SONHOS E ENCANTOS

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terça-feira, setembro 06, 2011

QUAL O MAIOR AMOR DO MUNDO? -- DANUZA LEÃO

Sempre gostei muito das crônicas de Danuza Leão,pessoa que fez parte de minha juventude,por ser irmã de Nara Leão,cantora que eu amava e que,precocemente,foi levada para o outro lado da vida,por um câncer,doença fatal naquela época.Acompanhei depois a trajetória da irmã,casada com Samuel Wainer e,que,mais tarde passou a escrever,tendo publicado livros e crônicas.Uma pequena biografia da escritora em questão:

Danuza Leão (Itaguaçu, 26 de julho de 1933) é uma jornalista e escritora brasileira. Irmã da cantora Nara Leão, foi casada com o jornalista Samuel Wainer, fundador do extinto jornal Última Hora.
É autora de livros como Na sala com Danuza, As aparências enganam e Quase Tudo. Atualmente é colunista do jornal Folha de São Paulo. Nos anos 1950 foi modelo profissional.
Em 1992 obteve um grande êxito editorial com Na Sala com Danuza. Em 2006 lançou sua autobiografia Quase Tudo.
É mãe da artista plástica Pinky Wainer, do falecido jornalista Samuel Wainer Filho e de Bruno Wainer, empresário do ramo de distribuição cinematográfica, e avó do ator Gabriel Wainer.[1]




Qual o maior amor do mundo? O de mãe, é claro. E é verdade. Só que as mães têm uma maneira muito peculiar de amar; acham que para as filhas serem felizes só precisam de duas coisas: proteção e segurança – econômica, claro. Elas conhecem a vida, já passaram por boas e péssimas e sabem que o amor e uma cabana são coisas de romance – nada a ver com a realidade. O pior é que os homens mais interessantes, aqueles que despertam paixões, são, na maioria, pobres. E evidentemente não trabalham, porque têm mais o que fazer. Como trabalhar se têm que ir à praia, fazer ginástica, saber como vão os campeonatos de futebol para poder à noite estar de cabeça fresca dizendo que passaram o dia pensando no momento em que iriam encontrá- la? Como perceber que ela emagreceu, que o vestido é novo se trabalharam o dia inteiro? Sinceramente: um homem sério, que passa a vida cuidando de cálculos, taxas de juros, vai notar que ela fez três mechas no cabelo? Mas é disso que mulher gosta, e é por esses que elas costumam se apaixonar.

As mães vão ser contra, sempre, por amor, é claro. E, quando aparecer um bom rapaz, de boa família, trabalhador, é a favor dele que vão ficar, por amor, é claro. Esse faz tudo direito: é gentil e lembra todas as datas. Já o outro faz com que a filha às vezes se desespere, mas basta um “vem cá meu bem” para ela esquecer tudo que ele aprontou, enquanto o outro dá a impressão de que nunca vai fazê-la sofrer. É disso que mãe gosta, com toda razão. Não adianta tentar explicar que não sente um pingo de emoção quando o vê e que preferiria morrer virgem, se virgem fosse, a dormir na mesma cama com ele. Que mãe que entende isso? Não dá para contar a uma mãe extremosa que, quando o outro chega e passa a mão na cintura dela, dá aquele aperto e diz, baixinho, “gostosa”, ela se arrepia toda. Que ela prefere esse momento a qualquer iate, a qualquer viagem, com direito a comer trufas brancas na Toscana como se fosse farofa. Ah, nenhuma mãe entende isso – porque as mães se esqueceram de quando eram jovens. Não que não tenham memória – têm, sim. Mas se lembram de que, quando preferiram o amor à tal da segurança, um dia o amor acabou; e quando preferiram a segurança ao amor se lembraram com saudades do outro, aquele. Elas só se esquecem de que experiência não se transmite e de que qualquer casamento com qualquer homem pode dar certo ou errado.

Mãe quer, entre outras coisas, um pouco de tranquilidade. Se a filha escolhe um bonitão irresponsável, sabe que vai sobrar para ela, que está cansada de passar noites em claro imaginando onde está a filha. Mãe ama os filhos, mas prefere vê-los ligados a pessoas sérias, com quem possam dividir a responsabilidade, e dormir as noites em paz. As filhas não sabem que mãe, além de amar, também precisa de um pouco de sossego.

Mas, quando essas filhas crescerem e tiverem os próprios filhos, vão pensar e agir exatamente da mesma maneira. Então, e só então, vão entender.

9 comentários:

Helena Chiarello disse...

Oiiee, Leninhamada!!

Interessante como às vezes as ideias parecem "flutuar" na cabeça das pessoas... Sabe que ainda ontem a gente conversava aqui sobre Danuza e comentamos exatamente sobre a trajetória dela e sobre a qualidade do que escreve.

Agora, chego aqui e encontro esse texto que considero excelente!

Bom demais!

Eu digo que vc é especial, nao digo? rs

Mega beijo, amiga querida!

chica disse...

Ele escreve sempre muito bem.Gostei dessa!beijos,chica

Marcela M. disse...

Leninha, querida!!!
Há quanto tempo não nos falávamos, não é mesmo?
Adorei sua visita no meu blog, sempre me apoiando nessa ideia de escrever meu diário on line! rsrsrs
Bom, eu também adoro a Danuza Leão, sempre leio os artigos que ela escreve para a revista Cláudia.
Esse texto é encantador. Eu, como mãe, o entendo perfeitamente e concordo!! É o maior amor do mundo mesmo!!!
Enfim, seu blog está um encanto mesmo!
Adoro visitá-lo!!!
Tenha um ótimo feriado com muita luz e tranquilidade!
Bjs,
Angélica

Glória Maria - Fadinha disse...

A Danuza escreve muito bem. E esse texto é bárbaro, nossa como estou velha, essa expressão não se usa há séculos. Fique bem e com meu carinho. Beijinhos

Mônica disse...

Leninha
Eu também aprecio muito as cronicas de Danusa.
Mas não leio muito, porque não compro as revistas que ela escreve.
Minha irmã tem um sitio perto de Oliveira.
Muito gostoso, mesmo.
Voce é prodiga nos seus comentarios. Adoro todos.
Com carinho, muito obrigada sua amiga Monica

Anônimo disse...

Leninha creio que realmente o amor de mãe é o maior do mundo. Ela ama incondicionamente e racionalmemte né?
adore seu texto .
Beijokas doces e bom feriado.

Aleatoriamente disse...

Leninha amada .
Adorei conhecer mais um pouquinho da história de Danuza.
Vim te deixar um beijo e dizer, que amei o poeminha lá.

Um beijo linda

Gaivotadourada22 disse...

Maravilha Leninha, adoro os textos dela também, e da Nara Leão adoro escutar Penas do Tiê, linda música!
Valeu! Um grande beijo!

Anônimo disse...

bom dia minha muito querida Leninha... vim pro cházinho de capim limão, adorei o do outro dia e vim repetir... uma rosquinha de leite acompanhando... e assim leio esse brilhante texto, pra mim um poesia... não conhecia muito sobre a Danuza, mais de ouvir falar, mas gostei muito do que li aqui... vou buscar ler mais... e sem dúvida amor de mãe é o maior... amor de mãe para filho e de filho para mãe... é um amor diferente, sem explicação em palavras, pelo menos pra mim... é um amor que se sente com toda a energia e força... um amor que se confirma em olhares, abraços, ações... lindo e emocionante pensar nesse amor...
sua filhota aqui fica boba boba quando o assunto é "mãe"...rs

minha amiga mais linda, obrigada pelas suas palavras sempre cheias de carinho comigo, fico feliz demais!

um lindo dia aí, um beijinho para a Ariel, espero que já esteja mais sapequinha e um super beijo pra você!

Fica com Deus.

Su.

Minha querida e linda sobrinha Marcela, A vida é uma eterna ciranda a nos conduzir prá lá e pracá... e em uma destas voltas viemos para Tere...

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