SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

terça-feira, dezembro 09, 2014

Mais Guimarães Rosa



Guimarães Rosa

"Vem de longe, vem no escuro, brota que nem mato que dispensa cuidado e cresce com a mais remota chuva. Vem de dentro e fundo e com urgência. Amor vem de amor. Que não cabe, mas assim mesmo a gente guarda. A gente empurra, dobra, faz força deixa amassado num canto, no peito, no escuro, dentro, ou larga pegando sereno. Amor vem de amor. Vem do pedaço mais feio, do mais sem palavra, do triste, vem de mãos estendidas. É tecido desfeito pelo tempo, amarelecido pelo tempo, pelo cheiro da gaveta fechada, pelo riscado do sol na madeira. Amor vem de amor. Vem de coisa que arrebata, vira chão, terra, cisco, resto, rastro, coisa para sempre varrida. É delicadeza viva forte violenta. Que faz doer, partir, deixar caído. Amor vem de amor. E dói bonito."

(Guimarães Rosa)

 

terça-feira, setembro 23, 2014

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO

Minha amiga Marli Soares Borges criou um evento com este título e minha contribuição foi esta que partilho com vocês,meus amigos.

O Tempo é o Senhor da Razão
Eclesiastes 3
1 ¶ Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2 Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3 Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
4 Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
5 Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
6 Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
7 Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8 Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.


Esta passagem do Eclesiastes sempre me marcou,desde que a li pela primeira vez... olha que faz tempo isto,eu tinha nove anos e cursava a terceira série primária,no Instituto Santa Dorotéa,em Pouso Alegre,Minas Gerais...as freiras nos faziam ler todos os dias uma passagem da História Sagrada e esta era a que mais me impressionava.Principalmente a de número 3 que fala em tempo de matar...isto,para uma criança,era muito forte e me amedrontava muito.Mais tarde fui percebendo que nada disto deveria ser interpretado ao pé da letra,mas para uma criança de fértil imaginação era algo pavoroso demais...
Hoje já passei por várias destas etapas,já plantei e tive uma bela colheita, já arranquei muitas ervas daninhas que se misturaram à minha semeadura;
Já chorei e ri muitas vezes,pranteei as minhas múltiplas perdas,dancei conforme a música e até destoando dela,matei as lembranças ruins e curei feridas de meu coração e dos corações de amigos;derrubei e edifiquei construções não muito adequadas, espalhei pedras onde o barro poderia levar alguém a derrapar,juntei as pedras que alguns em mim atiraram(não cheguei a construir um castelo,como Pessoa),abracei e fui abraçada; busquei,ah como busquei acertar e muitas das vezes perdi,embora tenha acertado outras tantas,guardei recordações de bons momentos e lancei fora o que não acrescentava nada;rasguei meu coração em mil pedaços,mas cosi e cerzi com as linhas do esquecimento,muitas vezes...calei-me em horas certas e também em erradas horas...falei muito e me arrependi na mesma proporção; amei e ainda amo com entusiasmo e paixão,a vida,a natureza,o sol,a lua, as estrelas,o nascer e o por do sol,os arco-íris e as borboletas...ódio? não,não tenho tempo para o ódio,nem gosto de falar odeio isto ou aquilo....guerras para mim nunca existiriam,a paz sim esta é e deve ser o objetivo de todos...
E finalmente,o que eu mais gosto e aprecio em todas as gentes...alegrar-se e fazer o bem na sua vida...alegrar-se e alegrar as outras pessoas,vestir a roupa da Alegria e adornar os cabelos e os pensamentos com as travessas e tiaras do Amor e do Bem querer.

 

segunda-feira, setembro 01, 2014

CHEGANDO EM CASA

Chegando em Casa        


Chegando em casa
com a alma amarfanhada
e escura
das refregas burocráticas
leio sobre a mesa
um bilhete que dizia:

- hoje 22 de agosto de 1994
meu marido perdeu, deste terraço:

mais um pôr de sol no Dois Irmãos
o canto de um bem-te-vi
e uma orquídea que entardecia
sobre o mar.

( Affonso Romano de Sant’Anna )

segunda-feira, agosto 18, 2014



Arrume a casa. Troque os lençóis da cama. Enfeite a casa. Coloque roupas coloridas. Abra a porta. Deixe o sol entrar.
Despacha a tristeza. Convide a alegria. Entre no mundo. Desafie o acaso. Repita a rima. Descarte as ilusões. Sele a paz com a saudade.
Enfrente a chuva. Não perca tempo. Seja breve. A vida não é curta e o mundo não é grande. A história é sua, o tempo também e não aguarde o melhor que sempre está por vir.
Acenda a luz. Clareie a sua volta e aproveite para viver.
___Ita Portugal - 


quarta-feira, abril 09, 2014


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
Pablo Neruda

terça-feira, abril 08, 2014

Meus queridos,
Devo apresentar, primeiramente, o meu pedido de desculpas pela ausência tão demorada e dizer-lhes que, aos poucos, voltarei.
Um beijo e um afago.E o desejo de um lindo dia!!!!!!
 

Divagando

Voltar a escrever...necessário se faz, mesmo que destreinada completamente das manhas e manias antigas...criar novos caminhos, apreender novos temas, apoderar-se do novo instrumento, vestir as armas da conquista.Onde as imagens? Onde os atalhos, onde o mundo das palavras se escondeu? Consegui encontrar uma imagem, porém as palavras correm  e é difícil,  muito difícil está localizá-las.A um toque meu, tornam a se esconder, fogem do meu campo visual. ..
Tentarei aprisioná-las.Tarefa difícil, porém não impossivel.

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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