SONHOS E ENCANTOS

SONHOS E ENCANTOS

domingo, dezembro 09, 2012

MEMÓRIAS DE UMA SENHORINHA







e NOSSA SENHORINHA VIVIA FELIZ E DESPREOCUPADA, BRINCANDO COM OS FILHOS, TRABALHANDO E CANTANDO, DESCOBRINDO AOS POUCOS O QUE O ADESTRAMENTO DAS MENINAS DA ÉPOCA NÃO ENSAIARA:VIVER ÀS VEZES DÓI  E NÃO EXISTE UMA RECEITA PARA NÃO DEIXAR OS OLHOS MAREJADOS DE QUANDO EM VEZ.

aS AMIGAS A AJUDAVAM EM SUA BUSCA PELAS VERDADES DAS PALAVRAS...SE A PALAVRA AMOR NÃO A PREENCHIA ONDE BUSCAR OUTRA PARA SUSTENTAR A ESTRUTURA DO SEU EU? ESCUDAVA-SE EM SUAS MELODIAS, EM SEUS LIVROS E EM SEUS PENSAMENTOS...E DESEJAVA SER PLANTINHA DE BEIRA DE ESTRADA, SER UM PÁSSARO ALÇANDO VÔO, UMA LIBÉLULA POUSADA EM UMA FLOR...SENTIA-SE DESVIVENDO E ATUANDO EM UM PALCO QUE NÃO LHE PERTENCIA. O QUE EXTERIORIZAVA NÃO CORRESPONDIA AO QUE LHE IA NO ÂMAGO DO SEU SER. NÃO SABIA SE SENTIA O QUE DEVERIA SENTIR OU SE SENTIA O QUE OUTROS PRETENDIAM QUE SENTISSE. A SUA ALEGRIA ERA GENUÍNA, MAS POR DENTRO ALGO A RETALHAVA E NÃO SABIA O QUE ERA. 

e TODAS AS MANHÃS ERA UMA MÃE ALEGRE A BRINCAR NA AREIA DO TERREIRO COM OS FILHOS, A TRATAR DAS GALINHAS, A COMANDAR O BATALHÃO DE EMPREGADAS E COLONOS, A SE IRRITAR COM O "OTÁVIO" QUE NÃO SABIA VARRER O TERREIRO IGUAL A ELA... TENTAVA ENSINAR E SANGRAVA AS MÃOS DELICADAS...E A COZINHEIRA VINHA PERGUNTAR O QUE FAZER PARA O ALMOÇO, A LAVADEIRA DEIXAVA O VARAL CAIR COM TODA A ROUPA LAVADA, A ARRUMADEIRA NECESSITAVA DE SUA AJUDA PARA ENCERAR A CASA IMENSA, A SOGRA VINHA DA CIDADE PASSAR A SEMANA COM ELA E DEMONSTRAR QUE UMA CASA DE FAZENDA SE CONDUZ COM PULSO DE FERRO E DIZER QUE O zEZÉ (O SOGRO) NÃO PODIA FICAR SEM SOBREMESA NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM.

                           ARTES   DOS   FILHOS

Um rio passava nos fundos do terreno e um dia os filhos mais velhos, Toninho e Cacá resolveram brincar de exploradores: levaram uma caixa de fósforos que surrupiaram da cozinha e foram fazer a "limpeza" das bananeiras que estavam muito secas...foi uma chamazinha pequena e logo todas as bananeiras estavam queimando, como um grande incêndio em uma floresta...os empregados todos, que estavam na serraria, correram e salvaram os atemorizados meninos e, também as bananeiras que margeavam toda a extensão do rio. Resultado desta "pequena aventura"? Umas boas chineladas em cada um...não havia proibição de se punir desta forma os filhos e ninguém ficou traumatizado por causa disto. São filhos excelentes que nunca deram trabalho na juventude...

De outra feita, Dudu, o caçula, resolveu pintar o seu caminhãozinho de verde, uma tinta a óleo que havia sobrado da pintura de uma cama...tanto pintou o caminhãozinho, como suas pernas, braços, rosto e barriga...
teve que ser colocado de molho em uma banheira de espuma  e ser esfregado com bucha vegetal até sair toda a tinta. 


E estas foram as artes que ela ficou sabendo, entre outras menores...mais tarde, quando já estavam mais velhos, contavam que brincavam na casa do Sr. Batista ( um colono que morava no Pai Inácio, uma parte mais afastada da fazenda), de descer o rio em tronco de bananeira, como os índios dos filmes...

 


Bjsssssssssss


37 comentários:

Anônimo disse...

Nem tudo esse "adestramento" moral e social ensina. Acho que na verdade ensina tão pouco da vida real. Somos ensinadas a nos comportar, a cuidar do lar, mas somente o viver é que ensina a gente a suportar as mazelas da vida. Viver dói sim, e as lágrimas foram feitas para serem derramadas sempre que se fizer o nó na garganta.
bjks doces Leninha.

chica disse...

Por mais que se ensaiasse, a realidade sempre se mostra diversa. Estar preparadas pra saber enfrentar e nunca desitir é preciso. Por isso, nem deixar de cantar pela vida... beijos,chica

Beatriz Bragança disse...

Minha querida:
Gostei muito de ler a sua postagem e, pensei: Vamos vivendo e aprendendo. Um dia nunca é igual ao outro.Por muito que nos digam o que fazer em determinada situação,os factos nunca se repetem da mesma maneira.
Nada é insuperável para quem sabe lutar.E, principalmente, devemos manter sempre um sorriso nos lábios.
Bom fim de semana.
Um abraço da
Beatriz

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Leninha
Suas histórias são sinceras e têm um cunho sofrido mas cheio de energia e esperança.... Bacana!!!
Bjs de paz e bem

Anônimo disse...

Mãezinha quando estavamos na banaeira , disse para o Caca. Vou por um foguinho aqui, e deu no que deu, queimou a saia da conzinheira. Beijos e bencão

Elvira Carvalho disse...

Noutros tempos dizia-se que a mão que dava o pão dava a educação. As crianças levavam uns bons çoites se precisassem e faziam-se homen ou mulheres de bem e não precisavam de psicologos nem de análise. Hoje são tratados com todos os cuidados não se lhes pode tocar e o mundo está como está.
Um abraço e cá estarei para a semana
se Deus quiser

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Vida bem vivida, cheia, rica apesar de...faltar um "quê" que Senhorinha não descobria o que era... As chineladas eram dadas com amor e por amor, daí os bos resultados.

Continuo vindo, adorando e aguardando mais.

Boa noite, proveitosa semana Leninha querida. Beijos, da Lúcia

Paulo Francisco disse...

Ah, levei muitas chineladas. rs rs
Um beijo Leninha.

BLOGZOOM disse...

Querida amiga,

Sua historia me fez rir um pouco, pois lembrei de uma tia querida que se foi ontem, sobre tantas coisas que ela contava e tambem aprontava.

Beijos

Anônimo disse...

Ei Leninha, lendo você vou "leve e solta" pelo túnel do tempo. Vejo, ouço e sinto fatos e pessoas que foram e que ainda são muito especiais. Não sei se choro ou se sorrio. Saudades de tudo e de todos. Muito obrigada!!! Bjs.

HYLEA

Dalva Rodrigues disse...

A maternidade é algo maravilhoso, vivemos momentos inesquecíveis de muito afeto, mas não dá para negar que geralmente pode haver um conflito existencil, é um tempo em que se abre muito a mão de si em prol de todos.
Meninos arteiros rsrs

Beijos!

Mariazita disse...

Hoje venho convidar-te a visitar o meu blog
HISTÓRIAS DE ENCANTAR
, onde, excepcionalmente, acabo de publicar um post.
Desde já fico muito grata.
Beijinhos

PS - No próximo dia 14 haverá post novo em A CASA DA MARIQUINHAS

Leninha Brandão disse...

Minha querida Mariazita,

Encantada fiquei com teu poema e com a beleza da voz de teu amigo Joaquim, que soube interpretá-lo com ternura e segurança. Parabéns à ambos e ao teu filho Rui, tua inspiração para tão lindo conto de Natal!

Bjsssss, amiga eum Feliz Natal, repleto de anjos e com a presença do Menino Jesus te abençoando.
Leninha

Fui ao teu blog e não consegui colocar o comentário.

casa de fifia disse...

Ciao flor fico sempre feliz em te ver no meu cantinho.
obrigado pelo seu tempo e sua sensibilidade e inteligencia que coloca em cada comentário.
outros tempos,outros problemas..
trabalhar 8 oras, e chegar em casa cozinhar pratos deliciosos, se informar, e prestando atenção sobre o dia de marido e filhos, manter a casa sempre linda e cheirosa, lembrar de aniversario, e datas comemorativas varias, e de noite ser uma mante fogosa e apaixonada rsrs
te desejo uma semana luminosa


baci

Aleatoriamente disse...

Você narra tudo com uma beleza e a emoção nos encanta vó.Que coisas lindas tuas palavras.

Preciosa minha,
Sempre ouvi dizer que os anjos nos entendem de uma maneira tão terna. Tu vó é esse anjo para mim, e todas as vezes que te leio, a emoção me abraça forte. Muito obrigada vozinha.
Sou mesmo uma pessoa abençoada, tenho amigos que sinto serem estes anjos de amor. A criança que carrego em mim se perpetuou, não sei ser de outra forma, não consigo ser. Meus pais são tão precioso para mim, que não haveria palavras que pudesse expressar o quanto. Então amo, amo e amo.
Obrigada por seu carinho vó.

Arione Torres disse...

Oi Leninha querida, tudo o que você escreve é maravilhoso minha linda. É muito bom fazer parte do seu blog tão lindo. Tenha uma ótima semana, bjs!

Calu Barros disse...

A realidade não se afasta o suficiente para que possamos compreendê-la antes de vivê-la e com isto,vamos tateando na busca por ensinamentos que não conhecemos previamente.
Teus escudos, também foram os meus e de certa forma deram-nos asas mágicas e fortes para atravessarmos mares bravios.

Artes, artes, artes, ai meus sais...também tenho dois arteiros.
Bjos, doce senhorinha.
Calu

manuela barroso disse...

Minha querida Leninha,
O tempo passa e as histórias parecem ter vida própria! E se assim não fosse que monotonia não seria! Queremos tudo do jeito que o nosso presumível bom senso nos segreda, Mas, hélas... para quem é perfectionista, e com personalidade forte, nada nos assusta como nada nos demove. E também , porque não dizê-lo, nada nos preenche! e eu penso que quem é exigente consigo próprio, vai exigir não tanto...mas mais um pouco dos outros. Seja quem for. e é por isso que és o que és:
verdadeira, amável, generosa, afável e tanto mais!
Sempre te digo, Leninha, que o teu percurso é uma linda história de vida. E os teus sucessores, além das "chineladas", têm um orgulho enorme na sua mamã linda!
Um terno abraço com carinho

Anne Lieri disse...

Leninha,que graça as traquinagens de seus meninos!...rss...tirando o perigo,eram bem criativos!...rss...linda narrativa da semana e aguardo a próxima!bjs e meu carinho,

Casa das Bonecas de Pano de Ipiabas disse...

Boa tarde vim do blog da Lucinha e a curiosidade me fez chegar aqui adorei parabéns e feliz Natal e lindo 2013 abraços Leila

Pérola disse...

Os hábitos e costumes sociais mudam com os anos e modas.

Uma escrita muito expressiva e que prende.

beijinho

Ivani disse...

Eu entendo muito bem o que ia pla cabeça e pelo coração dessa linda Senhorinha.
E sei que o adestramento das meninas daquela época era rigoroso, castrador.
A sensação de vazio só podia ser imensa.
Mas nem por isso nossa linda mãezinha deixou de sorrir e levar a vida alegre educando os filhos, tão queridos.
Bem o retrato das mulheres daqueles saudosos anos 60/70. Românticas inveteradas, apaixonadas e incrivelmente submissas à familia e ao marido.
Estou adorando minha querida amiga, por favor não pare, está sendo um presente para nós.
Um grande beijo.

Unknown disse...

A mesma tónica encantatória da história que se desprende das palavras, como se esta história fosse já poesia Leninha.
E os filhos crescem, o tempo passa e passa também o tempo em que com outros olhos vemos novos mundos.
Sempre encantador este cantinho tão terno
Bjis

Enigmático Byjotan disse...

Lindo e de uma leveza e sutileza cativante, adorei tudo aqui.Grato, beijos de carinho.:-BYJOTAN.

Helena Chiarello disse...

É interessante como as cenas ficam vivas no pensamento durante a leitura!...
Inquietudes, sonhos, sorrisos... memórias sempre tão especiais e gostosas!
E essas molecagens dos filhos... rs... Como é bom lembrar!
Sempre um momento bom estar aqui, querida amiga!
Um beijo e meu sempre carinho!

Anne Lieri disse...

Leninha,atrasada para seu aniversario mas, nunca deixaria de vir e desejar MUITAS FELICIDADES!bjs e meu carinho e amizade!

Renata Guidinha disse...

Acho que meu marido faz artes assim até hoje... Acredita que quando minha sogra era viva, ele ia visitá-la no meio da semana. Acontecia de não encontrá-la em casa, mas ela sempre sabia que ele tinha estado por lá. Sabe como? Pelas folhas queimadas das bananeiras. Ele botava fogo nas folhas secas e muitas vezes a coisa dava rolo. Até hoje, preciso ficar vigiando... Em todas as nossas festas juninas no sítio, adivinhe quem sempre foi responsável pela fogueira? Pois é, acho que me casei com um incendiário,rsrsrsr
Bjks

Zilani Célia disse...

OI LENINHA!
BOM VIR AQUI E LER TUAS MEMÓRIAS,TÃO VERDADEIRAS.
A MENINA QUERIA VOAR,MAS AS RESTRIÇÕES DA ÉPOCA NÃO LHE PERMITIAM, ENTÃO O FAZIA COM O OPENSAMENTO, NUMA ÉPOCA EM QUE A MULHER POUCO PODIA FAZER NÉ?
ABRÇS
http://melbernardo.blogspot.com.br/

lenalima disse...

Oi Leninha!
suas histórias são de tirar meu folego, um pouco parecida com a minha, mas eu fui muito rebelde e minhas irmãs dizem que abri caminho para elas..kkk
tempos difíceis AQUELES, mas as palmadas fizeram homens de bem!

Pra ti amiga parabéns pelo aniver e felicidades sempre!
vou me ausentar (férias) mas qdo der estarei poraqui!
bjss

SOL da Esteva disse...

As chineladas da mamã nunca traumatizaram a minha pessoa; contudo, felizmente, a minha Filha nunca provou a humilhação que elas traziam. Isto, apenas para dizer que as "desculpas" de que uma surra possa ser traumatizante para as crianças, é um erro (escolha do cómodo) do modelo de Sociedade que temos. Depois, é o que todos vemos!
Pena que as imagens não carreguem.


Beijos


SOL

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Silenciosamente ouvindo... disse...

Venho desejar a si e sua Família
um FELIZ NATAL.
Bj.
Irene Alves

Vero Kraemer disse...

Leninha querida, mais um lindo post, onde eu vivi toda a história!
Obrigada sempre por tão belas palavras!
Beijossssssss e uma semana abençoada pra ti
Vero

Bergilde disse...

Leninha,
Bom dia!
Retribuindo sua visita e assim podendo conhecer mais este espaço rico de histórias apresentadas com o seu tom especial de quem sabe bem escrever.Parabéns por tudo isso aqui e desde já também me adiciono aqueles leitores que acompanham seus registros aqui.
Abraços!!!

Anônimo disse...

Um beijo enorme da sua doce alma Leninha. Gosto de você de montão e te desejo o melhor dessa vida, nesse Natal, ano Novo e todos os anos que Deus te conceder.
bjks doces

Arione Torres disse...

Oi Leninha querida, mais uma vez estou aqui no seu blog tão especial marcando presença.
Vim lhe desejar uma semana maravilhosa e que em 2013 você seja muito feliz e continue sempre feliz, viu?
Beijos...

Severa Cabral(escritora) disse...

sE TEM UMA PESSOA QUE SABE NARRAR UMA HISTÓRIA AQUI ,ESSA PESSOA É VC .TENS O DOM DE NOS FAZER VIAJAR CONTIGO NESTA ESTRADA TÃO LONGA...AMEI TE LER MAIS UMA VEZ !!!!
BJSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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