, enfrenta as injustiças sociais, pondo os inimigos a correr a toque de bala.
No meio da história Jerônimo descobriu que o Coronel na verdade era membro de uma organização conhecida por "Mão Negra", cujo comandante só teria a identidade revelada no último episódio.

E seu mundo era povoado por estes personagens e mais,O Sombra ,,que logo no início tinha a voz grave de Jacy Ribeiro::-Quem sabe o mal que existe no coração do homem...(uma risada gutural)e em seguida:-O Sombra sabe.
E o suspense que arrepiava,mas era desejado por ela e por todas as amigas,assunto para o dia seguinte na hora do recreio.
Ah,o recreio...era o momento de colocar os assuntos em dia,de trocar ideias , de brincadeiras e jogos.Durava exatos trinta minutos,bem aproveitados por ela e pelas colegas.
E havia os cadernos de pensamentos e mensagens,os quais passavam de colega para colega,onde escreviam e descreviam as emoções mais íntimas,onde derramavam as ilusões e os sonhos...mas,quando uma das freiras os pegavam eram "sequestrados" e,muitas vezes não mais recuperados.
E os "ramalhetes espirituais", executados em papel de linho,finamente decorado com desenhos de anjos e serafins...e uma lista de sacrifícios e ofertas,que as aproximavam das mártires do cristianismo:
Penitências--------------- 12
Jaculatórias---------------50
Abstinências--------------20
Missas---------------------15
Sacrifícios-----------------20

E ia por aí afora esta lista,considerada por todas uma espécie de salvo conduto para o paraíso.
De manhã,ao chegarem ao colégio,havia um momento mágico:na capela,a oração em conjunto com o capelão,Pe Maximino,um encanto de pessoa,um santinho,sempre com uma palavra de carinho para cada uma das meninas...e a música,o incenso,um convite à reflexão e às orações.

        Meu pensamento acompanha a menina de tranças e ela cresce e resolve cortar os cabelos...caem por terra as madeixas e voam para bem distante os dias da meninice...
       Os sonhos continuam,mas as brincadeiras cedem lugar a um início de vaidade,o corpo começa a tomar forma e compra o seu primeiro soutien(era assim que se escrevia).
       Sua mãe deixa de costurar para ela,pois está muito exigente(se achando)e pede que procure uma costureira...seus vestidos rodados,godê franzido ou plissados,gastam de três a quatro metros de tecido...as anáguas são duas ou três,engomadas para ficarem bem armadas, as primeiras sandálias de salto,o primeiro baton e...o primeiro namorado.

          Mas ainda não falamos na irmã,esta merece todo um capítulo e o terá...daqui a exatamente uma semana.
     
             Eu vou,mas voltarei...aguardem.  

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

MEMÓRIAS DE MENINA








>Deixamos a nossa menina de tranças em seu colégio e com grandes amizades já conquistadas...
Sua vida corria mansa e sem grandes sobressaltos,aulas pela manhã,almoço,tarefas da escola e compras para a mãe,após o almoço.De tardinha o lazer na praça,o jogo,as rodas,a brincadeira de passar anel,as histórias que gostava de contar e as amigas  de escutar...
        A amiga Lucina era a mais querida e juntas planejavam conquistar o mundo e enquanto não o faziam,tentavam pequenas aventuras de menor porte...de uma feita,após a aula de piano da amiga se uniram a outras três para pular um muro e pegar laranjas no quintal de outra colega(na inocência,achavam que não era errado,afinal eram colegas).Não contavam com a presença da mãe da amiga no quintal e esta ao vê-las,começou a gritar::socorro,socorro!!!Subiram correndo o muro e correndo fugiram,mas Lucina,na pressa,esqueceu suas partituras de piano debaixo da laranjeira...que vergonha,no dia seguinte,na escola, a amiga se aproxima,devolve as partituras e diz que a mãe havia mandado laranjas para todas,não precisavam pular o muro para consegui-las...
           Havia tambem a ponte do Dr Brum,uma aventura emocionante para todas,menos para ela...a nossa menina não tinha coragem de atravessar a ponte que não tinha guarda mão e balançava sobre o rio,atemorizando-a.As outras meninas enfrentavam a ponte galhardamente,mas ela nunca conseguiu esta proeza. 
          Mas a praça,com seu belo relógio,era ainda o local preferido ,ali se reuniam para combinar passeios,para as conversas da tarde e para os primeiros flertes,assunto ainda proibido,mas a curiosidade já começava a despertar.



         Novamente o pai chega em casa com uma novidade:estava comprando uma casa,na rua São Pedro,lugar privilegiado da cidade,perto do centro,arborizada e com uma pracinha linda bem próxima à casa.Que felicidade tomou conta daquela familia!E foram todos juntos ao encontro do sonho,há muito acalentado pela mãe.Foi a alegria de todos,uma casa de dois pavimentos,com uma escada lateral,conduzindo a uma simpatica varanda,ideal para as plantas,samambaias,antúrios,avencas e tinhorões de todas as cores.

 Um novo capitulo está prestes a começar na vida de nossa menina,uma nova rua,novas amizades,novos sonhos a serem acalentados...e a pracinha era linda,com caramanchão,canteiros com flores e uma promessa de dias muito felizes.Ah,e o jornaleiro morava perto e era um italiano de sorriso bondoso,o Sr Emilio Mannarino,cujas filhas eram suas colegas:Ozilia e Atia,lindas e alegres,oriundas de uma familia feliz e enorme na quantidade de pessoas  e na generosidade dos corações.
 Grandes coisas ainda acontecerão na vida de nossa menina,ainda de tranças e laço de fita nos cabelos.Aguardem.Voltarei daqui a 7 dias.
     Bjssssssss,
              Leninha




quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Memórias de menina







O Colégio

    Ainda morando no hotel,a nossa menina de tranças foi conhecer o colégio onde estudaria da quinta série primária até o término do curso Normal.Seu sonho era fazer o Admissão,mas a mãe e o pai não concordavam,achavam que ficaria sem "base" para mais tarde...para quem não sabe,em priscas eras usáva-se fazer um exame,cujo nome era Admissão,para da quarta série primária se ingressar diretamente no Primeiro Ano Ginasial...quem não o fizesse teria que fazer a quinta série primária,o que significava uma repetição ou um reforço de tudo que se estudara no Primário.Como ela já havia feito um curso muito bem feito,julgava perda de tempo estudar tudo novamente.Explicações dadas,voltemos à nossa história.
Já mostrei,em outra postagem mais antiga o meu querido Colégio,mas para quem não a viu,ei-la:



Meu pensamento viaja ao passado e vai ao encontro de uma menina de nove anos,falante,alegre e extrovertida,vestida de azul e branco,saia pregueada e blusa de fustão branco,prestes a entrar em seu novo colégio,para fazer a quinta série...quantas esperanças em relação àquele que seria o seu rumo e seu compasso,durante os próximos oito anos de sua vida...Colégio Santa Marcelina...as iniciais na gravata que ela,orgulhosamente,portava...o sonho, em sua cabecinha,menina já com responsabilidades de mulher:cuidar da irmãzinha mais nova,levá-la à pracinha,pentear-lhe os longos cabelos,contar-lhe as histórias do livro que era seu maior tesouro e que o avô/padrinho havia trazido do distante Rio de Janeiro(ainda não havia asfalto e o avô morava em Manhumirim/MG)e,depois que ela dormia embalada por suas histórias,ler mais algumas esperando o sono chegar ou a mãe:"menina,trata de dormir prá acordar cedo amanhã!",,,e o livro tinha que ser deixado de lado,com um enorme pesar.Nunca foi de muito dormir,naquela época,sua cabecinha era um turbilhão de ideias e sempre um sonho:crescer e ser uma escritora.
       O colégio lhe parecia o fio condutor de suas esperanças,fez a quinta série com facilidade,logo aprendeu todas as lições do livro "Preparatório  ao alcance de todos",com exceção da MATEMÁTICA,que se chamava ARITMÉTICA e era o seu BICHO-PAPÃO...tinha pesadelos, com números a atacá-la,sofria na época das provas, como se fossem um vestibular...e a mãe ameaçava:"se não passar de ano,vai sair do colégio e vai para a cozinha!!!!''.Tomou horror de fogão e de cozinhar...
       Mas,chegou o final do ano e suas notas foram brilhantes...até na malfadada aritmética...e passou para a primeira série ginasial...e se encantou com as matérias novas:Latim(O latim do ginásio--Prof,Vandick da Nóbrega)
Este foi o livro que mais a FASCINOU,parecia a chave de todo o conhecimento e,empolgada,o lia e as colegas não lhe alcançavam o entusiasmo,não entendiam o que se passava em sua cabeça.Depois os outros a encantá-la:o de Francês,o de Inglês ,o de História Geral, e  o de História do Brasil  e o de PORTUGUÊS.!!!

      E mais,escreverei de outra feita.







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COLÉGIO STA MARCELINA
PÁTIO DO  COLÉGIO  SANTA MARCELINA


E nossa menina se encantou com as freiras,com o Colégio e a sua vontade era ficar alí o dia inteiro e depois dormir naqueles amplos dormitórios,com dezenas de colegas e se imaginava com aquele uniforme do internato,muito mais bonito que o do externato.
Mas ,há sempre um mas em todas as histórias,os pais não concordaram,como de outra feita em Ponte Nova e ela teve que se conformar.
A estas alturas o pai chega no hotel com uma novidade:conseguira uma casa,nos moldes pré determinados  pela mãe:ampla,arejada,perto do centro e mais ou menos perto do colégio e da igreja.
Hoje em dia,seria considerado longe para se ir a pé,mas naquela época todos andavam sem reclamar,ninguém tinha hábito de andar de carro ou de ônibus.
E nossa menina vibrou com a notícia,finalmente teria uma casa onde levaria as colegas,o que no hotel era impraticável.
rua se chamava Rosário e era bem perto da praça onde ela gostava de ir à tardinha jogar peteca.Havia um simpático senhor de cabelos branquinhos que gostava de reunir as crianças para com elas jogar.E tinha o hábito de a cada acerto,falar um adjetivo e todos tinham que estar bem "afiados",com uma provisão grande de adjetivos para cada petecada certa.Era muito divertido ver as crianças gritando:magnífico,extraordinário,estupendo,inenarrável,grandioso,e outros mais.




Hoje o simpático senhor seria classificado de pedófilo...





E a vidinha corria entre um jogo de peteca,um piquenique com as colegas,um aniversário e as festas religiosas.Uma delas era a preferida,o mês de Maria,mês de maio,com suas rezas,suas coroações e suas quermesses.Que felicidade ,vestir a roupa de anjo ou de virgem e ir para a igreja,depois receber ou distribuir as sacolinhas com balas de coco.Após a coroação,é claro.

Uma boa noite para todos que por aqui passarem.Bjssssssss

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

RETOMANDO AS MEMÖRIAS DE CRIANÇA




Construído em 1886, o ramal de Muriaé pertencia à antiga Estrada de Ferro Leopoldina. Ligava Muriaé a Patrocínio do Muriaé, passando por Ivaí. Em Patrocínio, fazia-se a junção com a linha principal, onde passageiros e cargas seguiam para a cidade do Rio de Janeiro. Trouxe para a cidade grande progresso. Em 1898, a companhia foi incorporada por ingleses e passou a se chamar “The Leopoldina Railway Company”. Em meados do século XX, com a chegada das rodovias, tornou-sese deficitária e foi desativada.
E foi nesta estação que desembarcou a nossa menina,agora de longas tranças e sorriso nos läbios,imaginando as aventuras que a aguardavam nesta nova e bela cidade.Foram morar em um hotel,enquanto procuravam uma casa de acordo com as especificações e preferências da mãe:perto do centro,de uma igreja e de uma escola.Estas preferências diminuiam as chances de se mudarem em um tempo curto e traziam alegria `a nossa menina,que adorava o ambiente do hotel,com pessoas indo e vindo de toda parte do païs...era curiosa e estava sempre conversando com todos,querendo saber dos häbitos e costumes de cada região.
        Fez amizade com os netos da dona do hotel e se encantava com a vida deles,com chance de conhecer tantas pessoas,de viajar por estas vidas tão ricas...e eles riam e achavam que ela era uma menina diferente,com pensamentos estranhos.
No blog de Zulnara Pires,que conheci na infância,encontrei este importante acervo ,que veio enriquecer minha narrativa:
"...Sendo uma verdade que "o tempo não traz de volta o que o tempo leva", por vezes é bom renovar o passado. Percorrer locais em que habitamos e que a hora tardia esvaziou da gente e dos sons que o habitam. Entrar neles lentamente, quase em reverência. Pisar o chão devagarinho, para não acordar o presente. Sorrir ao vazio em conforto melancólico. E apesar de tudo o que o tempo ali mudou, saber ainda refazer cada passo, reconhecer a pedra torta, a árvore que falta, saber ainda das alegrias, do lugar, dos medos, escutar as gargalhadas, os passos, o roçar das malas e dos casacos como se naquele momento conosco se cruzassem invisíveis observadores. Buscamos nesta viagem temporal não os lugares, mas a nós mesmos. Revisitamos quem fomos, relembramos um certo tipo de inocência, de otimismo e de limpidez no olhar e, no final sorrimos a quem fomos com a melancolia, a maturidade e a sabedoria do presente...”                                                                                                        Ate outro dia...retornarei,podem estar certos...    E antes que a melancolia me domine,pisarei o chão devagarinho e me recolherei deixando para você,meu amigo leitor, a limpidez do olhar e a inocência da criança que ,dentro de mim,ainda habitam.
São as crianças que vêem as coisas – porque elas as vêem sempre pela primeira vez com espanto, com assombro de que elas sejam do jeito como são. Os adultos, de tanto vê-Ias, já não as vêem mais. As coisas as mais maravilhosas – ficam banais. Ser adulto é ser cego.RUBEM  ALVES


quarta-feira, fevereiro 01, 2012

RETORNANDO

Retornando,mas com o teclado completamente enlouquecido,sem os sinais graficos(vou ter que escrever sem acentuar nenhuma palavra)...vou tentar encontrar palavras que dispensem acentos.Vai ser um desafio escrever sem um nAo,uma cedilha e otras cositas mas,mas tentarei n~ao submet^e-los a este tipo de leitura (bastante cansativo,reconheÇo).Ou adotarei o computador de meu irmAo para as postagens,pois jâ nâo tenho mais meus arquivos(Sumiram todos)

     BOM DIA PARA TODOS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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