Memórias de uma Senhorinha
Abrindo o baú
E nossa Senhorinha, tendo já resolvido os problemas dos alunos, poderia tranquilamente sossegar e usufruir sossegadamente os louros da vitória...mas, e há sempre um mas rondando a cabeça de nossa amiguinha...sua curiosidade a impelia e a levava a novos questionamentos.Agora o que a movia era o interesse em desvendar o conteúdo do misterioso baú que trouxera da casa da baronesa, esquecido em um canto da casa.
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E como nossa senhorinha não gostava de adiar nada, foi ao encalço do seu sonho: buscar uma forma de abrir o baú (que não era de OSSOS , como o de Pedro Nava), guardado durante tanto tempo no sótão de sua casa. Munida de uma chave de fenda se pôs a forçar o pequeno cadeado já enferrujado, não oferecendo portanto resistência alguma. Um estalo e eis que se abre, mostrando o interior do baú... um amarrado de cartas amareladas foi o que lhe chamou a atenção primeiramente... uma bela caligrafia se destacava e sua fértil imaginação já desenhava uma delicada mão a escrevê-las. Nos dedos, anéis se mostravam e uma diáfana manga cobria os pulsos frágeis.
Deveria continuar? Dúvida atroz a invadia, fazendo com que tremesse naquela indecisão... fez uma pausa e se quedou a pensar. As pessoas que poderiam se interessar pelo assunto já não existiam, não havia descendentes da baronesa e ninguém sabia nada sobre os antigos habitantes daquela casa... constatara tal fato após indagações aos mais antigos moradores do vilarejo mais próximo.
O que a fazia relutar ?
Ela que sempre se atirara com sofreguidão aos seus objetivos, sentia um certo
pudor , até mesmo um certo constrangimento em tocar o intocável (aos seus
olhos)...
Pensou durante horas a
fio, mediu as possibilidades e, finalmente decidiu-se... abriria a primeira
missiva e saberia, então, se deveria continuar.
Deveria , no entanto, deixar para o dia seguinte a sua empreitada... o dever a chamava e os planos de aula não podiam esperar.
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Vou deixá-los com esta curiosidade a estimular as cabecinhas de vocês... o que haveria nas cartas. Alguém poderia imaginar???
Amanhã retornarei... ou depois de amanhã. Encontrem-me aqui.
Leninha Brandão