SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

quinta-feira, janeiro 03, 2013

MEMÓRIAS DE UMA SENHORINHA





LINDA JUVENTUDE

 Nossa linda juventude
Página de um livro bom
Canta que te quero

Cais e calor
Claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou...

Maravilha, juventude
Pobre de mim, pobre de nós
Via Láctea, brilha por nós
Vidas pequenas na esquina...

Fado, sina, lei, tesouro
Canta que te quero bem
Brilha que te quero
Luz andaluz
Massa como o nosso amor...

Nossa linda juventude
Página de um livro bom
Canta que quero cais e calor
Claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou...

Maravilha, juventude
Tudo de mim, tudo de nós
Via Láctea, brilha por nós
Vidas bonitas da esquina...

Zabelê, Zumbi, Besouro
Vespa fabricando mel
Guardo teu tesouro
Jóia marrom
Raça como nossa côr...

Nossa linda juventude
Página de um livro bom
Canta que te quero
Cais e calor
Claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou...
                                                                                                 

E nossa senhorinha sentia a letra desta melodia de uma forma pungente, sentimentos contraditórios no peito e nostalgia de alguma coisa que não havia vivido...de um tempo perdido e sonhado, serena canção, viagens ás estrelas de luz, a poentes jamais vislumbrados, histórias perdidas em um tempo de pensares e contemplares...moedas atiradas em um poço secreto, espelho de magias e desejos...olhares sentidos, sons de cetim e seda pura farfalhando em fantasias sem fim.Do centro do nevoeiro de suas lembranças,pela lua cheia singrando um mar azul, sentia o sabor indefinido e acridoce de limões e doces de leite, e o gosto da vida e pela vida a lhe correr nas veias.Uma sensação de desperdício e frustração a invadia...o olhar perdido contemplava mistérios e nada a fazia sair desta introspecção, janelas abertas para um galopar de pensamentos desenfreados...horas a fio.
E anoitecia, estrelas surgiam, o norte e o sul a atraiam, numa dualidade que martirizava e doía, tal como uma dor física...sons cinzentos e gelado coração...partia sem sair do lugar, olhos na estrada e na penumbra de sua vida. Vida que clamava por ela e habitava no centro de seu universo...

Sons de guitarra, Beatles em sua eletrolinha a faziam viajar e quase  calar os seus fantasmas, de alma nua e pés no chão...
  

 Voltava à vida real e aos cadernos dos filhos, ensinando o que já não ensinava aos alunos ( estava de licença para cuidar do filho mais novo, lembram-se?).
E os dias se sucediam, nada de novo acontecendo e ela " desvivendo"...o porquê desta insatisfação era por ela ignorado...lia os livros de Michel Quoist, procurando uma resposta e não encontrava. Um vazio no peito, uma sensação de inutilidade a invadiam, uma tristeza sem fim que nada aplacava...depressão? Não conhecia o termo e nem seus livros de psicologia explicavam.

                                       

Nesta ocasião os dois filhos mais velhos foram para a casa dos avós, no Rio, onde estudariam em colégios melhores...foi uma difícil separação, que ela não demonstrava afim de minimizar-lhes o sofrimento.Era o desejo dos pais e da irmã, para proporcionar uma melhor educação aos meninos, mas que lhes causava uma tristeza enorme...deixar uma vida de liberdade em uma fazenda e passar a viver em um apartamento foi um choque, mas, em compensação lhes mostrou uma outra realidade...aprenderam a ajudar nas tarefas domésticas, já que a avó não tinha empregados e fazia todo o serviço da casa, as compras, a feira e todas as demais tarefas concernentes a uma dona de casa. Aprenderam a comprar e procurar melhores preços, já que a avó era uma "financista" e procurava economizar ao máximo. Andavam muito à pé, indo do Catete ao Centro e por vezes até ao Parque Laje, bem distante, mas para eles, acostumados às grandes distâncias na fazenda, não significava nada.E nas férias voltavam para a fazenda e para as brincadeiras com os filhos dos colonos...e eram três meses de liberdade completa.
                                                    

Muitas aventuras ainda estão por vir.
 Aguardem!!!
                             Bjsssssssss,
 

32 comentários:

chica disse...

Lindo,Leninha e não lembrava dessa música.Foi legal! beijos,tudo de bom,chica

Anônimo disse...

Muito bacana Leninha. Michel Quoist, ah como lembrei "Senhor liberta-me de mim" livro famoso esse, lembra? E os Beatles? Saudades. Bjs Marli

Italo disse...

LENINHA!
Você descreve os fatos de forma tal que sua alma colorida se apresenta por inteiro. A senhorinha emociona pela riqueza do detalhe fazendo transparecer a candura da pessoa subtendida, de modo que o encanto e a beleza deixam a alma e se tornam versos de amor de uma vida vivida com encanto e nos alojando ao sonho da saudade.
Parabéns! Bjos, amiga!

Toninho disse...

Que lindo Leninha, adorei lembrar e reviver.Renovo minha alegria de seguir neste belo espaço,relembrando cada fase e viajando no tempo com toda sua arte.
Que estejamos em sintonia por todo 2013.
Meu carinhoso abraço de paz e luz.
Feliz 2013.
Bjo.

Dalva Rodrigues disse...

Leninha querida, que bom estar aqui, adorei sua narrativa, tão poética e tão profunda. Acho que toda mulher passa por momentos assim, de escuridão, vazio, um não sei o quê, não sei onde...
Filhos...algumas vezes temos que nos libertar e libertá-los, ao contrário do que pensamos, outros também podem ensinar e muitas vezes melhor que nós...Preciso praticar isso, mas não sei como hehehe

Obrigada pelo seu carinho, Feliz 2013!!!

Beijos!

chica disse...

Voltei agora, pois ontem estava só a música... Legal ver o desenrolar, as tristezas, alegrias,enfrentamentos dessa senhorinha. Aguardo mais, com certeza! beijos,chica

* Edméia * disse...


*Leninha, como você escreve bem !!!

Que texto LINDOOOOOOOOO !!!

(*Refiro-me, principalmente, a este

parágrafo :

E nossa senhorinha sentia a letra desta melodia de uma forma pungente, sentimentos contraditórios no peito e nostalgia de alguma coisa que não havia vivido...de um tempo perdido e sonhado, serena canção, viagens ás estrelas de luz, a poentes jamais vislumbrados, histórias perdidas em um tempo de pensares e contemplares...moedas atiradas em um poço secreto, espelho de magias e desejos...olhares sentidos, sons de cetim e seda pura farfalhando em fantasias sem fim.Do centro do nevoeiro de suas lembranças,pela lua cheia singrando um mar azul, sentia o sabor indefinido e acridoce de limões e doces de leite, e o gosto da vida e pela vida a lhe correr nas veias.Uma sensação de desperdício e frustração a invadia...o olhar perdido contemplava mistérios e nada a fazia sair desta introspecção, janelas abertas para um galopar de pensamentos desenfreados...horas a fio.).

* * *

*Leninha, gosto muito da letra

e da melodia desta música que

você postou aqui ! Muito bonita !

A mesma levou-me para trás, para

os meus coloridos anos 80 quando

eu estava com 20 anos de idade e

sonhava com tudo o que possuo

hoje : meus filhos, minha casa,

meu trabalho garantido, minha

independência financeira, minha

PAZZZZZZZZZZZZ !!! :))

* * *

*Leninha, querida amiga, algo

me diz que este ano lerei bem o

teu blog !!! (risos).

*Ah, uma observação : imagino

que quem se acostumou com a

liberdade de uma vida numa fazenda

sinta verdadeiro PAVOR - nos

primeiros meses ! O.O - de uma

vida na cidade e ... dentro de

um apartamento, para piorar mais !

(*Seus filhos sofreram !!! ).

Vero Kraemer disse...

Adoro esta música, Leninha querida!
Amo seus posts, e sempre lhe digo: Obrigada!!!
Leninha, desejo um 2013 maravilhoso pra ti e tua família! Que seja repleto de bênçãos e felicidade!
Gosto muito de ti e te admiro demais!
Beijosssssssss
Vero ♥

manuela barroso disse...

Minha querida,
A tua narrativa é sempre linda.Escreves maravilhosamente. Mas hoje excedeste todos o parâmetros da estética literária! E além da beleza das palavras há uma beleza intrigante de uma dor que comove tal a forma como a descreves. E sabemos bem, que uns mais que outros, a insatisfação nos bate de quando em vez à porta. Mas nem sempre a abrimos!
O meu carinho num terno abraço, Leninha

Elvira Carvalho disse...

Michel Quoist e os seus poemas para rezar que tanto me acompanharam nos meus tempos de juventude. Boas lembranças de uma época difícil da minha vida.
Um abraço e um bom Domingo de Reis

Arione Torres disse...

Oi Leninha, lembraças preciosas essas desse post!
Tenha uma linda semana, beijos e fica com Deus!

Anônimo disse...

Leninha, sua narrativa cada dia traz um encantamento diferente, com emoções novas e que vivifica a história contada. E começar o post com a música ficou showwwwwwww.
Adorei mais uma história da senhorinha.
bjks doces

Beatriz Bragança disse...

Querida Leninha:
Belo poema,deliciosa narrativa.
Também quero aproveitar para agradecer as lindas palavras que colocou no meu blog desejando-me um feliz ano novo em PRIMEIRA CLASSE.Pois faço minhas as suas palavras e desejo muita saúde, paz e alegria de viver,na companhia dos seus.
Um grande abraço da
Beatriz

Ivani disse...

ah! essa senhorinha linda, de coração delicado e alma de beija-flor...
sinto que muitas coisas ainda estão por vir, sinto pulsar nela uma ânsia de mudança, de fuga, sei lá...
estou adorando andar ao seu lado, principalmente porque me faz lembrar também alguns desesperos kkkkk
saudades dos filhos eu não tive, porque não tinha minha mãe para recebe-los e orienta-los. Mas imagino como deve ter sido dificil a separação.
Leninha, estou aqui, encantada!
continue amiga, um grande beijo!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Leninha Brandão disse...


Anônimo disse...

Ate hoje odeio a tal de feira,quando vou ,obrigado, é claro, compro rapidinho e volto..
Bjsssssss,
Toninho

07 janeiro, 2013 16:30
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Marly disse...

Leninha,

Eu é que tenho de te pedir desculpas pela ausência, embora considere uma perda pessoal não poder vir aqui regularmente, como gostaria.
É uma delícia ler os seus posts, não apenas pelos textos doces e cheios de referências a coisas que amamos, mas também por causa das questões mais sérias que você enfrentou, que são comuns a nós mulheres, rsrs.
Uma coisa é certa, a esta altura você pode olhar para trás e dizer como Neruda: Confesso que vivi! rsrs.

Beijo, boa semana e excelente 2013 minha linda senhorinha!

Respeite e Proteja os Animais disse...

Oi Leninha!
Vim até você pelo Blog da Ivani!
Gostei muito de tudo que li por aqui!
Parabéns pela pela maravilhosa inspiração na arte de escrever!
Gostei muito de seu cantinho e já fiquei por aqui!
Uma linda e iluminada semana pra você!
Bjs

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Michel Quoist, fazia parte das leituras diárias de uma época, da "nossa". Gosto quando relata fatos ocorridos no Rio de Janeiro, em lugares que muito frequente. Tenho uma "pulga na orelha", nessa angústia sentida por uma senhoria que tinha tudo. O que faltava então? Creio que um dia saberemos...no decorrer da bela narrativa.

Deixo-lhe um beijo carinhoso, Leninha, com mais votos de feliz ano novo.
Lúcia

Unknown disse...

Querida Leninha,
A nossa Senhorinha continua menina linda e cada vez com novos encantos.
Adoro ler o que escreve, como escreve.
Bom 2013
Muitos bjis

BLOGZOOM disse...

Leninha,

Adoooooooro esta musica, faz parte de um doce momento de minha juventude!

Sobre filhos... eu tenho uma dura missao neste ano. Que Deus me ilumine e guarde! affff...

Beijinhos

Severa Cabral(escritora) disse...

Minha querida amiga !!!!!
Neste novo ano que está a começar estou aqui para continuar a ler as tuas belas histórias. Quero te dizer que foi para mim um grande gosto ter convivido contigo durante o ano que passou e tenho a certeza que este convívio continuará cimentando assim esta amizade que nasceu através de palavras...
bjsssssssssssssssssss

manuela barroso disse...

Minha querida,

Além de aproveitar para te dar um beijinho também te faço um convite à leitura, cujo selo alusivo está no blog onde se encontram os procedimentos a seguir.
E boas leituras!
Bjissss

Anônimo disse...

Senhora D. Leninha
A sua página inicial é um mimo.Também gostei muito do poema e,quanto à sua maneira de narrar,é absolutamente soberba.É ótimo ler o que escreve,está cheia de inspiração.
Cumprimentos do
João Alberto(irmão da Beatriz de Bragança)
O meu blog http://vivendoseaprende2013.blogspot.com

SOL da Esteva disse...

Querida Leninha

Reviver cada passo da Vida, compassadamente, dá para saborear muitas sensações que passaram desapercebidas na época. Certamente que os factos "maiores" estão sempre presentes; mas há pormenores que se (nos) iluminam ao "mastigar" as estas Palavras.
Lindo, Amiga.


Beijos


SOL

Mariazita disse...

Querida Leninha
A nossa senhorinha está atravessando uma fase menos boa.
Não haverá por aí um princípio de depressão?
Sei como é, já atavessei fases semelhantes, em que parece que não há sol que nos aqueça...
Veremos, para a próxima, se há algum motivo escondido.

Obrigada pela presença no «LÍRIOS».

Bom fim-de-semana.
Beijinhos

Anderson Fabiano disse...

Leninha, boas recordações me trazem as tuas memórias! Bons tempos, apesar de algumas insatisfações que acabam sendo comuns, mesmo diante de perspectivas diferentes!
Obrigado, amiga, pelo incentivo e comentários sempre generosos!
Meu carinho,
Anderson Fabiano.

Arione Torres disse...

Oi Leninha, lindo post...
Tenha um ótimo fds, beijos!

Unknown disse...

Oi Leninha, gostei muito de viajar por tuas memórias e relembrar essa música gostosa que pude ouvir em pensamento...
Desejo à vc um 2013 recheado de coisas e inspirações com mais alegria de viver, muito mais amiga. Meu beijo com afeto e carinho, Jady

Anne Lieri disse...

Leninha,que musica linda nessa fase dessa senhorinha!Momentos dificeis de separação dos filhos e vou ficar aguardando os próximos relatos!bjs e boa semana!

Lucinha disse...

Leninha,

Imagino com foi difícil a mudança dos filhos para o Rio de Janeiro. Mesmo naquela época, eles não tinha a mesma liberdade que na fazenda. Mas, com certeza, isso serviu e aprendizado e amadurecimento pra eles. Os frutos, saberemos nas memórias de uma senhorinha no decorrer desse livro de memórias.

Beijos

Renata Guidinha disse...

Mesmo com o cantinho em tempo de pausa, não posso deixar de passar aqui e oferecer um carinho.
Bjks

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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