E o tempo,este implacável condutor de nossas vidas,passou,célere e inexorável... e vamos
encontrar nossa menina,sem suas tranças,de cabelos rebeldes e quase indomáveis,na altura dos ombros...e era um tal de fazer touca(enrolar ao redor da cabeça,prendendo com grampos),passá-los a ferro ou enrolá-los com bobbies térmicos,verdadeiro suplício a que se submetia na esperança de tê-los lisos como de Judy Garland ou com ondas largas e sedosas como os da tia amada e idolatrada,salve ,salve...
Os bobbies,não sei se alguma de vocês conheceu,eram cheios de água e se colocados para ferver e enrolados ainda quentes nos cabelos,produziam belos cachos ou largas ondas em suas teimosas madeixas.O efeito era natural e domava aqueles rebeldes fios...e era muito cabelo para uma só cabeça,os braços doiam, mas o que não se fazia em nome da vaidade!!!
Aos domingos,o passeio na praça João Pinheiro era sagrado...e andavam de braços dados as amigas,dando voltas à praça e os rapazes, na direção contrária, andavam do lado de fora do passeio e se encontravam,volta após volta.Era aí que surgiam os flertes que mais tarde se transformariam em namoro.Namoros estes que,um dia seriam noivados,durando geralmente uns quatro ou cinco anos,até o casamento.Muitas se casaram antes mesmo de se formarem,pois as meninas daquela época só almejavam Praça João Pinheiro Muriaé /MG |
E o que dizer da moda nos idos anos cinquenta?Vestidos rodados e três a quatro anáguas,para garantir uma bela roda,franzidos ou godés.Anos 50 ,a época da feminilidade...
Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e se manteve como base para a maioria das criações desse período. Apesar de tudo indicar que a moda seguiria o caminho da simplicidade e praticidade, acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.
E foi o mesmo Christian Dior quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação de novas tendências que foram surgindo quase a cada estação.
E a mãe já não costurava para ela,tinha uma costureira que,obediente aos seus caprichos,fazia-lhe os vestidos quase no corpo.
E eram lindos vestidos,de tafetá,de laise,de algodão,de cetim,seda ou organdi suíço(os mais bonitos)...alguns eram bordados,outros tinham detalhes de renda guipure que os valorizavam e transformavam em verdadeiras obras de arte
Mas não pensem que se faziam vestidos todas as semanas..havia a necessidade de um evento,de uma celebração,de um aniversário,ou alguma festa religiosa...e,lógico,no Natal e no Ano Novo.
E os sapatos...ela adorava ,mas só se podia comprá-los duas vezes ao ano.
E a nossa menina,na sua roda da vida,brincava de ser mulher e sonhava com um príncipe que um dia viria buscá-la para,nas rendas de seu destino,encontrar o sonho tão sonhado,o sorriso vestido de azul e os cabelos penteados com libélulas e borboletas...nenúfares habitariam os lagos de sua vida...arco íris refletiriam suas cores em suas vidraças,suas portas estariam cerradas para não fugir a felicidade e os dias seriam feitos de luzes com arrebóis alaranjados e alvoreceres perolados.
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Um beija-flor passou por aqui e deixou um beijo para você amigo(a)querido(a).Estou indo mas voltarei,se Deus quiser.Bjssssssssssssssssss