E o sonho,ah, o sonho continuava...e ela não queria despertar,borboleta fora do casulo, o que mais queria era voar...
E, após as festividades em homenagem ao Presidente de Portugal, não havia mais sentido em continuarem em um hotel no centro da cidade, muito lindo,muito confortável, mas distante do mar que ela tanto amava. Por sugestão do cunhado, estudante de Direito e morador do Rio de Janeiro , que passou a ciceroneá-los, mudaram-se para o Luxor Hotel, em Copacabana, de frente para o mar e próximo a cinemas e teatros.
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HOTEL LUXOR - 1957
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Em 1957, há 51 anos, realizou-se no Rio o 11º Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino.
Duas integrantes do time da Hungria , segundo reportagens da época, chamaram a atenção por frequentarem
a praia de Copacabana com maiôs de duas peças.
Provavelmente a delegação húngara estaria hospedada no Luxor Hotel, que se vê ao fundo, situado na Avenida Atlântica entre as ruas Figueiredo Magalhães e Santa Clara.
Atualmente a fachada principal do Luxor Hotel está bem diferente desta que vemos na foto, não tendo mais as varandas.
Podemos observar que o paredão de prédios ainda não estava completo, com espaços livres entre as construções que permitem a visão dos prédios da Rua Domingos Ferreira.
Com o cunhado conheceram os melhores restaurantes,os melhores cinemas e teatros e visitaram os pontos turísticos mais interessantes da cidade.
A confeitaria Colombo, deslumbrante, com seus espelhos e sua decoração art nouveau era um ponto alto nas atrações da época.
Entre 1912 e 1918 os salões do interior da confeitaria foram reformados, com um toque Art Nouveau, com enormes espelhos de cristal trazidos da Antuérpia, emoldurados por elegantes frisos talhados em madeira de jacarandá. Os móveis de madeira do interior foram esculpidos na mesma época pelo artesão Antônio Borsoi.
Os cafés e confeitarias eram tradicionais pontos de encontro da sociedade e de intelectuais (VELLOSO, 2000). A tradicional Confeitaria Colombo abriu filial na Avenida Nossa Senhora de Copacabana em 1945.
A repressão do Estado Novo fechou bares e clubes musicais na Lapa e arredores, logo os freqüentadores dessa vida noturna, isto é, os músicos, poetas, jornalistas e boêmios gradualmente migraram para Copacabana, que já abrigava diversos locais importantes de sociabilidade, especialmente com o glamour e agitação dos cassinos e o intimismo das boates e nightclubs. A maioria dessas casas noturnas pertencia:
A homens de negócios, a homens que querem mais do que nada lucro, lucro e lucros. Então alguns atropelam, fazendo do uísque uma mistura rala e multiplicada, para que seus bolsos encham. Em Paris, parece, há mais de diferente neste espírito noturno. O homem da noite paga alto para ver coisas que realmente valem seus preços e nunca por um cartaz sem cartaz, ou um “show” mambembe, de mau gôsto e de mau jeito.
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E os cinemas...
Na primeira década do século foi inaugurado o primeiro cinema do bairro na Praça Serzedelo Correa. Em 1910, foi aberto o Cinema Copacabana, o Cinema Atlântico, em 1920 e o Cinema Roxy inaugurado em 1937. Na década de 1940, o Atlântico foi rebatizado como Ritz, além da inauguração das novas salas: Metro, Rian, Alvorada, Caruso, Ricamar e Riviera. A partir de 1957, a Galeria Alaska abrigou dois cinemas, o Alaska e o Royal, além do restaurante alemão no subsolo, o Katacombe, que posteriormente virou nightclub.
O primeiro filme a que assistiu:Morangos Silvestres.
Dirigido por Ingmar Bergman, este filme sueco a impressionou e marcou por muitos anos.
Outros viriam,era apaixonada por cinema...
No caminho da Universidade de Lund, onde receberá um prêmio pelos 50 anos de carreira, o professor de medicina Isak Borg (interpretado pelo cineasta Victor Sjöstrom) relembra os principais momentos de sua vida, temendo a morte que se aproxima.
Vários outros a encantaram: Sissy, a Imperatriz; Sissy e seu Destino; Em cada coração uma saudade, e muitos, muitos mais...
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E a viagem estava chegando ao fim... outra começaria, uma viagem à vida real, temida por ela por ser uma experiência totalmente nova... a menina de caracóis, transformada em dona de casa e fazendeira.
Vamos conhecer a casa onde tudo começaria... no interior das Minas Gerais, distante apenas quinze minutos (de charrete)da simpática cidadezinha de Miradouro.Só tenho esta foto, da casa ainda em construção... à varanda foi acrescentada uma bela escada e um balaústre de madeira torneada. Ao redor da casa um terreiro de café e coqueiros à toda volta. E foi assim que nossa senhorinha conheceu a casa, já pronta, com um jardim à sua frente, o terreiro de café e os coqueiros.
A saleta de entrada exibia uma pintura executada por um famoso pintor da região. As janelas da frente (3) e as duas do lado esquerdo eram do quarto do casal, enorme, com uma ante sala... uma pia de louça delicadíssima, com desenhos finamente criados, era o destaque deste cômodo.Aliás, todos os aposentos da casa contavam com um lavatório deste mesmo calibre.
Após a saleta, adentrava-se a uma sala de jantar, esmeradamente pintada com uma barra imitando madeira e um rodateto com pinturas de delicadas flores.
No meio do aposento, destacava-se a mesa,imensa, com 12 lugares... uma cristaleira toda espelhada, logo atrás e um outro móvel, uma espécie de aparador com tampo de mármore cinza e um espelho... um corredor saía desta sala e ia ter na cozinha, com um enorme fogão à lenha reinando, absoluto, no centro e uma outra mesa, um pouco menor que a da sala, no canto direito... prateleiras rodeavam a cozinha, com as panelas de ferro, os enormes caldeirões, o moinho de café, a máquina de moer carne e o torrador de café, uma traquitana antiga à qual ela ainda não havia sido apresentada... ah, e o velho machambombo (ferro de passar roupa à carvão).
Imaginem o choque de nossa amiguinha ao se aperceber como dona de uma casa tão grande,com empregadas que a olhavam espantadas...com certeza admirando-se com sua pouca idade,seu porte franzino e seu ar de cidade.
Um detalhe ficou esquecido...na sala de jantar,convivendo com a bela mobília,a um canto,uma pilha de sacos de café!!!
Eu estou indo,mas na semana que vem,estarei de volta...aguardem.
Bjssssssss
A saleta de entrada exibia uma pintura executada por um famoso pintor da região. As janelas da frente (3) e as duas do lado esquerdo eram do quarto do casal, enorme, com uma ante sala... uma pia de louça delicadíssima, com desenhos finamente criados, era o destaque deste cômodo.Aliás, todos os aposentos da casa contavam com um lavatório deste mesmo calibre.
Após a saleta, adentrava-se a uma sala de jantar, esmeradamente pintada com uma barra imitando madeira e um rodateto com pinturas de delicadas flores.
No meio do aposento, destacava-se a mesa,imensa, com 12 lugares... uma cristaleira toda espelhada, logo atrás e um outro móvel, uma espécie de aparador com tampo de mármore cinza e um espelho... um corredor saía desta sala e ia ter na cozinha, com um enorme fogão à lenha reinando, absoluto, no centro e uma outra mesa, um pouco menor que a da sala, no canto direito... prateleiras rodeavam a cozinha, com as panelas de ferro, os enormes caldeirões, o moinho de café, a máquina de moer carne e o torrador de café, uma traquitana antiga à qual ela ainda não havia sido apresentada... ah, e o velho machambombo (ferro de passar roupa à carvão).
Imaginem o choque de nossa amiguinha ao se aperceber como dona de uma casa tão grande,com empregadas que a olhavam espantadas...com certeza admirando-se com sua pouca idade,seu porte franzino e seu ar de cidade.
Um detalhe ficou esquecido...na sala de jantar,convivendo com a bela mobília,a um canto,uma pilha de sacos de café!!!
Eu estou indo,mas na semana que vem,estarei de volta...aguardem.
Bjssssssss
7 comentários:
Boa nova semana de paz e esperança, querida amiga Leninha!
Quanta coisa sem esperar e surpreendente!
Uma vida, uma história, muito a contar...
Gostei de ver a antiga e chique zona sul do RJ.
Vamos em frente com a continuação.
Como andou a Senhorinha.
Creio que virá a melhor parte. Será?
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Mais um belo capitulo e foi bom passear contigo pelos lugares do Rio, seus cinemas, hotéis... E dei pra imaginar como a senhorinha se sentiu ao ver-se dona de casa agora num lugar tão diferente... Vamos esperando mais! beijos, chica
Boa tarde:- Gostei de ler.
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Feliz início de semana
Proteja-se.
Leninha, mais que lua de mel,o passeio foi um aprendizado em cultura e História!Amei as fotos antigas!
Falando em fotos, que casarão, amei a descrição e teria me apavorado também, mas deve ter sido fascinante também, aguardamos!
Uma boa semana possível, abração!
Ora...cheguei ao meu tão almejado porto, minha querida Leninha !😃 Agora vou deliciar- me de novo com todas as peripécias que me marcaram nas tuas memórias . Não enumero , claro, mas fico à esperinha...de te ouvir a contar esse teu caminhar tão prazerosamente como as vezes turbulento ! Ai a charrete!Oxala não tenhas nenhum percalço até voltares de novo .
À parte isso, foste uma sortuda, visitando todos esses lugares de topo, e vendo cinema que tanto aprecias ainda .
Mas, a casa foi feita para o casal ? Com esse cenário ?
Bem , és realmente uma sonhadora que ama o despertar diferente e onde a realidade não a assusta : vir do passeio e acordar num casarão que deverá gerir, não é tarefa fácil
Mas quem é o que assuste a nossa Senhorinha ?
Um grande beijinho minha doce Leninha 🌷🌷🌷
Dalva querida,
Gosto da sua leitura das aventuras da agora senhorinha.
Você percebe detalhes que, até a mim, passam despercebidos.
E a chegada à fazenda foi um deslumbrante acontecimento na vida de nossa amiguinha. Ela nunca havia ido até lá e ficou surpresa com o tamanho da casa.
Aguarde que novas surpresas ocorrerão...
Manu querida e doce amigairmã,
Vai demorar um pouco a chegar a romântica charrete e a nossa "senhorinha" vai se contentar com a nada romântica caminhonete do sogro, de um verde escuro brilhante e que a conduziria pelas estradinhas da fazenda.
E ela adorava visitar as casas dos colonos, conversar com aquelas pessoas simples, de portas e corações abertos. Era o oposto daquelas pessoas que a deixaram traumatizada durante muito tempo.
Ah, a casa não foi construída para o casal, mas para a sogra logo que a mesma se casou, porém não conseguiu se adaptar à vida simples da roça.
Mas esta é outra história e não devo me alongar mais.
Obrigada, meu anjo.
Um beijo!
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