As montanhas de Minas Gerais são surpreendentemente belas.Proporcionam paisagens que encantam a todos que as vislumbram.E as montanhas de Resende Costa eram ,realmente, um caso à parte em se tratando de beleza.Da laje,a visão que se tinha era de um colorido exuberante ,com nuances variadas e ricas...uma paleta de cores que em certos instantes nos lembrava o mar que não temos , porém sonhado por todos nós.
"As lajes não são somente os alicerces de Resende Costa. A beleza e o aconchego do lugar atraem, desde os primórdios da cidade, pessoas que transformaram o rochedo num bucólico e agradável ponto de lazer e encontro. Nos finais de semana, especialmente nas tardes de domingo, o movimento nas lajes de cima é intenso. As pessoas sentam-se sobre as pedras para conversar, namorar, tirar fotos e contemplar gratuitamente a beleza que se perde infinita num horizonte que a natureza generosamente presenteou os resende-costenses." Fonte : Jornal das Lajes
E com nossas amiguinhas não foi diferente...encantaram-se e logo imaginaram como as pessoas da família e os amigos se sentiriam ao ver tamanha beleza.
As lembranças dos amigos fizeram com que nossa senhorinha voltasse no tempo novamente...
Foram dois anos no Rio de Janeiro e as amizades que havia feito eram as cores que enfeitaram a sua vida durante aquele tempo de espera,quando suas malas estavam sempre prontas e seu coração sempre ansiando por outros vôos. As noites de sábado eram povoadas por muita música e confidências. Música na casa dos amigos Lelo (que mais tarde seria seu cunhado) e André ...música ao piano e ao violão, música na eletrola onde rodavam os discos de vinil e música também na escaleta , tocada pelo amigo Lelo por vezes em serestas ao pé das janelas ou em frente a algum prédio onde morava um amigo. Música na voz do Cláudio que hoje canta para outros anjos, amigo muito querido, médico e companheiro de todas as horas. Saudades infinitas.
Mas estávamos falando sobre a laje que tanto encantou nossa senhorinha e a fez pensar em contar a estes amigos sobre esta beleza. Suas malas ,como sempre ,estavam prontas...desta vez repletas de colchas do artesanato local que levaria para vender no Rio de Janeiro.
As colchas atuais, mais elaboradas e variadas |
Na época eram mais simples , porém muito belas também. Eram mais estreitas devido ao tamanho dos teares, mas sempre executadas com capricho e esmero.
Mas,além das colchas,algo bem mais valioso ia em sua mala...sonhos embrulhados em organzas e tules, esperanças envoltas em finas musselines, multicoloridas lembranças de um poente jamais visto e um entusiasmo que ultrapassava os limites de sua imaginação. Conduzia esta mala com a delicadeza necessária aos sonhos, pisava com leveza para não deixar escapar nem um milímetro da esperança...e seguia com os olhos iluminados em busca do encontro com os amigos. Sonhava demais a nossa senhorinha, cultivava em estufas o seu romantismo e acreditava sempre que as cores do mar e do céu estariam sempre ali a um passo de seus desejos.
Um beijo para cada um que por aqui passar.